Capítulo 63(Letícia)

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As vezes a vida é dura né.
Por que isso tinha que acontecer comigo? No que eu errei?

Uma criança agora? Não, não, não.
Eu não posso e não quero.
Vai atrapalhar tudo, meus estudos, meu futuro, minha vida.
Vão me julgar por estar grávida com 17 anos, não vou conseguir um emprego, nao vou ser ninguém na vida por causa de uma criança.
Eu não quero!

Sai da casa da Luiza e fui pra casa dl Jonathan.
Entrei no banheiro e tranquei a porta chorando.

Como que eu vou contar isso pro Jonathan? Ele nunca disse se queria ou não um filho, ainda mais agora que a gente começou a namorar.
Burra! Eu fui burra!

Lavei o rosto e sai do banheiro, sentei na cama e peguei o notebook.
Fiquei horas pesquisando clínicas de aborto, achei uma clandestina que não fica longe daqui.
Anotei o número e fechei o notebook quando escutei a porta abrir.

Virei pro lado e acabei dormindo.
Acordei no outro dia com ânsia de vômito, mas só ânsia mesmo.
Fui no banheiro e depois fui pra cozinha e o Jonathan tava passando k café.

Jonathan: Bom dia preta- me deu um beijo no canto da boca.

Eu: bom dia, respondi e sentei.

Jonathan: dormiu pra caralho hein, cheguei ontem não era nem 22:30 e você ja tava dormindo.

Eu: e agora que horas são?
- esfreguei o olho.

Jonathan: 11:30.

Eu: dormi demais mesmo.

A gente comeu e ficou conversando um tempo ate ele ter que sair pra ir pra boca.
Limpei a casa, e depois fui ver o número da clínica que eu tinha anotado.
Liguei duas vezes mas ninguém atendia.
Descidi ligar depois.

Não quero que o Jonathan saiba, mas ao mesmo tempo eu quero que ele saiba.
Ta difícil viu.

Deitei no sofá pra assistir e o Juca me ligou me chamando pra sair.
Fui tomar um banho rapidinho.
Coloquei uma blusa larguinha e um shorts cintura alta escuro.
Arrumei os cabelos e sai pra encontrar ele na sorveteria.

Juca: gataaa- veio me abraçar- que saudade mapoa!

Eu: saudade mesmo, nunca mais apareceu por aqui né safada- ele riu.

Juca: sabe como é né- piscou pra mim.

Eu: sei bem que você troca as amigas por um boy diferente a cada mês- ele riu.

Juca: ta, não é pra tanto, é a cada 3 meses viu.

Eu: ai, ta assumindo ainda- a gente riu.

Juca: eai, me conta as novidades.

Eu: nem tem muita novidade não, a Lu ta grávida ja deve ta sabendo né.

Juca: eu fiquei sabendo mas não tava acreditando não, é verdade mesmo?

Eu: claro que é, ela entrou nos 4 meses agora.

Juca: aaaaaaaah meu Deus!- colocou a mão na boca.- eu vou ser titiaaaa!

Eu: calma Juca- dei risada.
Preferi nao contar que eu também estava.

Juca: calma o cacete, ja pensou se for menina? Vai ser mimada demais gente, e se for um menininho a tia vai amar também.- falou todo sorridente.

Eu: ela tava querendo te ver, por que não apareceu ontem?

Juca: dr com o boy ne amiga, tive que fingir que eu tava triste.

Eu: tava triste?

Juca: logico que não, ja cansei desse bofinho ja, ele faz escândalo por tudo, eu hein.

Eu: iiii desencana então.

Juca: vou esperar meu iphone novo chegar- dei risada.

Eu: eu não acredito sua pilantra.!- gargalhei.

Juca: oque? Ele quid dar de presente, acha mesmo que eu vou negar? Nunca né mapoa.

Eu: certo você.- ficamos conversando por um tempão, colocando o papo em dia.

Juca: agora deixa eu ir que ainda tenho que passar na casa da Luiza, aquela vaca prenha.
- dei risada e levantei.

Eu: tenho que ir também- ele me abraçou.

Juca: tchau gata, te amo e ate depois viu.

Eu: te amo também.

Ele foi em direção a rua da casa da Luiza e eu subi pra casa do Jonathan.
Cheguei em casa e ele tava sentado nk sofá mechendo no notebook e eu fui pra cozinha.

Jonathan: quando tu ia me contar que ta grávida e que pretende abortar?- escutei a voz grossa dele e engoli a água devagar e me virei.
Ele tava de braços cruzados na porta me encarando.
- fala porra!

Eu: eu não ia contar- ele franziu a testa.

Jonathan: eu tenho o direito de saber caralho.

Eu: eu sei, mas eu nao quero um filho entende?

Jonathan: não, não entendo Letícia.
Tu tem noção de que é uma vida inocente? Uma criança que não tem nada a ver com as tua neurose?
Tu tem noção disso caralho?
- meu coração disparou e eu queria chorar.

Eu: e você tem noção que essa criança inocente vai acabar com a minha vida? Tem noção de que essa criança vai estragar meu futuro, meus estudos?
Eu nao quero e vou tirar!
- passei por ele e ele segurou meu Braço.

Jonathan: tu não quer mais eu quero, a criança é minha também, é meu filho caralho, espera nascer e tu pode fazer oque tu quiser da vida, deixa a criança comigo, ela não vai atrapalhar.
- franzi a testa.

Eu: não, no meu futuro eu também quero você.

Jonathan: eu quero você no meu também, mas eu nai vou deixar tu tirar uma vida inocente.
- apertei os olhos fazendo as lágrimas rolarem.
- Porra Letícia! - me abraçou- coloca na tua cabeça que filho não é um problema, tu pode fazer do teu futuro o melhor, mas com a criança junto. Não vai te atrapalhar em nada, esqueceu que tu tem a mim, pô preta faz isso não.
- passou a mão no meu cabelo.

Eu: tu quer ter esse filho?- ele acentiu.

Jonathan: tudo que vier é Lucro nega, eu quero um futuro do teu lado com a nossa cria.

Eu: me desculpa!- abracei ele mais forte- eu pensei que você não queria, fiquei com medo da sua reação, fiquei com medo de como o meu futuro poderia ser com una criança e acabei tomando decisões precipitadas.

Jonathan: relaxa, vai dar tudo certo.
- a gente ficou abraçado por um tempo, sem falar nada, e é nesse abraço que eu me sinto bem.

-Sem Escolha.(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora