Morro do Horizonte.

62

Olhei pra ela e ela sorriu, ela comeu a comida como se não comesse a dias.

— Faz tempo que você não come ? — Ela me olhou e baixou o olhar.
— Não quero falar sobre isso, desculpe — Eu assenti com a cabeça e o Patrick entrou na cozinha.

Ele olhou a moça e ficou olhando ela, Natane não havia percebido a presença do meu menino ali.

Patrick piscou algumas vezes e balançou a cabeça como se tivesse saindo de um transe.

— Mamã? — Disse vindo até mim, Natane olhou para Patrick e sorriu. Ele me deu os braços e peguei no colo.
— Tá com fome amor? — Ele assentiu — Vamos tomar um banho antes meu amor? — Ele balançou a cabeça negativo.

Ouvi a porta abrir e uma algazarra.

Natane arregalou os olhos e eu sorrir pra ela.

— Se acostuma, aqui em casa é assim.
— Cade meu filho — Yan falou na porta e parou ao ver Natane. Ela olhou para ele sem entender nada.
— Papa — Patrick disse ao ver seu pai.
— Yan, essa é a Natane. Natane, esse é o Yan.
— Mas ele não é? Aí — Ela colocou a mão na cabeça quando viu Adam entrar pela porta e eu rir. 

Olhei para o Adam que veio até o meu encontro.

— O Samurai está atrás dela em todas as favelas, quando ele descobrir que ela está aqui. Vai ser uma guerra Joe — Sussurrou no meu ouvido e eu respirei fundo, virei para preparar a janta de Patrick.

— O que vamos fazer? — sussurei para ele e ele respirou fundo. Mostrando que também não sabia oque iria fazer.

(...)

Fazia uma semana que estava na casa de Adam, minha casa era pequena demais para viver com Adam e até mesmo Yan que vivia mais pelo morro que no dele. Então deixei minha casa para ele e vim pra cá.

Organizei o quarto de hóspedes para Natane, Patrick ficou com o Yan na sala.

— O Adam está com medo né ? — Ela perguntou depois de organizar a cama e se sentou na mesma.
— É complicado Preta, porque eles são aliados. Mas não vamos ter deixar na mão tá ligada?
— Eu entendo — Ela respirou fundo e deitou na cama.
— Vou deixar você descansar viu? — Desliguei a luz e sair do quarto encostando a porta.