Capitulo 40 (Luiza).

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Era hoje, era hoje o dia do meu casamento, na verdade uns dos piores dias da minha vida.
Descobri que to grávida hoje. Acreditam?

Na mesma hora que vi o teste e tava escrito "positivo" eu lembrei das palavras daquela mulher.
Quando que eu ia pensar que esse novo ser que ela disse era o bebê que esta na minha barriga.
Chorei tanto nesse dia.

Não consegui me concentrar em nada, só no meu bebê que o Matheus nunca iria ficar sabendo por que meu pai logicamente não ia deixar.

Sem duvida, esse é o pior dia da minha vida.
Mas oque a gente não faz pela pessoa que a gente ama né.

Minha mãe me amparou mesmo sem saber o por que deu estar chorando, não quis contar nada pra ela agora.

Olhei em cima da minha cama, o vestido que eu ia usar.
O vestido é lindo sim, o sapato nem se fala.
Mas nada disso me deixa feliz.
Eu só queria o Matheus.

Tenho certeza que os meninos da Penha estão me odiando agora, mas isso também é pro bem deles.

Bruno: Luiza se arruma, to te levando pra igreja daqui 2 horas.
- falou fora do quarto.
Nem respondi e fui lavar meu rosto.

Ele tinha alugado um lugar privado pra fazer a cerimônia, festa ia ser lá também.

Tomei um banho quente lavando os cabelos e depois as meninas entraram no quarto pra me arrumarem.

Letícia: eu faço o cabelo- falou toda empolgada.

Pamella: eu faço a Maquiagem.

Andressa: e eu as unhas- bateu palminha e eu ri.

Letícia: vai ficar tão linda.
- sorriu e eu sorri de volta.
Queria contar pra elas toda essa farsa.
Mas eu não podia, sabia que se falasse alguma coisa elas iam querer me defender.

Eu: me deixem bem bonita- fingi animação e elas acentiram.

A Letícia começou a escovar meu cabelo enquanto a Andressa fazia minha unha e a Pamella preparava a minha pele.

Ficamos horas ali e realmente no final eu fiquei bem bonita.

Eu: olhaaa, arrasaram- elas bateram palma.

Andressa: ta gata hein.

Pamella: gata é pouco, ela ta maravilhosa.

Letícia: ai irmã tu ta linda- me abraçou.

Eu: te amo tanto- já queria chorar.

Letícia: te amo mais.

Pamella: abraço coletivo vai- elas me abraçaram e eu me senti feliz por um momento de ter pessoas tão especiais na minha vida como elas.

Pamella: agora vamos logo por que teu pai ta apresando.- elas já estavam arrumadas então entramos no carro e partimos.

A igreja não era tão longe, era perto da Penha, mas nem tanto.

Desci do carro e esperei um tempo em uma sala que tinha ali na igreja.

Não estava ansiosa e muito menos nervosa.
Eu tava mesmo triste, sentindo um vazio dentro de mim.
Passei a mão na minha barriga ainda desacreditada que eu estava grávida com 17 anos.

A vida não é facil, nunca foi, mas tem pessoas fortes que enfrentam tudo isso.
Acho que eu não sou uma dessas pessoas.

Bruno: lembra do que tem que fazer né- acenti.

Eu: sorrir, fingir que esta tudo lindo e maravilhoso e no final dizer sim- ele acentiu.

Bruno: muito bem, sabe oque acontece se não fizer isso?- acenti também.

Eu: o Matheus morre.

Bruno: não só ele, mas seus amiguinhos de lá também.

Eu: oque aconteceu contigo Bruno? Você nunca foi assim?

Bruno: eu sou o seu pai, me chama de pai Luiza!

Eu: não te considero mais como pai- ele abriu a boca pra falar mas eu fui mais rápida- um pai nunca faria isso que você está fazendo, um pai de verdade cuida, da amor e carinho. Não obriga sua filha a se casar com um desconhecido e ainda a ameaça.
Tu é doente Bruno! DOENTE!

Bruno: Cala a boca!- aumentou a voz- eu sou o seu pai sim, e isso que eu to fazendo é o melhor pra ti.
- saiu da sala e minha vontade era de chorar, mas mais uma vez eu segurei e segui sorrindo.

As meninas entraram na sala me desejaram boa sorte e sairam até dar a hora.

E a cada minuto que passava eu via minha vida virando um inferno.
Não que ela já não esteja um inferno, mas to vendo que tudo isso vai piorar.

Até agora oque eu to vendo que aquela mulher falou é o novo ser. Não to vendo nada de bom acontecer ainda.

Meu pai veio me buscar e eu preferia entrar sozinha mas eu entrei com ele e não estava sorrindo.

Ele entregou a minha mão pro Gabriel  e ai começou toda a cerimônia até a hora de dizer sim.

Gabriel: sim- disse sorrindo e olhou pra mim.

Padre: promete ser fiel, amar-lo e respeitar-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida?
- e quando eu ia responder eu escuto a voz que eu não esperava escutar agora.

Matheus: LUIZA!-olhei pra trás já com os olhos lacrimejados e ele tirou o capacete- Eu te amo!- nessa hora eu esqueci tudo. Esqueci pai, esqueci Gabriel, esqueci Padre, esqueci cerimônia, esqueci tudo mesmo, eu só levantei e corri até ele.

Era ele quem eu amava, era ele o pai do meu filho, era ele o amor da minha vida todinha.

Ele segurou na minha mão e saimos correndo dali.
Montamos na moto dele e eu dei graças a Deus por esse vestido não ser aqueles cheios.

Ele avançou todos os sinais de tanto que acelerava.
E meu coração faltava sair pela boca.

Ele parou em frente a praia que a gente se viu da última vez a um mês atrás e eu desci, tirando véu, sapato e soltando os cabelos.
Por pouco eu não rasgo aquele vestido.

Ele me abraçou pela cintura e me deu um beijo.

Eu: te amo tanto- parei o beijo e o abracei pelo pescoço.

Matheus: por que fez isso? Era só ter me falado nega, eu fiquei pensando que tu nunca gostou de mim.

Eu: eu te amo, eu fiz aquilo por ti.

Matheus: ele te ameaçou- acenti- eu sabia que tinha alguma coisa errada e mesmo assim desisti de ti.

Eu: tu tava certo-peguei a mão dele e coloquei na minha barriga- agora foca em coisa mais importante.

Matheus: oque? Tu não ta gorda.

Eu: esqueci que tu é lerdo- dei risada- eu to grávida!

-Sem Escolha.(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora