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< Capítulo anterior: 8§ Momentos de terror
Um evento dramático que pôs em causa a vida da menina e dela foi apresentado como o catalizador da atitude drástica da mulher de fugir com a menina... Quando a fuga parecia estar condenada ao fracasso outra tragédia veio mudar o rumo dos acontecimentos... No entanto, a mulher e a criança continuam na iminência de serem apanhadas...
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- MÃE -
Como tinham deixado escapar a menina mesmo à frente dos olhos deles?
Negava-se a aceitar como a polícia tinha perdido o rasto à sequestradora e à sua filha.
A cada minuto que passava, ia aumentando o seu receio de nunca mais a voltar a recuperar.
Tinha facultado os seus dados pessoais e explicado toda a situação com a clareza que lhe era possível.
Os polícias ali presentes com ela, na estação de onde a mulher tinha partido com a criança, pareciam confusos com os procedimentos a tomar.
Um deles, o novato, tinha sido incumbido de a levar para casa.
Sentia uma angústia no seu peito só comparável à que a assolara semanas antes aquando do atentado no seu bairro.
Nessa tarde, estava concentrada a despachar o seu trabalho para sair a horas, quando um dos colegas a alarmara com aquela questão.
– Isto não é o teu bairro? – perguntara-lhe mostrando a notícia de última hora no telemóvel. – Parece que houve alguém que se fez explodir em plena praça.
Não era uma praça, mas sim um parque. Era o parque que via todos os dias a partir da marquise do seu apartamento.
O seu coração soluçara repentinamente, como que a avisando de que a filha podia não estar em casa, mas sim naquele maldito parque.
Deixara tudo de imediato e o seu colega apressara-se a dar-lhe boleia até ao sítio da tragédia.
Quando chegou, havia uma enorme agitação em redor do seu prédio: imensas pessoas, várias ambulâncias e uns quantos polícias.
Carregou insistentemente no botão do elevador, o qual a podia levar rapidamente até ao último andar, onde morava.
Tal como suspeitara, a criança não estava em casa. No entanto, daquela vez tinha claro onde a devia procurar, só não sabia se a encontraria viva ou morta.
Com a ajuda do colega, que a tinha esperado gentilmente na porta do prédio, ainda conseguira furar o perímetro de segurança montado pela polícia em torno da cena do crime.
Correra desesperadamente de ambulância em ambulância em busca da sua filha, mas não a encontrara.
Tivera que penar até descobrir a menina, em prantos, ao lado de um agente da polícia e claro, da dita assistente social que teimava em rondar o bairro.
– Esta menina é a sua filha? – perguntara o agente policial, perante o abraço desesperado da mãe à menina. – Encontrámo-la aqui perdida no meio da confusão, tal como algumas outras crianças.
Ainda mal conseguia respirar. Só queria abraçar o seu tesouro mais querido.
– Sim! Tinha-a deixado aqui no parque, só por uns minutos, para ir fazer umas compras ao supermercado. – improvisara, perante o olhar clínico da assistente social. Focara-se logo de seguida na filha. – Está tudo bem contigo amor? Magoaste-te em algum sítio?
– Já veio um enfermeiro analisá-la e está tudo bem com ela. – dissera secamente a assistente social. – A criança está em choque, o que é compreensível, especialmente quando não tinha sequer a mãe por perto.
Não conseguia entender a implicância daquela mulher consigo e muito menos como ela se materializara ali.
– Leve a sua filha daqui então! – ordenara em seguida o polícia. – Isto não é um lugar adequado para crianças da idade dela.
Acatara de imediato as ordens do polícia para abandonar o local.
Contudo a assistente social ainda a seguira uns passos, advertindo-a de que a visitaria em breve, para saber do estado da criança.
Optara por ignorá-la e levar a sua filha daquele cenário desolador, testemunha duma tragédia desumana a todos os níveis.
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Estava de volta ao bairro onde tudo acontecera, agora dentro de uma viatura da polícia.
Sentia-se angustiada ao pensar em tantas semelhanças que ambas situações comungavam ao nível do medo e do terror que provocavam dentro de si.
Interrogava-se como tinha sido capaz de deixar novamente a menina sozinha depois do atentado.
A resposta era simples: não tinha tido outra alternativa senão confiar que uma criança de cinco anos se ia comportar bem e que não voltaria a desobedecer às instruções da mãe.
– Os colegas da perícia devem estar a chegar a qualquer momento. – comentara o polícia. – Até lá vou-lhe pedir que não entre em casa. A cena do crime deve estar contaminada o menos possível, para que os meus colegas possam ter sucesso no seu trabalho de encontrar alguma pista de quem fez isto.
"Tarde demais" - pensara ela.
Tinha revolvido a casa várias vezes naquela noite, em busca das tão almejadas pistas, que indicassem o paradeiro da menina ou revelassem algo acerca da sequestradora.
Tocara, arrastara, remexera tudo! No entanto preferiu guardar silêncio perante o polícia, apenas anuindo com a cabeça.
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A Filha Roubada - Completo - ✔
General FictionTodos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe desesperada que luta contra o remorso, um pai com muito a esconder, uma mulher que enfrenta o dilema da sua vida e uma assistente social pouc...