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3 meses depois

A noite havia sido fria, com certeza uma das mais frias que se pode ter nesse pequeno lugar que chamamos de morro.

O relógio marcava 3h50 da manhã quando os fogos foram lançados ao céu, demonstrando que havia mais uma operação pela favela.

Adam que estava dormindo, se levantou correndo e pegou tudo que era necessário. Levou Matteo ao quarto e deixou nos braços de Joene que estava sentada com a mão coçando os olhos e Patrick já do seu lado.

Adam saiu correndo de casa, tudo oque ele queria era fazer a proteção do seu morro e de sua família.

A batalha se iniciou, graças a Deus não havia nenhum "inocente" na rua.
Não que está nessa vida seja algo ruim, muitos estão por questão de necessidade. Mas né? Hoje em dia ninguém quer nada com ninguém.

Joene em casa só pensava em como seu marido e seus amigos estavam, a porta do quarto se abriu. Por ela passando um pivete desesperado.

— Vamos patroa temos que sair daqui —  ele disse pegando Patrick no colo.

— Ir para onde? — O olhei assustada. Levantando dá cama e enrolando Matteo na mantinha dele.

— Os canas está vindo para cá.

Mas assim o desespero tomou conta, tudo estava piorando no morro. A situação não era uma das melhores, foi quando o tiro acerto em seu braço que ele percebeu que nada disso tinha mais necessidade. Que ele só queria chegar em casa e encontra a mulher dele e seus filhos.

Foi quando o rádio apitou que seu mundo caiu.

— Patrão — Ouvir uma voz soluçar
— Quem fala — Adam pronunciou com dor
— Pivete, levaram a patroa

O mundo de Adam caiu.

Do outro lado do morro Joene era colocada na viatura, ela só pensando que ela queria sair dali.

(...)

Joe Narrando:

A única coisa que eu queria é que esse pesadelo tivesse fim, conseguir deixar Patrick e Matteo em segurança com pivete.

Mas quando ia entrar no carro me puxaram.

— Ora, Ora, ora — Apenas falei pro pivete ir. Eu iria proteger meus filhos, pois sei que Adam daria um jeito de me tirar daquele inferno.

— Me solta — disse me debatendo

— Cadê o seu marido? — Ele perguntou

— Eu não sei do que você está falando, eu só quero sair desse fim de mundo. Minha casa é de madeira, e toda vez que tem invasão eu saiu daqui. — disse aos prantos.

— Não me venha com essa, porque nos te conhecemos. Liga para o teu marido.

Eu fiquei calada, eu não vou entregar o Adam. Se eu tiver que passar por isso, eu vou passar. Se for pra proteger o morro e a minha família eu vou presa.

Escritora:

O que ela não poderia imaginar é que eles não pretendiam em nenhum momento levar ela para a delegacia. Na verdade, o que eles queriam era ver o Adam perder a cabeça e pedir o máximo de dinheiro possível.

Lá no morro, as coisas já havia melhorado. Já que eles assim que pegaram a Joe saíram de lá, deixando somente feridos.

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