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Depois de muito custo conseguir convencer o Filipe a entrar pelo menos na intenção de passar alguns minutos e não fazer desfeita com os meninos.

Todo os olhos estavam voltados na nossa direção assim que entramos de mão dadas, de cara percebi o tanto de mulher que circulava pelo ambiente, e que inclusive estavam me observando dos pés a cabeça.

Afinal, quem está do lado do Ret, sou eu!

— Então é assim as festinhas privadas de vocês? — Comento baixo. — Tá mais pra puteiro.

— Ae tu tem que reclamar com o dono da festa. — Arqueio a sobrancelha até que uma risada me chamou atenção conforme nos aproximávamos da roda onde a maioria era da Nada Mal.

— A patroa veio confiscar tudo hoje. — Viro o rosto encontrando o Cabelinho com uma calça preta, uma camisa do flamengo cheio de ouro em volta do pescoço. — Esquece paizão, meteu a coleira e as porras toda. — Gargalha me fazendo rir.

— Tava demorando, porra. — O Filipe retruca o cumprimentando com um abraço.

— Ae Manu, a casa né minha não, mas fica a vontade. — Nego com a cabeça o abraçando de lado.

— Tá mais reluzente que o sol. — Indico com o queixo pros cordões dele que sorrir me fazendo perceber o ouro no dente.

— Fala tu, o pai tá chato. — Passa a mão no peito me fazendo negar com a cabeça achando graça.

Aproveito pra cumprimentar todo o resto da turma, percebendo alguns rostos desconhecidos por mim.

O Filipe se senta e me puxa pro colo dele me entregando uma latinha de cerveja que nego, sei que vou acabar sendo a motorista da vez. Passo os olhos por todo local vendo a Steff de canto conversando com o Dallas, pelo menos era isso que eu pensava já que em seu rosto a feição não era das melhores.

— Ainda tá rolando? — Sussurro pro fofoqueiro atrás de mim que agora tem os olhos voltados na mesma direção em que meus olhos estavam a segundos atrás.

— Tô por fora, mas geral já sacou que não é só pegação. — Dou de ombros tentando focar no assunto dos meninos que falam sobre tudo e nada ao mesmo tempo, até uma movimentação estranha surgir na entrada fazendo os meninos comemorar ao ver o L7.

Percebo que o Dallas se aproxima dos amigos enquanto a Steff continua onde os dois estavam, me levanto deixando o Filipe sem entender e vou até ela que tá quieta olhando pro celular.

— Nem sei o que rolou, mas não gosto de te ver assim. — Escutando minha voz ela ergue a cabeça dando um sorriso fraco.

— Certas coisas não dá muito pra fugir. — Sento no banco vazio a sua frente a observando jogar a lata de energético no chão. — Deve ser por isso que vivo me afogando em trabalho, relacionamento nunca foi pra mim.

Faço careta negando de imediato.

— Amiga, não entra nessa, sério. — Afasto uma mecha do cabelo dela que estava sobre seu rosto. — Uma relação dar certo ou não, é questão de escolhas das duas partes, e pra ser sincera vendo de fora, acho que nem você e nem ele sabe ao certo o que querem. Se gostam, mas existe outros porem no meio disso tudo...

Soltando o ar pela boca ela confirma com a cabeça.

— E o você e o ret? — Balanço a cabeça. — Pelo menos fingem bem. — Fala me fazendo rir alto.

— Tirando a parte que em metade do tempo tem alguma bomba pra fuder com tudo, é... — Levanto os ombros. — Tem que tentar fazer dar certo, né?

Umedeço os lábios olhando de lado, especificamente pra ele que tá dando risada de alguma coisa que o maneirinho tá falando.

— Tem sido meu ponto de paz e o ápice do meu estresse. — Sorrio fraco. — Mas tem sido bom, faz tempo que não me sinto tão segura com alguém.

— Tá cadelinha mermo, irmã. — Mostro o dedo do meio pra ela que gargalha. — Foi dar golpe e acabou bebendo do próprio veneno.

Ficamos jogando conversa fora até me dar vontade de fazer xixi, depois de muito enrolar com a péssima explicação do TZ que me fez rodar quase a casa toda pra achar a porra do banheiro.

Estava terminando de lavar as mãos quando escuto alguém bater na porta.

— To saindo. — Respondi já sabendo que era o Filipe. Dou uma olhada no meu estado no espelho e abro a porta saindo. — Isso tudo é saudade?

Meu sorriso some no mesmo instante que me dou conta que não é quem eu pensava.

Me deparo com uma loira toda siliconada me olhando dos pés a cabeça, os cabelos bate na bunda e a unhas pintadas de vermelho. O braço tomado por tatuagem e a transparência do vestido é a última coisa que consigo prestar atenção com o tanto de informação em uma só pessoa.

Reviro os olhos passando por ela que sussurra alguma coisa qual não tenho o mínimo de interesse em saber.

— Tava onde? — Ele pergunta trazendo a mão até minha nuca assim que me aproximo.

— Fui no banheiro. — Pego do copo dele virando o resto do líquido forte que queima tudo pela minha garganta até o estômago.

Faço careta ouvindo a risada dele.

— Prefiro corote. — Sussurro ouvindo a risada grossa dele.

Encosto as costas em seu peito ouvindo ele falar sobre a agenda de show da próxima semana quando meus olhos recaí sobre a mesma loira de antes. Com um sorrisinho debochado no rosto ela passa na minha frente olhando diretamente pro Filipe, o que faz minha intuição gritar.

Respiro fundo dando risada, e lá vamos nós pra mais uma na continha dele.

Sorrateiramente ergo o olhar percebendo a carranca estampada em seu rosto, o que só faz minha língua coçar.

— Foi recente? — Me limito a dizer.

Me olhando de cima ele estreita os olhos.

— Advinha só, tava me esperando na porta do banheiro. Só faltou vim me dar conselho igual a sua ex. — Ficamos preso um no olhar do outro em silêncio até que ele cortar o contato.

— Essa porra já faz mais de ano. — Confirmo com a cabeça achando graça.

— Então ela não superou. — Viro o rosto procurando a mesma. — Mais uma, né?

— Ae o problema é dela, nunca dei moral pra piranha.

— Só comeu. — Passo a língua entre os dentes sentindo a mão dele apertar ainda mais minha cintura trazendo a boca na curva do meu pescoço onde faz questão de morder de leve indo na direção da minha orelha logo em seguida.

— O que ela quer, é você quem tem, minha preta. — Faço careta ouvindo ele rir. — Vamos embora daqui, tô doido pra te ver com raivinha peladinha pra mim.

— Vai é ficar duas semanas sem sexo pra aprender. — Cruzo os braços sentindo sua mão fechar na curva do meu pescoço me forçando a olhar pra cima.

— Tenta a sorte de tirar minha bucetinha de mim, tenta ... — Passo a língua nos lábios provocando vendo seus olhos acompanhar o movimento que ela faz .

ContramãoOnde histórias criam vida. Descubra agora