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Acordei no outro dia, estava cheia de sono mas Patrick não parava de falar e isso era um sinal bom, sinal de que ele está melhor?
Abrir os olhos e vi o Adam sentado na cama enquanto conversa com Patrick que está em seu colo.
— Mamãe? — Patrick disse me olhando, chamando a atenção de Adam para mim também. — Ele ficou aqui mamãe — Ele sorriu e aquilo me encheu, meu coração ficou cheio de amor.
— É filho, ele ficou. Vamos ver se você está bem? — Disse me levantando e indo procurar o termômetro. Coloquei no mesmo e o Adam ficou me olhando, tinha até esquecido que ele estava ali. Amarrei meu cabelo e fui ao banheiro escovar os dentes e voltei assim que o termômetro apitou.
— E ai? — Perguntei pro Adam que estava com o termômetro na mão.
— Está 36,5. Está normal? — Assenti e sorrir
— Vamos escovar os dentinhos seu porquinho da mãe? — Disse me aproximando do Patrick que fez charme e se escondeu no Adam que deu risada. Levei o Patrick para o banheiro e voltei para ver o Adam que estava se vestindo assim que sair do banheiro.
— Adam? E o André? — Ele respirou fundo.
-— É complicado a situação dele, pois desde que a mina que ele amava morreu. Ele sofre, ele tenta ao máximo sair dessa vida sabe? Por ela e tals, mas ele não consegue. Fica na maior dificuldade e parece que algo puxa ele pra baixo sempre, teve uma vez que quebrei o pau com ele por encontrar o mesmo usando droga. É foda, ele comanda a Maré sabe? — Assenti — Mas agora o morro vive nas mãos do LH, pois ele não tem firmeza nenhuma pra comandar nada mais. Quero muito que ele encontre alguém que supra a falta que a Lisa faz pra ele. -—Disse com a voz triste e eu o olhei. — Claro que não seja você — Eu rir e ele fez bico.

— Sei lá - Dei de ombros — Mas eu não escolheria nenhum outro que não fosse você. — Beijei sua bochecha.
— Quer me contar sua historia? — Eu olhei pra ele e sorrir.
— Vou resumir tá? — Ele assentiu — Eu não sei quem são meus pais, fui abandonada na porta dá casa dá minha tia. E ela me criou junto com EJ, mas nunca me escondeu oque realmente aconteceu comigo sabe? — Ele assentiu — Diferente de você eu não passei dificuldade não. Minha tia sempre me deu tudo oque podia dar, EJ entrou nessa vida por vacilo. Quis do bom e do melhor fácil, eu comecei trabalhar cedo aqui sabe? Aos 12 eu trabalhava nas lojinhas aqui do morro mesmo, ajudava minha tia com tudo. Com os 14 eu passei a fazer jovem aprendiz, com meus 16 eu já estava morando sozinha. Foi difícil pra minha tia, mas eu havia arrumado um emprego melhor e tudo mais, me sustentava e ainda ajudava ela com as coisinhas. Foi quando deixaram o Patrick na minha porta.
— Então ele não é seu filho? — Ele me olhou assustado, eu rir. Olhei para o banheiro para ver se o Patrick já estava saindo do banho.
— É meu filho porque eu crio, porque corri atrás pra cuidar dele, enfim. Eu fiz todo o procedimento sabe? Corri atrás, e consegui a guarda dele. E não, eu nunca transei na minha vida. Desde que assumi Patrick os caras nunca quiseram nada comigo, e eu dou graças a Deus sabe? Porque apesar de tudo eu me afastei muito dá igreja, porém sempre segui seus fundamentos. Não me arrependo de nada do que fiz, assumiria a responsabilidade novamente sabe? Patrick foi minha maior fortaleza. — Sorrir e escutei o mesmo me chamar.
Voltei ao banheiro deixando Adam sozinho, tirei o mesmo do banho e levei ele enrolado na toalha para o quarto. Adam já não estava ali, respirei fundo, não sabia oque ele iria pensar. E nem se iria querer continuar nessa vida comigo, aliás foi apenas um beijo não foi?
Terminei de vestir o Patrick e saímos do quarto para tomarmos café.

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