Capitulo 19

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Capítulo 19

  A vida não era nada fácil, disso Pascoal sabia, e muito bem, seu melhor amigo não estava falando com ele, a Flay o estava ignorando mais do que antes, e pra piorar ainda mais a sua situação, Pascoal havia tido uma recaída com Giovana, na noite passada. E agora mais do que nunca, ele se sentia o pior dos homens, isso sem contar o seu mau humor no trabalho, que estava cada dia pior, e a bronca que Vitória lhe deu por telefone há algumas semanas, foram apenas a gota d'água pra ele.

A oficina estava quase vazia, o movimento estava meio fraco, mesmo Pascoal, sendo um dos melhores mecânicos da região. Sua vida amorosa estava um verdadeiro pandemônio, e como se isso não lhe bastasse, ele havia cometido a burrice, de se meter com Giovana mais uma vez, mesmo sabendo, que ela não valia nada. Pois, quando estava com raiva, Pascoal só sabia fazer burrada, uma atrás da outra. E, geralmente suas burradas, ou pelo menos, a maioria delas, usava saias, e quase sempre era a mesma, no caso, a Giovana, que nunca quis nada sério com Pascoal, porque ele era pobre, semi - analfabeto.

Em sua oficina, quase parada, quase as moscas, por assim dizer, Pascoal, meio desanimado, observava o apartamento da vizinha, sonhando com o dia, em que não vai agir, feito um tonto, na frente dela, como de costume. Jamanta, que mais estava vadiando do que trabalhando, como de costume, não perdeu a oportunidade, de falar o que não devia, como sempre.

- Jamanta viu Giovana saindo daqui, hoje de madrugada. Jamanta não é cego, e enxerga muito bem - Se aproximando de Pascoal, Jamanta começa, como, quem não quer nada, com nada - Jamanta tá vendo Pascoal fazer burrada de novo. Uma burrada, muito da feia, já que Giovana não gosta do Pascoal, de verdade, pronto, Jamanta, já falou e tá falado, mesmo que depois, o patrãozinho, decida demitir Jamanta, por falar demais, e se meter onde não deve.

__ cala essa sua boca, ô Jamanta, se não eu calo pro ocê! Não tô pra papinho hoje não, cara, e se, ocê continuar me enchendo a paciência, assim, aí mesmo que, eu te coloco na rua, cê tá ligado?

- Perdoa Jamanta, vai Pascoal - Ele diz isso, meio sem jeito - Jamanta fala isso, porque gosta de Pascoal, de verdade, e não quer ver o patrãozinho na pior de novo, igual, quando Giovana era menor, e Pascoal foi preso, por ficar com ela.

__ eu sei cara,eu só sei fazer merda mesmo, só burrada mesmo, por isso nunca, que vou arrumar mulher, que preste, de verdade.

- Pascoal - Era Safira, e ela parecia preocupada com alguma coisa, ou melhor dizendo, com alguém - Eu vi a Giovana sair mais cedo da sua oficina, por acaso você sabe onde ela está?

- Jamanta vai lá pra cima, pegar umas peças extras de moto, mas qualquer coisa, é só chamar, Pascoal, que Jamanta vem, correndo - Ele sai para onde disse que ia, os deixando sozinhos.

__ oia, dona Safira, a Giovana, anda muito misteriosa, ultimamente, ela não me disse nada, e eu perguntei umas mil vezes, pra onde ela ia.

- Bem, saber disso não me ajuda em nada, Pascoal - Ela estava, praticamente, aflita, naquele momento, muito preocupada - Mas muito obrigada, mesmo assim, aí meu Deus, o que vai ser dessa, minha filha? Tenho até medo, de saber.

__ Dona Safira, sua filha mudou muito a Giovana parece que tem se encontrado com muitos caras, percebi isso nela, sinto muito por dizer isso, mas é mais pura verdade, eu juro pra senhora, e que um raio me parta agorinha, se o que eu disse, for mentira minha, dona Safira.

- A culpa disso tudo, desse jeito todo, dela, deve ser minha, eu não fui uma boa mãe pra ela. Não soube a instruir para o caminho correto - Se senta em uma das cadeiras da oficina, muito chateada, e decepcionada - Se tratando da Giovana, como mãe dela, eu fui um verdadeiro fracasso, e se ela é assim, a culpa é minha, só pode...

__ que isso dona Safira? Não diga isso, a senhora é uma mãe muito boa, oia a Maria João é uma menina direita, certinha...

- Obeigada, por tentar me animar, Pascoal, de verdade - Se lenvanta de onde está, quase chorando - Mas eu gostaria de te pedir um favor, se não for abusar muito, da sua boa vontade, é claro.

__ Claro dona Safira, pode pedir, sim, o que quiser...

- Bem, se a Giovana, por algum acaso, aparecer na sua oficina de novo, como sei que ela vai fazer, mais cedo, ou mais tarde, Pascoal - Tenta não ser dura demais com ele, pois há alguns anos, eles quase tiveram alguma coisa, quando ela e Alberto quase se separaram - Ao invés de ficar com a minha filha, a deixando ir embora depois, liga pra mim, pra que eu possa leva - lá pra casa, e cuidar melhor dela.

__ tá bom, dona Safira, mas eu vou ter que te ligar escondido, a senhora sabe como Giovana é, né? Teimosa até demais, principalmente, quando é contrariada...

- Sim, infelizmente, eu sei, e muito bem, melhor, do que, você, pode imaginar, Pascoal - Suspira, cada vez mais decepcionada com a sua filha mais velha - Mas muito obrigada, por isso, de verdade.

__ magina dona Safira, oia a senhora não merece isso,de verdade mesmo.

- Mais uma vez, muito obrigada, pelo que está fazendo por mim, e também pela Giovana - Sorri para ele, muito docemente - Eu estava errada ao seu respeito, Pascoal, você é um bom homem, apesar de tudo.

__ que bom, que a senhora acha isso, pois, já eu, acho que sou, um fracasso.

- Eu posso imaginar, e muito bem, os seus motivos, Pascoal - O olha com ternura - Meu irmão e você, ainda estão sem se falar? Por isso, que você tá assim, tão deprimido? É por conta disso, Pascoal?

__ é sim, perder um melhor amigo, assim, desse jeito, é a pior coisa, que poderia ter me acontecido agora.

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Ao observar Giovana dormir, Matheus decidiu nunca mais usar drogas em sua vida, muito menos transar sem proteção. Ainda mais desde o último susto que tomou, quando achou que estava com sífilis, mas para a sorte dele, era apenas uma infecção, que logo foi tratada, ele já estava melhor.

Matheus amava muito Giovana, e por mais que odiasse divida - lá com outros homens, ele deixava, porque a amava de verdade, e queria vê - lá feliz.

Mas no final, seu pai, era, quem estava certo, mesmo que ele jamais admitisse isso para Cemil, dando o seu braço, a torcer. Depois de deixar Giovana em segurança, Matheus foi se encontrar com seu pai, na casa de seus avós, que não estavam, e acabou recebendo um soco do mesmo.

- Isso é jeito de me tratar, pai? Me batendo assim, ok, diz logo - Diz isso, esfrengando o seu maxilar, bem onde ele bateu - Que coisa errada, você acha que eu fiz dessa vez? O último soco, o do mês passado, se não me engano, foi porque eu tava, meio que, paquerando a Bel, uma mina de menor. Mas e esse de agora, heim, coroa? Foi, por qual motivo?

__ deixa de se fazer de vítima, seu moleque! Mas antes tivesse te batido mais, quando ainda dava tempo, de te consertar! Mas que história é essa, de você dar em cima, de outra mulher? Da Flávia, hein Matheus!

- E desde quando a minha vida sentimental, é da sua conta, ô coroa? Nao te devo mais satisfações da minha vida, porque você não larga do meu pé, e me deixa em paz? Heim? Por que? - Ele pergunta, irritado - Até porque, eu não me meti na sua, quando a vadia e insossa, da Mônica, te deu o golpe do baú, e olha, que eu tinha motivos, de sobra, pra isso.

__ VOCÊ É UM VAGABUNDO! UM MARGINAL! Como ousa dizer tudo isso da Mônica? Heim, Matheus? Como, se a Mô é a mulher que eu amo, minha esposa, e mãe dos seus irmãos?

- NÃO ME ENCHE O SACO! E NÃO SE META NA MINHA VIDA? - Cemil tenta bater nele de novo, mas Matheus o empurra no chão - Será que além da juventude, também perdeu o equilíbrio, velho ridículo?

- Como pôde fazer isso com o nosso pai, Matheus? - Era Soraia chegando e ajudando Cemil a se levantar - Ele é nosso pai! Nosso pai, caramba!

- Vê se não se mete nisso, ô, sapatão, sinto o cheiro de couro, de longe, aberração da natureza - A olha com raiva - E além do mais, eu não fiz nada, o velho caiu, praticamente, sozinho...

- Mentira, Matheus, eu vi tudo, até porque não sou cega, você empurrou o nosso pai, e ele caiu.

- É, Soraia, minha filha- Se apoia nela, para não cair - Pelo visto, o seu irmão perdeu todo o respeito que tinha por mim, se é que, alguma vez, o teve...

Continua...

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