Capítulo 26 (Matheus)

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Acordei no outro dia querendo quebrar tudo nesse quarto.
Porra é chato pra caralho ficar aqui sem fazer nada, e as visitas são de manhã e no máximo 10 minutos de visita. Puta que pariu, em pensar que tenho mais 3 dias pra ficar nesse caralho.

Jonathan: fala irmão!- entrou sorridente fazendo toque comigo.

Eu:fala jonathan!- ele sentou na cadeira do meu lado.- e esse sorriso Caraí.

Jonathan: pô to naqueles lances de casal- olhei pra ele.

Eu: ta namorando Jonathan?- perguntei sorrindo.

Jonathan: to e to feliz pra caralho.

Eu: não vai me dizer que é a irmã da morena?

Jonathan: ela mesmo!- sorriu de novo.

Eu: parabéns caralho, toda felicidade do mundo pra ti filhão- sentei na cama pra dar um abraço no garoto mas meu braço doeu.

Jonathan: valew brow!- sentou de volta- pensa numa mina dahora, firmeza pra caralho ela.

Eu: to sabendo, tu ta amarradão na mina pô.

Jonathan: e tem como não ficar?
Aquela ali é tudo de bom porra, não tem erro!

Eu: ta namorando mesmo?- perguntei.

Jonathan: to carai.- deu risada.

Eu: daqui a pouco é o Nenê com a cacheada lá- ele acentiu.

Jonathan: ele vai no Vidigal todo dia pô.- negou rindo- falando em Vidigal- se ajeitou na cadeira, vou te deixar a par da situação na tua favela.
- acenti.

Eu: solta a voz- me ajeitei na cama.

Jonathan: os lek acharam uma pista lá, encontraram um celular na entrada e advinha de quem era?

Eu: fala caralho.

Jonathan: da Rayssa, os menor desenrolou também que se tem alguém ajudando esse alguém é ela- neguei- to te falando irmão, tu precisava ver as mensagens do celular dela.

Eu: a Rayssa porra!- ele acentiu- desgraçada filha da puta!

Jonathan: e advinha quem mandou atirar em tu?

Eu: para com essas porra de advinha e fala logo!

Jonathan: BBil, o cara ta forte na missão dele e tu tem que tomar cuidado.

Eu: ae caralho, sabia que tinha alguma coisa ligada nessa merda- passei a mão na barba.

Jonathan: os menor tão tentando desenrolar quem foi que atirou, mas o Bruno também não se preocupou em esconder que foi ele.
Ele queria que tu soubesse, agora pra que?

Eu: por que aquele merda é um filho da puta, outro desgraçado, mas a hora dele ta chegando.
- o Jonathan negou.

Jonathan: te falar outra coisa aqui- olhei esperando ele continuar- a Morena ta morando na Penha, tua favela- arregalei os olhos.

Eu: conta isso direito JJ.

Jonathan: ela foi ontem de madrugada pra lá, ta na casa da Joyce por enquanto mas a Joyce falou que ela fugiu de casa, teve umas parada com o pai dela lá.

Eu: ta no meu morro?- ele acentiu- beleza.

Jonathan: não vai ser a primeira e nem a última vez que eu vou te avisar, mas esquece esse papo de vingança, de plano pô, tem tempo ainda caralho, a mina fugiu por tua causa porra, enfrentou os pais por ti irmão, tu fica esperto nessas tuas fita.
- se levantou.

Eu: to sabendo porra, mas ceis acha que é mó facil né não- ele negou.

Jonathan: Em momento nenhum eu falei que era fácil, mas presta atenção nas tuas atitudes.
- fez toque comigo- falou ai irmão, tamo junto, amanhã apareço ai com a doida.

Eu: falou e valew ai pelas informações- ele acentiu- Fé brow.

Jonathan: Fé- e saiu fechando a porta que em segundos foi aberta de novo, revelando a cabeleira preta da Luiza.

Luiza: Bom Dia!- falou daquele jeito sorridente dela.

Eu: Bom dia morena- sorri e ela sentou onde o Jonathan tava.

Luiza: e ai, como ta?

Eu: to melhor.

Luiza: doi ainda?- tocou meu braço.

Eu: doi- fiz careta.

Luiza: ta tomando os remédio certo?- olhou na prancheta que tava nos pés da cama.

Eu: vem uma enfermeira ai me dá os remédios.

Luiza: que bom! E como ta sendo ficar aqui!- se ajeitou na cadeira e me olhou.

Eu: ta sendo chato pra porra!- ela riu tirando um saco de pão de dentro da bolsa.

Luiza: eu sei que não pode entrar com essas coisas aqui, mas não dá!- dei risada- acordei as presas, só deu tempo de eu tomar um banho e pegar meu celular.- abriu o saco pegando um pão de queijo.

Eu: to acreditando não!- dei risada- tu trouxe comida pra dentro do quarto pô.

Luiza: ai desculpa, mas não dava pra comer lá embaixo, aquela secretaria do capeta não parava de me encarar.
- dei risada.

Eu: secretaria do capeta- ri de novo.

Luiza: to te falando- deu outra mordida no pão.
- quer?- ofereceu pra mim- se quiser eu pergunto pro médico chato que ta embaixo se quem fez cirurgia pode comer.

Eu: relaxa, precisa não, to de boa- sorri e olhei ela comendo.

To falando, essa mina não existe pô.

Luiza: cê tava falando que é muito chato ficar aqui?- acenti e ela mordeu o pão.

Eu: mó tedio porra, tem nada pra fazer nesse caralho.

Luiza: é chato mesmo!- deu risada e eu encarei ela pra ver se ela falava alguma coisa, mas ficou quieta.

Eu: vai me contar nada não?- perguntei na lata e ela olhou pra mim com o pão na boca.

Luiza: eu não ia contar mesmo não- deu risada- pelo menos não agora.

Eu: por que?

Luiza: sei lá, varias coisas acontecendo em menos de 2 meses, não queria encher tua cabeça- neguei.

Eu: nada pô, fala ai, por que fugiu?

Luiza: por causa dos meus pais.

Eu: e oque aconteceu?

Luiza: treta- pegou outro pão.

Eu: que treta? Fala direito- dei risada.

Luiza: meu pai, ele ia me mandar pra outro país hoje mesmo, mas como eu não quero ir morar em outro país eu fugi, e a Joyce falou que não tinha problema em ficar na casa dela.

Eu: taporra, mas por que teu pai queria te despachar daqui?- ela apontou pra mim.

Luiza: por causa de ti né- deu risada- eu contei que eu tava ficando contigo e tava vindo na penha direto, ai ele brigou comigo, falou um monte de coisa na minha cabeça e eu fugi.

Eu: eita, caralho por causa de mim mina- ela acentiu.

Luiza: eu não vou parar de te ver ou de pisar na Penha por que ele quer- mina dahora- ele sabe muito bem disso.

Eu: falou que tava ficando comigo?- acentiu.

Luiza: sim, a gente não ta ficando?- neguei.

Eu: a gente não fica faz quase uma semana pô- ela sorriu.

Luiza: não seja por isso!- levantou da cadeira e veio até mim colocando a mão no meu rosto me beijando.
Eita mina de atitude!

Eu: tu ta demais hoje hein!- passei a mão nas costas dela descendo pra bunda.

Luiza: eu to demais todo dia meu bem!- voltou pra cadeira.

Eu: volta aqui pô, a gente não terminou ainda.

Luiza: vou levantar de novo não- fez careta e eu levantei.

Eu: não seja por isso!- levantei e fui até ela dando um beijo calmo.

Eitaaaa porra!

-Sem Escolha.(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora