10. A Voz do Fogo - Décima Quinta Parte.

0 0 0
                                    

Morga ia na frente.

— Sigam-me; conheço o caminho que precisamos percorrer para que as Sentinelas não nos vejam.

O trajeto pelas pontes das torres durou quase vinte minutos.

O efeito da Huma Imeia estava acabando.

Ao chegarem à ponte que interligava as residências de Smartika e Telkia, Morga decidiu descer ao laboratório sozinha.

— Esperem-me aqui. Vou buscar meus amigos e os Piróssios e, depois, iremos para aquele lado — disse, indicando a direita.

As rajadas de neve tornaram-se mais intensas e, embora fosse dia, o céu estava escuro e ameaçador.

Morga levou poucos segundos para chegar ao laboratório. O primeiro a recepcioná-la foi Yhari, que exclamou:
— Eu já não aguentava mais sem você!

Descabelada e transtornada, a garotinha mergulhou em seus braços:
— Precisamos fugir. Eu petrifiquei todos os Fhar... mas a magia está prestes a terminar. Minha mãe, Sasima e Gardênio estão aqui fora. Explicarei tudo para vocês no caminho. Vamos para a casa de Eremia.

Drima arregalou seus grandes olhos cor-de-rosa, e Horp articulou apenas duas palavras:
— Fugir... de novo?

Wapi emitiu um grito agudíssimo, e Cilla abriu o bico grasnando enlouquecidamente.

Morga admoestou-os:
— Calados! Querem que as Sentinelas nos matem?

Em seguida, dirigiu-se ao seu Piróssio de forma mais carinhosa, acariciando-lhe o pescoço.

— Wapi, eu o adoro, mas fique quieto! — exclamou, empurrando-o para a abertura da pequena lareira que levava ao corredor da ponte coberta.

Os quatro amigos fizeram um grande esforço para empurrar os dois Piróssios que, devido a seu grande corpo plumoso e à sua altura, encontravam dificuldade para passar.

Wapi perdeu muitas plumas brancas e Cilla sujou seu belo bico esfregando-o nas paredes enegrecidas.

Fim da Décima Quinta Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora