Capítulo 21 (Matheus)

3.1K 232 11
                                    

Maratona 1/3.

Deitado todo entubado e a morena do Lado.

Luiza: serio, eu fiquei com medo seu babaca.
- dei risada e ela bateu no meu Braço- e para de rir.

Eu: ficou com medo de que? De perder o amor da sua vida?- falei baixo e ela revirou os olhos colocando o cabelo atrás da orelha.

Luiza: eu fiquei com medo de te acontecer algo grave, só isso.-sentou na cadeira que tinha do lado da cama.

Eu: vai acontecer nada comigo não, ainda nem acabei de pagar meu pecados pô.

Luiza: espero que demore bastante- deu risada e que risada hein.
- por que colocou o meu nome na Lista?
- por que eu precisava acreditar no plano.

Eu: por que eu sabia que tu viria- ela deu um sorriso de lado.

Luiza: mesmo a gente se conhecendo a menos de 2 meses?

Eu: lógico pô.

Luiza: o Jonathan falou que ainda não sabem quem atirou em ti.

Eu: to sabendo de nada ainda, aliás nem deu tempo acordei agora. Mas já to pensando no que fazer, esse filha da puta vai rodar.

Luiza: agora que era pra você estar descando a mente, o corpo, você ta pensando no que fazer?- acenti.

Eu: to aqui, mas não posso deixar minha favela.

Luiza: por que não deixa o Heitor no comando enquanto você não sai?

Eu: ta doida? Se eu deixar o Heitor faz festa com direito a pula-pula- ela riu.

Luiza: e o Jonathan?

Eu: Jonathan é cabeça, mas a responsabilidade é minha.

Luiza: tudo bem, mas pelo o amor de Deus toma cuidado ta.

Eu: iii ta preocupada pô- dei um sorriso de canto e ela deu risada.

Luiza: é lógico, se acontecer alguma coisa contigo eu não vou ter desculpa pra inventar e não vai dar pra irritar meu pai.
- sorriu.

Eu: porra, e eu me iludindo aqui- fiz cara de desacreditado.

Luiza: para de ser bobo- me deu outro tapa no braço.- e ai como ta a mão esquerda? Ta conseguindo movimentar?

Eu: sei lá- olhei pra minha mão e tentei abrir e fechar ela, consegui mas doeu pra caralho.
- porra, doeu hein.

Luiza: pelo menos ta conseguindo mexer.

Eu: por que?

Luiza: o médico disse que você poderia perder os movimentos da mão esquerda por causa do tiro no ombro.

Eu: mais o tiro foi no ombro.

Luiza: mas o estrago não é só no ombro né meu bem.

Eu: ta entendendo do assunto em nega- ela sorriu.

Luiza: to nada, foi o médico que me disse essas coisas.

Eu: tinha que ter alguém por trás- dei risada e ela também riu.

Jonathan: ae morena, 5 minutos já passou!- bateu na porta e entrou.

Luiza: ta bom, já to saindo!- ele acentiu e fechou a porta.- vou ter que ir.- levantou e pegou o celular da cadeira.- Tchau e trata de melhorar logo.- me deu um beijo na bochecha.
Na bochecha? Porra...

Eu: valew por vir, tchau.

Luiza: amanhã eu venho te encher o saco- eu dei risada, ela saiu e o Jonathan entrou.

Jonathan: fala brother!- fez toque comigo.

Eu: senta ai pô- ele sentou.

Jonathan: como ta se sentindo?

Eu: to melhor né, to sentindo nem dor mais.

Jonathan: graças a Deus pô.
- acenti- to correndo com os lek pra ver se achamos quem atirou em tu, mas nada ainda.

Eu: de dentro do morro ele não saiu- ele acentiu.

Jonathan: também acho, mas como conseguiu entrar?

Eu: alguém ajudou- parei pra pensar e só pode ser isso- alguém ajudou essa pessoa entrar, resta saber quem.

Jonathan: iii ta com inimigo dentro da tua favela brow.

Eu: acho que sim, mas quem?

Jonathan: sei não, vou botar os meninos pra descobrir essa parada ai.- acenti- agora mudando de assunto.- me olhou- para com esse plano irmão, na moral, para com essa merda agora que dá tempo.

Eu: ta doido JJ? Por que pararia?- cruzei os braços.

Jonathan: sei oque tu quer fazer com a família da morena, mas não é todo mundo culpado não e a mina pô, mina firmeza pra caralho, desde de que soube que tu tava no hospital não pregou o olho, passou a noite inteira sentada na sala de espera acordada, aumentou a voz com o Heitor por ti cara, falou até que se ninguém falasse onde tu estava ela ia descobrir sozinha.

Eu: ela ficou acordada memo?- tava nem acreditando.

Jonathan: to te falando, ficou sentada na cadeira ali embaixo sem pregar o olho.

Eu: porra!

Sei a mina firmeza que ela é, sei das coisas que ela ta fazendo agora por mim.
Mas porra, da pra esquecer oque o desgraçado do pai dela fez não, minha família não merecia morrer daquele jeito, muito menos minha irmã que era uma criança, uma criança inocente que não sabia da minha vida no crime, uma criança inocente que morreu com uma bala na cabeça.

Ta certo ela não merece isso, mas o desgraçado do Bruno não me deu escolha.

Ou é a Família toda ou o próximo a morrer sou eu.

Jonathan: na moral, tu não sabe oque ela me disse- sorriu de orelha a orelha.

Eu: fala caralho.
- olhei pra ele que ainda tava sorrindo.

Jonathan: ela falou que gosta de tu e não é pouco não.
- foi inevitável não sorrir né porra.
- tu gosta dela também caralho, ta ai se fazendo, mas esse sorriso só engana tu mesmo.

Eu: me fazendo uma porra, mas saber que ela gosta de mim é um avanço no plano né brow.

Jonathan: to te falando irmão, esquece essa porra de plano por que na hora que tu se tocar da merda que ta fazendo vai ser tarde.
- fez toque comigo e saiu.

Vai ser tarde pro Bruno, já era pra ele ta no inferno faz tempo.

Vou fazer ele sofrer, matar cada um com um tiro na cabeça na frente dele, igualzinho ele fez comigo.

A Luiza não tem culpa, a Letícia não tem culpa e nem a esposa dele, mas minha família também não tinha culpa de nada.

Acabei dormindo com esses pensamentos.

-Sem Escolha.(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora