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08 de janeiro de 2023

Manuella°

Desembarquei no Santos Dumont depois de quatro dias em São Paulo fazendo fotos de umas parecerias novas, provando coleção nova da labella e estudando melhor alguns projetos futuros. Meu corpo implorava por um banho bem tomado e eu não via a hora de chegar em definitivamente em casa.

Assim que entro no uber e mando mensagem pra minha mãe avisando que estou a caminho vejo o nome da dona Vanda surgir em chamada, já faz alguns dias que ela vem tentando me convencer de comparecer ao churrasco em comemoração do aniversário do pai do Filipe, e mesmo dando mil e um motivos para evitar situações constrangedoras não adiantou de nada, já que agora sei bem de quem o filho puxou o pulso forte.

— Acabei de chegar no rio. — Falo assim que atendo ouvir sua risada do outro lado. — Inclusive, estou dentro do uber.

— Então faz o que você tem que fazer e vem logo pra cá, daqui a pouco o Théo tá chegando. — Sorrio fraco.

— Usar o Théozinho é golpe baixo, dona Vanda. — Escuto a voz do Ricardo do fundo ficando cada vez mais audível.

— Manu, já separei seu pão de alho. — Ele grita me arrancando uma boa risada.

— Assim fica difícil debater, gente. — Retruco enquanto eles seguem na tentativa, até que por fim, acabo aceitando dar só uma passada.

Assim que chego em casa, largo as malas de todo jeito no canto do quarto e vou direto pro banho, enrolada na toalha abro a porta do banheiro vendo minha mãe colocar a cabeça no meu campo de visão.

— Vai sair? — Confirmo balançando a cabeça. — Ah, ia te chamar pra encostar no pagode do Geraldo, seu irmão também vai.

Olho pra ela enquanto tento idealizar o que vou vestir.

— Vou dar uma passada na casa da dona Vanda, hoje é o aniversário do Ricardo. — Faço bico quando o olhar dela muda. — E não, mãe. Não é pelo Filipe, e nem foi ele que me convidou.

Balançando os ombros ela tenta disfarçar a cara de quem tá mesmo com uma pulga atrás da orelha.

Acabo por fim decidindo vestir um cropped e uma saia levinha, olho no espelho as tranças que coloquei a pedido de uma marca, acabei gostando e decidindo ficar por alguns dias.

— Eu sei que não, até porquê segundo o Matheus eles só vão chegar a noite. — Confirmo com a cabeça  aproveitando pra sentar em frente a minha penteadeira e passar um corretivo nas olheiras que estão gritando.

— Se eu sair de lá cedo, tento dar uma passadinha por lá. — Falo hidratando bem meu rosto. — Quem vai?

— Eu, sua tia e uma amiga dela do trabalho. — Arqueio a sobrancelha.

— Nenhum bofe? — Dou risada dela que sai do quarto sem nem responder.

— Resolve a sua vida primeiro, Manuella. — Grita da cozinha. — Deixa que com a minha cerveja eu me resolvo.

— Até o Matheus chegar e cortar o barato da senhora, rapidinho. — Escuto ela resmungar alguma coisa de longe enquanto sigo focada em melhorar a cara de cansada.

Já pronta pego minha bolsa junto com um presente que comprei a um tempo e estava o guardado na intenção de dar ao Théo, e saio de casa assim que o uber chega, guardo minhas chaves e mando mensagem para o Flávio que com essa loucura de trabalho, nossos horários quase nunca se chocam, o que me leva a encher o saco dele com chamada de vídeo sempre que eu posso.

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