Sob as luzes dos HOLOFOTES

Capitulo 3

Capítulo 03

  Katina estava de muito mal humor, pois viu o seu filho preferido, no caso o Narciso, de papo furado com a guarda costas dos filhos de Tosca, uma simples empregada dando em cima de seu precioso filho era quase o cúmulo do absurdo. Ainda mais quando se tratava de uma empregada de sua maior rival da TV, Tosca Rodrigues, a quem só fingia amizade por seus próprios motivos egoístas, algo que a morena também fazia, fazendo com que ambas tivessem apenas uma amizade de fachada, e nada mais além disso. Considerando que o maior sonho de Katina era ocupar o lugar de Tosca, e o da mesma, fazer com que a loira fosse demitida.

  Murat, ao contrário de sua esposa, pouco se importava com as amizades de seu filho, sendo ele um homem humilde e cheio de segredos e cicatrizes amargas. Um homem de mais de meia idade, que vivia para a família e seu gato, Mustafá, que vivia mais na oficina de Pascoal do que em casa, gerando vários conflitos entre Murat e o mesmo, mais do que divertidos para toda a vizinhança.

  Narciso tinha mais dois irmãos, Cemil, o mais responsável e trabalhador da família, casado com Mônica e pai de Soraya e Matheus, Safira, a princesinha de Murat, esposa de Alberto, e mãe de Giovana e Maria João, ambas filhas de seu marido, Alberto.

   Katina estava há mais de meia hora reclamando com Narciso, dizendo que Flay não era uma boa pessoa e que ela ia levar ele para o mal caminho. Até mesmo a empregada da casa, Maria da Glória, acostumada com os barracos daquela família se espantou com os gritos da patroa, que quase nunca se alterava tanto com Narciso, como fazia com os demais membros da família.

- Quantas vezes eu te pedi para não falar com esta... Com esta dita cuja, Narciso, meu filho? Quantas? - Se senta numa das poltronas da sala com um ar meio pesado, dramática - Parece uma mula, meu Deus - Percebe que Murat está mais interessado em seu gato do que na conversa - Me ajuda aqui. Me ajuda a colocar um pouco de juízo na cabeça desse menino antes que ele acabe cometendo a maior burrada da vida dele, Murat, afinal de contas, o Narciso também é seu filho, ô homem de Deus.

- Não me meta em suas encrencas, Katina - Diz sem deixar de prestar atenção em seu gato, o usando como desculpa para não encarar Katina nos olhos naquele momento - Até porque Narciso não é burro, e sabe muito bem o que faz...

- É mãe, o pai tem razão - Narciso se defende - E até onde sei, sou maior de idade, e posso muito bem escolher as minhas próprias amizades, mesmo que elas não te agradem muito, mãe.

- Ninguém me escuta mais nessa casa! Ninguém! - Começa a ficar histérica, até ver Cemil bem do seu lado, e ele parecia atrasado para o trabalho - Nem mesmo você me escuta mais Cemil, pois deixou de fazer isso no momento em que se casou com aquela mulherzinha que quase destruiu o casamento de sua irmã - Ela estava falando de Mônica, por quem Alberto se apaixonou uma vez, quando estava em crise no seu casamento com Safira - Afinal é pra isso que criamos os filhos nos tempos de hoje, para serem rebeldes, desobedientes e se fingir de surdos, quando falamos com eles.

- Liga não, seu Cemil - Maria da Glória diz isso, se metendo nos barracos da família, como estava acostumada a fazer, por ser quase parte da mesma, mesmo sendo apenas uma empregada da casa - É tudo drama, como o senhor bem deve saber, ou pelo menos deve imaginar.

__ Ô mãe pelo amor de Deus! Deixa a gente, ou seja deixa eu e o meu irmão em paz! Nós somos maiores de idade, trabalhamos, temos nossos filhos, não devemos mais satisfações pra vocês - Cemil disse um pouco irritado, pois sua família sempre se intrometia nos assuntos pessoais dele e dos irmãos, mesmo que não fosse da conta deles.

- Viu só como ele me trata, Murat? - Se faz de mártir - Me tratar assim de uma maneira tão hostil, logo eu que sou a mãe dele, e o carreguei por nove meses em meu ventre, o criei, eduquei e dei o meu sangue.