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Filipe°

De canto observo ela que tá sentada do lado do Théo e do Victinho comendo junto com os dois. Não tem como não se aproximar dela e não se apaixonar, tá ligado?

Dinheiro, luxo, fama nunca teve espaço no coração dela ao ponto de se gabar, ela é isso mermo, pé no chão, humildade, pouco se importa com roupa de marca ou carro do ano. Os valores que ela carrega consigo são outros, papo de que o dinheiro não compra.

Sentindo que está sendo observada sua cabeça vira na minha direção e seus olhos me encontram, sorrio de canto recebendo uma revirada de olho e um sorrisinho tímido no final, o que me faz rir.

Nem parece que é toda cheia de marra olhando daqui, se brincar o Théo vai ficar maior do que ela, fácil.

— Quer um lenço? — Escuto o Nig falar atraindo minha atenção. — Tá babando e os caralhos, ae.

Reviro os olhos pegando meu copo.

— Deixa o homem que ele tá apaixonado... — O Maneiro fala me gastando. — Mas fala tu, é pra valer agora? Porque sabe como é, a Manu agora é famosa, altos menor em cima... — Enrugo a testa ouvindo o Cabelinho dando risada antes de falar.

— Tomar no cú, mermão ... — Gargalha. — Tu vai meter essa logo pro ret?

Eu até penso em responder mas o Matheus se aproxima colocando umas carnes em cima da mesa.

— Vai ser esse disco o dia todo, mermo? — Arqueia a sobrancelha me olhando. — Posso trocar um papo contigo depois?

Confirmo com a cabeça já pegando a visão.

— Alá, nem parece que tem medo ... — O Caio comenta fazendo os outros rirem, menos o Matheus que continua quieto me observando.

A risada da Steff e da Manuella quebra o clima fazendo geral olhar o Custódia que acabou de chegar e tá gastando o Dallas com alguma coisa, me afasto dos moleques indo em direção ao quarto na intenção de pegar o carregador do celular quando sinto alguém nas minhas costas, nem preciso me virar pra saber quem é.

— Qual a porcentagem do seu nível de paciência a essa altura? — Abro a gaveta vendo o fio branco e já puxo.

Me viro ficando de frente pra ela que me olha esperando uma resposta.

Nego balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto ela se aproxima passando os braços em volta do meu corpo ficando na ponta do pé deixando nossas bocas próximas uma da outra.

— A ideia foi sua. — Sussurra me fazendo sorrir.

Desço a mão livre das suas costas até a altura da sua bunda onde faço questão de apertar.

— Tá feliz? — Pergunto olhando em seus olhos.

Pendendo a cabeça para o lado ela pressiona os lábios ainda mantendo o olhar sobre o meu.

— Bom ... Tirando o fato de que repensei várias vezes em usar o meu réu primário... — Aperta os olhos me fazendo achar graça. — Sim... — Sussurra fazendo carinho na minha nuca quando abaixo a cabeça só pra poder beijar a curva do seu pescoço.

— Que bom! ... — Respondo mordendo seu ombro de leve. — Tava pensando ... — Me afasto só para poder olhar em seu rosto. — Em encostar na casa da dona Vanda e dar a notícia em primeira mão.

— Tô achando que você tá é metendo desculpa pra conseguir expulsar os meninos daqui. — Confirmo com a cabeça ouvindo sua risada gostosa surgir.

— É esse papo, mermo. — Negando com a cabeça ela se afasta.

— Nem nega o quanto é antipático. — Por cima do ombro a observo parada em frente ao espelho enquanto faz um coque no cabelo.

— Sabe que agora que você é conhecida, e que sabem do nosso envolvimento, qualquer coisa que vazar... — Ela me interrompe se virando pra mim.

— É ... Eu sei. — Suspira mordendo o lábio inferior. — Só vamos tentar preservar um pouco antes de expor de fato? — Enrugo a testa quando ela se senta na ponta da cama. — Não quero meter os pés pelas mãos dessa vez, sabe?

Respiro fundo confirmando com a cabeça entendendo pra caralho o que ela tá sentindo.

— Sem estresse ... — Pisco pra ela que se levanta e caminha até a porta. — Manda mensagem pra tua sogra ae pra ela preparar o rango.

Vejo quando ela arqueia a sobrancelha e me olha.

— Vai ficar com o bucho quebrado desse jeito. — Mordo a ponta da língua me aproximando dela por trás que sai andando.

— Ae tu vai ter que aprender a lidar com o fato de que o teu homem é o mais rico e gostoso da cena. — Gargalhando ela me belisca no braço.

— Desculpa meu amor, agora quem vai ter que lidar com o fato de ter a mulher mais gostosa do momento é você. — Estreito os olhos sabendo que é mais pura verdade.

— Ae Manu ... — O Cabelinho grita assim que voltamos para a área externa. — Já meti teu nome no próximo jogo do mengão,

— Tá de brincadeira? — Ela grita indo pra perto dele e do Maneiro que já me olha segurando a risada.

— Porra de flamengo, filho da puta. — Mostro o dedo do meio pra ele que gargalha vindo pra cima de mim. — Aqui é fluzão, porra.

Com cara de deboche ela me olha.

ContramãoOnde histórias criam vida. Descubra agora