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— Eu sou fudido, e sempre fodo com tudo. — Respira fundo. — Não quero te arrastar pro fundo do poço ... — Sorrio nervosa negando totalmente incrédula. — Sei que nada do que eu fale aqui vai me dar razão, mas os dois já sacou que se isso for a diante, as brigas, os desentendimentos vai acabar com qualquer chance que a gente pode ter de ser feliz juntos.

Confirmo com a cabeça tudo que ele fala, sem coragem se quer de rebater qualquer coisa.

— Você sabe que daqui não tem mais volta. — Nossos olhos se prendem um ao outro, até me dar conta do seu olhar ser tomado por lágrimas.

Ali eu fui incapaz de seguir adiante com a conversa, principalmente quando ele me puxou pra perto e beijou minha testa.

Me afastei colocando a mão na boca indo em direção ao banheiro fechando a porta com tudo me deixando cair no chão e chorar em silêncio logo depois que ouvir a porta do apartamento sendo fechada.

Eu não podia ficar mais nenhum segundo aqui

Abri a porta tendo total certeza que ele havia saído me deixando sozinha, como eu seria daqui pra frente.

Com as mãos tremendo comecei a fechar minhas malas que estavam abertas, jogando tudo que faltava.

Peguei meu celular ligando colocando o número da primeira pessoa da lista pra chamar.

No terceiro toque atenderam.

— Oi amiga, te liguei várias vezes e nada de você atender. — Respiro fundo tentando me controlar, o que já era quase impossível.

— Steff ... — Choraminguei. — Posso ficar na sua casa, hoje?

— Meu Deus, o que foi que houve? Por quê, você tá chorando? — Seu tom de voz se intensifica e eu posso perceber o desespero dela.

— Acabou, amiga. — Suspiro sentindo o peso de falar isso. — Só vem me buscar, não consigo sair daqui sozinha.

— Fica ae, chego rápido. Não faz, nada. — Encerro a ligação tentando juntar tudo que é meu.

Quase uma hora depois escuto baterem na porta e a voz dela do outro lado, levanto sem cabeça pra nada e vou até lá.

Assim que giro a chave e a vejo, a única coisa que sou capaz de fazer é receber seu abraço.

— Não precisa falar, nada. Eu tô aqui e vai ficar tudo bem, tá? — Confirmo com a cabeça sentindo as lágrimas descendo.

— Só me ajuda tirar tudo. — Peço me afastando dando espaço pra ela que já vai pegando minhas coisas.

— Vem, tenho carona lá embaixo esperando. — Sem questionar nada apenas faço o que preciso fazer no modo automático. Depois de tirar tudo colocando no elevador, jogo a chave em cima da mesa e saio trancando a porta, deixando ali dentro tudo o que um dia fomos um para o outro.

Assim que as portas de metal se fecham, vejo meu reflexo no espelho e a única coisa que vem a minha mente é: Como vai ser daqui pra frente?

Como se soubesse o que se passa na minha mente escuto a Steff dizer.

— Pode ficar lá em casa o tempo que for, você sabe que a minha casa é sua. — Sorrio fraco dizendo um obrigada com os lábios sem emitir som.

Assim que chegamos na entrada com milhares de malas, vejo uma bmw azul parada  em frente ao prédio, o que me faz gelar do pés a cabeça, a última coisa que eu preciso é de algum dos amigos do Filipe por perto.

— Relaxa, ele não é o que a mídia diz. — Pisco involuntariamente totalmente receosa. — Confia em mim?

Vejo quando a portada frente se abre e a última pessoa que eu pensei encontrar parar bem na minha frente depois de abrir o porta malas.

ContramãoOnde histórias criam vida. Descubra agora