Filipe°
Olho o relógio no pulso vendo o ponteiro marcar 21:00 horas, depois de estralar o pescoço, respiro fundo ajeitando a gola da camisa.
Impaciente pra caralho pego o celular embaixo no suporte do carro pronto pra mandar mensagem quando vejo o reflexo de alguém se aproximando, baixo o vidro fazendo ela me notar, destravo a porta quando ela para do lado puxando o vestido antes de sentar me fazendo sentir o perfume invadir o carro todo.
Meus olhos percorre das pernas, ao cabelo loiro focando na boca grande, vermelhinha de gloss. Magrinha, patricinha toda, deixando na cara que gosta de se envolver com perigo.
— Demorei? — Pergunta depois de fechar a porta me fazendo focar em seus olhos.
— Não. — Sorrio de lado quando ela se aproxima me cumprimentando com um abraço me fazendo descer a mão pelas costas dela parando perto da bunda.
— Cê tá bem? Confesso que fiquei surpresa quando vi sua mensagem. — Volta pro seu lugar me fazendo acelerar ajeitando os cordões no pescoço.
— Tranquilão, pô. Fiquei te devendo um rolê, chegou a hora de recompensar, né? — Ela me olha sorrindo, abro o teto deixando o vento entrar enquanto pego o caminho em direção a casa do Maneirinho.
Do nada os cria resolveram marcar uma resenha já que geral tava pelo rio, o que quase nunca acontece.
O silêncio surge no carro me levando a aumentar o som que toca trem bala, me fazendo inspirar fundo perdido na onda do beat, sentindo mais uma vez o real sentido de cada estrofe.
Engulo seco batendo o dedo no volante levando a mão em seguida até a perna da novinha que me olha cantando.
Pra minha surpresa a música que começa a seguir é Kontenier, e antes mesmo que eu pudesse mudar ela resolve falar.
— Essa é a que eu mais gosto. — Sussurra me fazendo tirar a mão da sua coxa.
Confirmo com a cabeça engolindo seco quando minha mente me leva de imediato a imagem da Manuella dançando pelo apartamento como se fosse o melhor show da vida dela, ali em quatro paredes, onde a atração principal da noite era ela, vestida com minha camisa só de calcinha, sem maquiagem e com o cabelo molhado após o banho.
Meus devaneios vem e vão, trazendo questionamentos sobrecarregados das contradições que me sufocam.
Parando no sinal pego o isqueiro e o prensado na intenção de desacelerar a porra dos pensamentos que insistem em me fazer prisioneiro dessa sensação fudida de vazio.
Entrando na casa do Maneirinho sinto os olhares voltados a quem tá do meu lado, olho pro lado pegando na mão da loirinha que não se deixa amedrontar, pelo contrário me olha sorrindo sem olhar pros lados.
De longe vejo metade da tropa que já chegou, incluindo Cabelinho, L7, Maneiro, Caio, Xamã e o bielzinho, enquanto metade da casa tava cercada por mulher.
— Ih, alá quem chegou. — O lennon é o primeiro a me notar fazendo o restante olhar na mesma direção.
— Porra, tu fica gostoso mermo de vermelho, ein viado. — Mostro o dedo do meio pro Cabelinho que se aproxima me fazendo soltar da mão da Flaviê pra cumprimentar.
— Tomar no cú, rapá. — Retribuo o abraço ouvindo ele dar risada. — Já vai começar com tuas putaria, mermo?
— Deixa eu te elogiar, cara. Custa, nada ... — Nego rindo enquanto os caras dá risada.
— Merma viadagem de sempre, caralho. — O Xamã cruza os braços me fazendo rir enquanto abraço o Caio, meu cria, orgulho da Nada mal.
— E ae, paizão. — Bato nas costas dele que me olha. — Pensei que tu nem ia brotar, Dallas falou que o Théo tava contigo.
Confirmo com a cabeça.
— Tava mermo, mas a coroa tá lá em casa. Resolvi dar uma encostada rápida, só pra ver o cara desses pela saco.
Falo com o restante durante um tempo me sentando pra fumar.
— Quer beber? — Pergunto a ela que tá sentada do lado conversando com uma mina que tem rolo com o Maneirinho.
— Tem whisky? — Me olha.
Confirmo com a cabeça apontando pra mesa.
— Vou pegar lá pra tú. — Levanto indo até a mesa quando o Maneiro me para.
— Dei umas canetadas ae que acho que tu vai gostar, já mandei pro Dallas. — Confirmo ouvindo enquanto pego um copo descartável. — Já, já ele tá encostando ae com o Matheus, foram buscar a Steff que foi fazer umas fotos pra Labella, ou Algum bagulho assim...
— Jaé, qualquer coisa nós marca no studio e já faz o negócio andar. — Pego gelo de água de coco colocando dentro do copo misturando com Whisky enquanto escuto ele terminar de falar.
A voz do Cabelinho falando com alguém no celular por chamada de vídeo me chama atenção me fazendo parar e olhar.
— Dou dez minuto pra tu encostar aqui, tá ligado? — Viro o pescoço vendo o Orochi dar dedo pra ele do outro lado.
Travo o maxilar sentindo a boca secar.
Faz uns dois dias que ele achou que seria uma boa ideia trocar papinho furado comigo, nem fiz questão de atender enquanto via a ligação cair, depois mandou mensagenzinha perguntando se podia trocar uma ideia comigo.
Tá até agora sem reposta, e se depender do meu humor vai continuar assim.
Se tá querendo passar visão é porque fez o que queria fazer, sabendo exatamente o que tava fazendo.
Meu tempo é caro, não gasto com qualquer um.
Dou a volta voltando pro lugar onde tava entregando o copo a loirinha.
— Obrigada! — Me olha levando o copo até a boca passando á língua pelos lábios devagar chamando minha atenção depois de beber.
Desço os olhos até o decote do vestido que me dá uma visão privilegiada dos peitos dela, lembrando que foi uma das primeiras coisas que observei quando o Dallas mostrou a foto dela e das amigas pela primeira vez.
Ela se aproxima trazendo a mão a minha perna deixando perto da virilha enquanto tô inclinado com os cotovelos apoiado em cada coxa, o cigarro entre os dedos e o olhar no rosto dela que nem disfarça o que tá querendo.
To a dias sem dar uma, o que só pelo toque dela faz meu pau reagir.
Se aproximando ela sussurra no meu ouvido.
— Tem algum quarto fácil, por aqui? — Solto a fumaça que tava presa na garganta sorrindo fraco.
Olho pra frente vendo um grupinho chegar.
Dallas, Steff, Matheus
E ela ...
(Meta 200 comentários ae eu libero o encontro do Filipe e da Manuella)
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Contramão
FanfictionEu te proponho o que há de bom, aquela melhor onda Hoje eu quero te ver, então me diz onde você tá ...