Capitulo 48

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Capítulo 48

  Um amor infeliz sempre deixa as suas marcas e frutos agridoces, e Dagmar sabia muito bem disso, principalmente agora em que estava diante de seu único filho, Miguel de dez anos, o fruto de seu amor com Fladson, o único homem, a quem ela amou de verdade. Ela se sentia muito culpada, e de todas as maneiras possíveis, por ter privado o seu filho do pai dele, de uma família numerosa, e de duas tias maravilhosas, a Bel e a Isa, já que o Cemil, ele conhecia bem até demais, até havia escolhido os nomes dos filhos dele com a Mônica, já que os dois eram os padrinhos preferidos do menino. Os dois estavam almoçando, e vendo o seu filho, a sua cor de pele, tão parecida com a sua, Dag percebeu que fez o certo, o criando bem longe da mãe de Flad, mesmo tendo de afastar o seu menino do pai dele, o grande amor de sua vida. E também das irmãs de Flad, e até mesmo de Nikkos, que a ajudou quando ela mais precisou, assim que Tosca lhe virou as costas, no meio da chuva, com ela grávida de Miguel, a pessoa que Dagmar mais amava em sua vida, o seu querido filho.

Miguel era muito apegado a Dagmar, mas mesmo assim, ela sentia que ele estava chateado, por ainda não conhecer o próprio pai, e nesse momento, Miguel se paecia muito com o pai dele, principalmente na teimosia e no mau humor. E também com a Bel, a mais explosiva dos filhos de Tosca e Nikkos, Isa era a mais calma, e amorosa da família. No seu amor por Dag, Miguel lembrava, e muito, a Isa, principalmente porque ele dizia a ela, que nunca ia a abandonar, nem mesmo quando se casasse. Os dois mal haviam tocado na comida, de tão sérios e pensativos, que eles estavam.

Observando atentamente o seu filho, Dag soube, que mesmo sem querer lhe dizer nada, Miguel estava meio chateado com ela, porque queria conhecer, pessoalmente, o seu pai. E mesmo assim, ela não permitia, que Flad se aproximasse deles, e não era porque tinha medo de que ele lhe tirasse a guarda de seu filho, até porque, Dagmar sabia, e muito bem, que Flad jamais faria isso com ela, mesmo zangado do jeito que ele estava para o lado dela, e com razão, depois de sua omissão, de dez anos, em relação ao Miguel. Mas sim, porque tinha medo, de voltar a se apaixonar por ele, sendo que, Dagmar nunca deixou de amar.

- Olha, filhote, eu sei que você está, meio chateado comigo, com razão, por causa do seu pai, e tudo mais, meu pequenino - Respira bem fundo, antes de continuar - Mas eu não fiz isso, por culpa do seu pai, que é um homem maravilhoso, como já te contei antes, tantas vezes, e nem tão pouco pelas suas tias, que você nem conhece, mas que são, dois verdadeiros anjos, na Terra, meu lindinho, mas sim, por causa da sua avó materna, a mãe do seu pai, que sempre me odiou, sem motivo nenhum, Miguel.

__ mas porque, mamãe? Porque minha avó te odeia tanto? Porque não posso conhecer meu pai e minhas tias? Você me disse que elas são muito bonitas e legais, e eu queria, as conhecer mamãe, porque sinto falta de um pai presente na minha vida, mamãe.

- O problema é a sua vó, ela não gosta de pessoas de cor, como nós dois e o seu avô, o meu pai - Suspira, meio triste - Eu tenho medo que ela te trate mal, e pior, fale mentiras sobre nós dois para as suas tias e o seu pai, e você sabe, eu nunca me envolvi com ninguém depois do seu pai, mas ele não, filhote.

__ fico muito triste, mamãe, todo mundo deveria tratar igual, az pessoas, eu não escolhi ser negro, mamãe! Não escolhi...

- A sua cor é linda, você é o meu príncipe - Sorri para ele, mesmo um pouco triste - E mesmo, que você fosse verde, eu ia te amar, meu amor.

__ eu também te amo, mamãe, mas sabe, já sofri muito bullying na escola e a professora sempre dizia que somos todos iguais. E que também, nós, todos filhos de Deus, mas mesmo assim, fico triste por ser desse jeito, e ser discriminado.

- Bem, nós vamos fazer o seguinte, meu filhote - Toma uma decisão - No dia do seu aniversário, no mês que vem, que curiosamente é no mesmo dia que o da sua avó materna, eu te apresento, ao seu pai, suas tias, e também a sua avó, se você quiser, meu anjo.

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