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— Ah, então essa é a Manuella? — Observo a mulher de cabelos claros e a fisionomia absurdamente parecida com a do filho se aproximar me puxando para um abraço, o que só me deixa ainda mais tímida. — É muito bom poder finalmente te conhecer, já ouvir falar muito sobre você. Me chamo Vanda e esse aqui é o Ricardo.

Seus olhos passam de mim para o Filipe que coça a cabeça enquanto estreito os olhos vendo claramente sua falta de vergonha cara, enquanto ele sorrir de lado.

— Qual foi? Falei mermo, tu me salvou naquele dia lá no hospital e ela já tá sabendo do rolo todo. — Reviro os olhos segurando o riso.

— Eu espero que tenham passado a impressão certa, ein? — Sorrio sem jeito. — O prazer é meu de poder conhecer vocês, mesmo que não seja em uma situação tão convencional.

— Vai se acostumando que com esse cara ae do seu lado, é tudo fora de orbita. — O mais velho falou sorrindo arrancando uma risada gostosa do filho.

— Já vai começar a explanar os bagulhos, mermo cara? — Sinto sua mão envolver minha cintura antes de beijar minha testa ganhando minha atenção pra si. — Vou trocar um papo com o Tico, marca cinco ae.

O observo simplesmente sair sem me dar a opção de retrucar, me deixando sozinha com sua mãe, já que o pai dele saiu pra atender o celular.

Respiro fundo no exato momento em que ele se aproxima do Thiago que me olha de canto de olho sem esboçar nenhuma reação.

Enrugo a testa tentando puxar na memória um motivo qualquer pra esse tipo de comportamento estranho dele direcionado a mim.

Acabo preferindo deixar de lado, já que tem muita coisa envolvida no momento pra me deixar ser levada pelos meus achismos.

— Ele é sempre foi assim? — Sussurro pra dona Vanda que me puxa pra sentar do seu lado.

— Assim como? Despreocupado ou sonso? — Sorrio ouvindo sua risada. — Ele nunca foi de muito assunto, mas quando quer sabe mostrar as unhas. Mas diante de situações como essa perder o controle só te faz colocar em uma posição de desvantagem. Ele já tá calejado com essas perseguições, mesmo sabendo que as vezes age como um menino de 17 anos e não um homem de quase quarenta.

Confirmo plenamente com a cabeça enquanto cruzo as pernas.

— Eu avisei que aquele open beck daria nisso, mas quem consegue lidar com ele ?

O silêncio volta a se fazer presente dentro da sala enquanto caos se forma do lado de fora pelos jornalistas doidos por informações, o que de certa forma me faz bufar.

Não tenho saco pra lidar com certos tipos de situações.

— O Filipe não é muito de se abrir, sabe? — Percebo seu tom de voz um pouco mais baixo o que me deixa atenta. — Desde o término dele e da Anna, no começo sentir que ele estava tentando fugir de ter que enfrentar os problemas pessoais se jogando de cabeça no trabalho dele, além de carrancudo é cabeça dura. — Fala me fazendo rir. — Mas o que eu quero falar é que, não sei exatamente o que tá acontecendo entre vocês dois, mas pra mim que conheço o Filipe de perto consigo perceber nitidamente a sensação de paz que passou a cerca-lo desde que você chegou, principalmente a confiança que ele tem sobre você quando o assunto é o meu neto.

Sinto um formigamento surgir no pé da minha barriga ao ouvir as palavras dela que de certa forma me deixaram sem jeito.

— Fico feliz em saber disso, o Théo foi o melhor presente que o Filipe poderia ter me dado, é a calmaria no meio da euforia que é a nossa convivência. — Respiro fundo olhando pra ela que sorrir.

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