Já havia se passado três dias desde que a minha mãe descobriu do meu envolvimento com o Filipe, segundo ela ainda era muito informação pra digerir da noite pro dia e que precisaria tomar o remédio de pressão mais vezes, já que o risco de encontra-lo perambulando pela casa seria constante daqui pra frente.
Nossa conversa foi basicamente ao som de esporros e palavrões da dona Célia, que me fez jurar não estar me metendo no casamento de ninguém e que ela sabia bem da relação conturbada que ele tinha com a ex.
A única coisa cabível a mim fazer foi tranquiliza-la de que mesmo ele sendo quem é, eu nunca me envolveria com um homem casado, ainda mais sabendo que no meio de tudo isso tem uma criança.
Hoje era um daqueles dias que eu passava metade do dia evitando o instagram pra não morrer de tanto revirar os olhos.
12 de junho sempre foi um data superficial no meu ponto de vista, as pessoas literalmente esperam chegar uma data qualquer pra expressar o que sente através de demonstrações de afeto vazias onde a maioria dos relacionamentos são baseados em traições e desconfianças?
Isso nunca entrou na minha cabeça.
Nunca fui, e não sou romântica extremista, mas eu sempre valorizei a atitude de cultivar as relações, e demonstrar as pessoas que amamos diariamente, nem que seja através de uma simples mensagem de bom dia, ou uma ligação no fim do dia.
Detalhes, sempre foi e sempre será o mais importante pra mim.
— Vai sair? — Minha mãe pergunta ao me ver sentada no sofá terminando de pintar as unhas.
Levanto a cabeça a observando tirar os pegador que prendias os cachos feitos na chapinha nas pontas do seu cabelo.
— Ainda não decidi. — Faço bico pegando o palito pra limpar os cantinhos. — Por quê? — Questiono ao perceber a mesma me observar inquieta. — Vai mãe, pergunta logo.
Reviro os olhos sabendo exatamente o que viria a seguir.— Só pensei que o seu ficante fosse dar as caras por aqui, hoje. — Arqueio a sobrancelha enquanto continuo focada nas minhas unhas.
— Até onde eu sei hoje é dia dos namorados, não? — Escuto a mesma bufar e sair andando em direção a cozinha me fazendo segurar o riso. — E até onde eu também sei ...
— Você é solteira, eu já sei. — Me interrompe rapidamente.
Confirmo com a cabeça pegando a acetona.
— Eu vou é pro meu pagode, que eu ganho mais. — Volta pro quarto dela me fazendo rir fraco.
Respiro fundo olhando na direção do celular assim que a tela acende indicando notificação, estico o pescoço vendo mensagem da Carol.
Mordo o lábio decidindo responder depois.
Eu não vou bancar a surtada e dizer que estava esperando um pedido de namoro ou algo do tipo, essa ideia nunca nem se quer passou pela minha cabeça. Porém, não dá pra agir como se a ausência do Filipe nesses dois dias não estivesse me incomodando ao ponto de saber o porquê desse afastamento repentino.
Ele sempre faz questão de mandar mensagens em um intervalo ou outro no meio da correria que é a vida dele, e por mais que muitas vezes os nossos horários não batam, sempre conseguimos combinar pelo menos uma ligação na madrugada, ou de manhã cedo, assim que ele chega no hotel depois dos shows, e do nada, nem uma mensagem de boa noite?
Ele estava no Rio, e como eu sabia? O mesmo havia me mandando a agenda de shows da semana, e ainda sim a Steff passou o dia todo jogando conversa fora enquanto a doida tentava me convencer de ir pra São Paulo, acompanhar o pique dessa garota faz minha osteoporose gritar.
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Contramão
FanfictionEu te proponho o que há de bom, aquela melhor onda Hoje eu quero te ver, então me diz onde você tá ...