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O pai do Filipe surge logo atrás do Théo, parando em frente a casa nos observando enquanto coloco o pequeno no chão que já sai correndo de volta para dentro.

— Oi seu Ricardo. — Dou um sorriso fraco vendo o mesmo se aproximar me abraçando de lado.

— Só Ricardo mesmo, Manu. — Fala simpático olhando para o filho.

— Bora entrar. — Escuto o Filipe falar me guiando para dentro junto com o pai.

— Chegaram na hora certa, a Vanda acabou de tirar o bolo do forno.

Assim que adentramos a sala de estar as vozes se fazem presente, quieta permaneço vendo uma versão do Filipe um pouco mais velha e bem mais forte na minha frente jogando vídeo game com um garoto que tem os traços parecidos com o do Tio.

— Ae Tio, o pai é muito ruim no fifa. — O mais novo fala fazendo o Filipe rir.

— Sempre foi, menor. — Sinto ele parado atrás de mim quando o irmão se levanta. —Ae Manu, esse é o Daniel, meu irmão. Mais conhecido como Nig.

Eu só consigo pensar: A dona Vanda não tem um útero, tem uma máquina de tirar xerox.

— A famosa Manuella que todo mundo fala. — Estica a mão me cumprimentando. — Prazer, Daniel.

Aperto sua mão em resposta.

— Famoso aqui só é seu irmão, e o prazer é meu. — Sorrio fraco.

— Aquele ali é o Arthur, meu mais velho e o Victinho tá lá no quarto com o Théo. — O garoto acena sem jeito pra mim fazendo o pai dar risada.

— Eu sabia que tinha escutado sua voz.  — A dona Vanda surge enxugando as mãos em um pano de prato. — Finalmente você apareceu, o Filipe me falou que você quase não para em casa por causa do trabalho.

Ela me abraça apertado passando a mão nas minhas costas, a doçura e o carinho que essa mulher tem só me faz perceber o porquê o Filipe é tão apegado a família dele, o sentimento de ter pra onde voltar quando as coisas apertam sem sombras de dúvidas é a melhor parte vivendo nesse mundo caótico.

E isso é o que tem pesado bastante na minha mente nos últimos dias.

— É, mas isso acabou hoje. — Suspiro sorrindo sem mostrar os dentes.

Ela me analisa olhando bem pro meu rosto.

— O que houve, minha filha? Você tá com carinha de choro. — Engulo seco confirmando com a cabeça.

Caminhamos em direção ao sofá onde o Filipe me puxa pra sentar do seu lado enquanto a mãe senta a nossa frente em uma das poltronas.

O Daniel e o filho estão no sofá menor enquanto o Ricardo está parado entre um corredor que dividi a sala de outro ambiente da casa.

Inspiro fundo buscando forças.

— Acabei de ser demitida. — Suspiro sentindo a mão do Filipe sobre minha cocha. — Alguém usou do meu relacionamento com o Filipe para me atingir dentro do trabalho.

Encosto minhas costas no encosto me sentindo cansada.

— Como assim usaram do relacionamento de vocês? — Vejo a mesma questionar. — Pensei que ainda estivessem mantendo segredo.

Confirmo com a cabeça, mas antes que eu pudesse responder o Filipe tomou a frente.

— Ae é que tá o problema. Poucas pessoas sabem ... — Ele me olha de canto. — Meteram um papo de que a Manuella se envolveu comigo no horário de trabalho, naquele dia lá que levei o Théo pra emergência.

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