Filipe °
Porra, se tem uma coisa que tira o caralho da minha paciência é quando as coisas sai do combinado.
Três vezes a reserva foi remarcada por causa de compromisso tanto meu quanto da Manuella, e quando eu já estava prestes a mandar tudo pra casa do caralho e aceitando que o jeito ia ser ficar em casa comendo gordura e enfiando fumaça no pulmão, o telefone toque e ela me aparece com a maior calma do mundo me mandando arrumar os bagulhos e descer pra pegar ela.
Agora tô eu aqui esperando a Anna descer com o Théo a quase quarenta minutos.
Quando penso em largar o carro ali e subir os dois surgem no meu campo de visão.
— Oi papai. — Escuto ele falar assim que a mãe abre a porta o ajudando a sentar na cadeirinha.
— Oi Filho. — Me viro fazendo um toque de mão com ele. — Tá bem? — Ele confirma com a cabeça enquanto a Anna tenta prender o cinto em volta dele.
— Fica quietinho Théo. — Pelo retrovisor observo os dois quieto na minha.
Ela prende o cinto, se aproxima beijando a testa dele e antes de fechar a porta deixa as coisas dele no banco.
Estreito os olhos sabendo que alguma coisa tá errada, por mais que nos últimos tempos a nossa convivência tenha melhorado pra caralho, pelo Théo.
Baixo o vidro quando ela tá preste a passar do meu lado.
— O que tá pegando? — É a primeira vez que ela me olha nos olhos desde que desceu.
— Coisa minha. — Se limita a dizer, me confirmando que tinha sim alguma coisa pegando e pelo visto tinha haver comigo. — Não deixa ele ficar muito tempo no sol.
Da dois passos se afastando.
— Espera ae Théo... Já volto! — Abro a porta sabendo que ele tá observando nós dois de dentro do carro.
Assim que ela escuta a porta bater se vira parando de andar.
— O que foi agora, Filipe? — Cruza os braços apoiando o peso do corpo em uma perna só.
— É o que eu tô querendo saber. — Paro na frente dela que me encara com a sobrancelha arqueada. — Que porra tá pegando? Do dia pra noite mudou e tá de cara virada pra mim, porquê?
Ergo o queixo quando ela desvia o olhar.
— Já falei que é coisa minha. — Respira fundo bufando.
O silêncio ganha espaço e eu já to quase desistindo dessa porra e me virando pra voltar pro carro quando escuto ela falar.
— Quando você iria decidir me falar que o Théo teve febre e ficou mal por esses dias? — Estreito os olhos umedecendo os lábios voltando a encara-la. — Isso é, se você pensou em me falar, já que quando você tá com a que diz ser sua mais nova mulher, se quer lembra de que o Théo tem mãe, e de que ela sou eu.
Passo os dedos na testa entendendo de uma vez.
— Isso tudo é por causa da Manuella? — Sorrio fraco negando com a cabeça. — Tu vai meter mermo a culpa das paranoias que vive criando em que não tem nada haver?
Escuto a risada dela que rapidamente volta a posição de antes sem desviar os olhos dos meus.
— A gente já passou dessa porra de fase de piadinha e indireta. Fala logo o que tu tá querendo me falar a maior cota, mas não fala porquê sabe que vai fazer cena desnecessária.
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Contramão
FanfictionEu te proponho o que há de bom, aquela melhor onda Hoje eu quero te ver, então me diz onde você tá ...