Capitulo 55(Allana)

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Eu já não sabia pra onde correr,então me escondi atrás de uma lixeira em um beco perto da entrada.

A única coisa que eu pensava era no meu bebê e no Bruno.

Escutei passos e tentei parar o choro.

XxxX:ora ora se não é a princesinha aqui-um homem com a voz bem grossa falou e eu já orava.

Por favorzinho Deus.
Meus filhos ainda nem nasceram,tenho tanta coisa pra viver.

Ele ia chegar perto quando escutei a voz do amor da minha vida.

Bruno:Allana- ele falou da entrada do beco e o cara se escondeu atrás do muro fazendo sinal de "xiu" com o dedo e eu tentava segurar o choro.
-vem a gente tem que sair daqui.- ele ia chegar perto mas eu balancei a cabeça em negação varias vezes.

Eu:não!vai você eu vou ficar aqui bem quietinha-ele negou e se aproximou e eu olhei pra ele e olhei pra onde o cara estava varias vezes e o Bruno acentiu.

Bruno:eu tenho que ir pegar minhas coisas,sai de casa sem nada,me espera aqui-ele falou um pouco alto e fez barulho de passos. Quando o cara saiu de trás do muro ele atirou e o cara caiu do meu lado.
E claro,eu dei um grito.

Bruno:vem rápido!- pegou na minha mão e mandou um radinho pro Leo.
- o Leo ta vindo te buscar,por favor não sai de casa.

Eu:vai comigo-falei secando as lagrimas-vai comigo por favor-pedi e ele me abraçou rápido.

Bruno:eu não posso-mordeu o labio-é minha favela,é meu povo que ta aqui,eu devo lealdade- ele terminou e o Leo parou a moto do nosso lado.

Leo:sobe,sobe- falou rápido,o Bruno me deu um selinho e eu subi olhando pra trás com meu coração apertado.

Eu:por favor,se cuidem-falei quando ele me deixou dentro de casa e me deu um beijo na testa.

Leo:eu prometo-saiu e trancou a porta.

Fui pro meu quarto,tranquei tudo e me sentei ao lado da porta.
O barulho de tiros era cada vez mais alto e não dava sinal que tava acabando.

Pelo que eu escutei eles não tinham armamento suficiente.
Espero que o Bruno saiba a coisa certa pra se fazer.

Eu estou de 2 meses e 3 semanas,e tudo, exatamente tudo mudou.

Meu corpo ja não é o mesmo,logico. Minha fome triplicou. Minhas emoções e dramas também.
Fico irritada por tudo.

Peguei meu celular e vi que já era 18:30h e nada dos tiros sessarem.

Por favor Deus,não deixa nada acontecer com ele.
Ele é um pouco cabeça dura,não escuta ninguem,mas ele é uma boa pessoa sabe.

Escutei esmurrarem a porta la em baixo e meu coração disparou.
Ai Jesus!me protega.

Abri a porta do quarto e desci as escadas devagar e os murros na porta continuaram.

Se alguém quisesse fazer mal pra mim,eles não iam bater na porta certo? Errado!

XxxX:pensou que ia escapar né não-deu um sorrisinho e foi se aproximando.

Eu:olha eu não pensei nada,só quero que saia da minha casa- quem é que fala pra alguem que quer o seu mal,sair da sua casa?
Pelo amor de Deus viu.

XxxX:serio?-ele gargalhou e chegou mais perto- não mesmo você vem comigo-pegou no meu pulso me fazendo virar de costas com tudo,tentei chutar ele mas não conseguia então peguei um vaso de vidro e taquei na cabeça dele,oque fez ele me soltar e cambalear pra trás.

Eu:uma pena que eu não vou- ele me olhou e eu chutei o saco dele e ele caiu no chão gritando.

XxxX:VAGABUNDA-gritou- AAAH-se contorceu no chão.

-Sem Escolha.(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora