• Capítulo Trinta - Você precisa de algo?

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Ariana Grande •

Quando o sino bateu, anunciando que a aula havia acabado eu finalmente consegui tomar coragem para perguntar a Justin sobre o que o Ryan havia dito.

Eu havia passado a aula inteira pensando em um modo de abordar o assunto, mas não encontrei nenhum.

— Ryan comentou que você está envolvido em um projeto. — Eu digo, cautelosamente, enquanto guardo meus materiais. — Que projeto é esse?

— É isso que te deixou tão inquieta durante toda a aula? — Ele ri.

— Inquieta? — Arqueio a sombrancelha.

— Digamos que você não seja muito discreta, Ari. — Justin me olha. — Em todo esse tempo, você sempre me olhava, abria a boca parecendo que queria dizer algo, mas desistia logo em seguida.

— Impressão sua. — Tento disfarçar.

— Certeza?

— Me fala que projeto é esse. — Eu peço, desviando o foco da conversa.

— Te conto se você for no nosso encontro hoje. — Ele sorri de lado.

— Nós não temos um encontro hoje.

— Agora temos. — Seus olhos caramelados estão nos meus. — Estou atrasado para o treino, te vejo mais tarde.

Abro a boca para protestar, mas ele já havia deixado a sala de aula.

Coloco minha mochila nas costas e saio da sala avistando um corredor vazio, como hoje é dia de treino de futebol, a maioria dos alunos vão assistir os jogos.

Enquanto eu andava pelo corredor, uma única coisa passava pela minha mente:

O que seria o projeto secreto de Justin?

— Ariana.

Sinto meu coração acelerar enquanto eu quase pulo de susto. A voz não é conhecida por mim, então é necessário que eu me vire para ver quem é.

— Oi Ethan. — Sorrio fraco. — Você precisa de algo?

Tenho certeza que minha feição é de completa confusão, afinal, eu não tenho amizade e muito menos intimidade com Ethan Lookwood, o irmão da Elena.

— Preciso sim, de você.

As coisas acontecem muito rápido, sou prensada em um dos armários enquanto sinto sua boca beijar o pescoço.

— Me solta. — Tento empurrar ele com dificuldade. — Me larga agora ou eu vou gritar!

— Me pagaram para fazer isso, mas se eu soubesse que você era tão gostosinha, eu teria feito isso de graça com o maior prazer. — Ele sorri de um modo estranho.

Ethan não me dá ouvidos, apenas tenta abaixar a minha blusa.

Eu grito, mas parece que minha voz nunca foi tão baixa. Eu estou sendo assediada e sequer consigo gritar por ajuda. Meu corpo parece estar em transe e eu só sinto as lágrimas caírem.

— Vai ser bom para você. — Sua voz me dá náuseas.

Eu não consigo empurra-lo, ele é mais forte que eu, os meus gritos estão misturados com o meu choro e eu só consigo desejar que alguém não tenha ido ver o jogo.

— Larga ela. — Alguém o puxa para longe de mim.

Minhas pernas cedem e eu me sento no chão, a visão embaçada me impede de ver quem é o meu salvador, minhas mãos tremem e eu não consigo parar de chorar.

Eu consigo ouvir cada soco que é depositado contra o rosto de Ethan, o corredor vazio faz com que o eco seja ainda mais alto para os meus ouvidos e eu não consigo sentir dó, apenas nojo da pessoa que ele é.

— Se eu te ver perto dela novamente, eu vou fazer muito pior do que arrancar sangue da sua boca. — O garoto que me ajudou, diz.

— Isso ainda não acabou. — Eu escuto a voz de Ethan. — Nem pra essa vadiazinha, nem pra você Holt.

Ouço os passos arrastados de Ethan, e o meu salvador se abaixar ao meu lado. Eu ainda me encontro desnorteada, mas agora eu sei quem é, quem me ajudou.

— Obrigada, Thomas. — Murmuro com a voz, fraca.

Heartbroken [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora