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Depois de almoçar e conversar mais algumas coisas com ela, acabo decidindo ir embora. 

Tem sido muita informação pra processar de uma hora para outra, e no meio disso eu só consigo focar na parte que eu preciso falar com a Vanda, em respeito e consideração a tudo que ela já fez por mim, e não foi diferente agora.

Vejo o carro do Flávio parar na minha frente assim que saiu de dentro da casa da minha mãe que me olha de canto de olho, amostrado do jeito que é obviamente que não perderia a oportunidade de descer o vidro e se exibir.

— Bom dia, tia! — Faço careta olhando pra dentro do carro ouvindo minha mãe responder.

— Tenho que ir. — Viro pra ela que confirma com a cabeça.

— Pensa no que a gente conversou, tá? — Balanço  a cabeça enquanto dou a volta no carro abrindo a porta do passageiro,.

Assim que coloco o cinto de segurança escuto ele buzinar arrancando com o carro.

— E ae, como foi? — Pergunta me fazendo olhar pra ele que tá sem camisa, com o celular em uma das pernas e o baseado entre os dedos. — Tá de boa?

— Tentando não pensar em nada. — Sorrio forçada mudando de assunto. — Quem tá na sua casa?

Me olhando de canto ele sorrir fraco me dando a certeza que tá cheio de gente, e é exatamente o que eu vejo assim que estacionamos na garagem.

Vários carros espalhado pelo condominio, depois leva processo e acha ruim.

— Já, já a tia Nane bate aqui e acaba com a alegria das popozudas. — Falo dando risada pegando minha bolsa enquanto ele nega com a cabeça.

— Nem brinca com essa porra. — Passando pela porta escuto o som do lado da área de lazer e vários rosto desconhecidos.

Queria saber como é que ele consegue fazer brotar mulher igual formiga, cara.

A maioria dos olhares estão voltados em mim, e eu tô pouco me lixando se estão confirmando a fofoca da vez.

Pela porta de vidro vejo o Cabelinho, maneirinho e os amigos do Flávio na beira da piscina dando risada de alguma bobeira.

— Vou colocar o biquíni, já desço. — Falo pra ele indo em direção a escada, subo os degraus correndo seguindo até o quarto que pra variar tá uma bagunça.

Já trocada desço as escadas fazendo um coque no cabelo, só basta pôr o pé perto da piscina pra ouvir a boca do Victor como sempre.

— Qualé Manu, cadê o mijão? — Fala me fazendo revirar os olhos. Me aproximando deles, o primeiro a vim até mim é o Maneiro que passa o braço por cima do meu ombro beijando minha testa.

— Tá brincando mais que a brincadeira, né? — Dou risada abraçando ele de lado.

— Ainda, bebê. — Pisco ouvindo sua risada rouca. — Meu erro foi se juntar com vocês.

— Vou nem falar nada pra tu, ein Manuella. — Escuto o Victor falar de dentro da piscina enquanto vou na direção das bebidas pegando uma corona trincada.

— Cadê o Flávio? — Viro pro Tanque um dos seguranças dele.

— Entrou ae agorinha. — Confirmo  me sentando no meio dos poucos que eu conhecia.

Vejo o Cabelinho se aproximar enxugando o cabelo na toalha já sabendo que pela cara dele vai me perguntar coisa.

— Ae ... — Olho de lado enquanto ele se senta perto pegando minha cerveja. — Posso perguntar uma coisa a tu? Sem maldade, mermo.

— Se eu disser que não, você vai perguntar do mesmo jeito. — Ele dar risada me devolvendo a long neck.

— Tu e o ret terminou mermo? — Balanço a cabeça em confirmação. — aaaaaaaaah, agora eu entendi o bagulho. — Reviro os olhos enquanto ele tenta disfarçar.

— Não tô pegando e nem dando pro Flávio, se é isso que você também quer saber. — Ele cruza os braços me olhando segurando o riso.

— Tá mermo não, que ele tá quase engolindo a língua da mina ali. — Aponta com o queixo me fazendo virar e encontrar o outro agarrando a cintura de uma morena dando risada de alguma coisa que ela fala de canto.

Estreito os olhos tendo certeza que a pessoa que ele tá se agarrando é a Carol, o que me confirma no mesmo instante em que ela se vira vindo com ele pra perto da gente.

— Tá de putaria com a minha cara. — Murmuro ouvindo os meninos no lado dando risada de alguma coisa que conversam entre eles.

Largo minha cerveja e levanto de uma vez indo na direção dos dois, assim que percebe minha presença a feição dela muda enquanto seus olhos passeam por todo meu corpo parando no meu rosto. Fecho a cara sem render o teatrinho de amizade que ela estava prestes a fazer, prendo meu olhar no do Flávio que me olha.

— Vem comigo agora. — Me limito a dizer passando por ele cortando de vez a chance que a outra tinha de tentar chegar até mim, já que ela até tentou se aproximar.

Saio andando ouvindo ele pedindo pra ela esperar, caminho em direção a cozinha enquanto ele me chama.

Os olhares de quem tá na sala voltam pra nós dois, e eu tô pouco me fudendo se vão inventar mais mentiras com meu nome no meio.

Paro perto da bancada passando a mão no rosto nervosa.

Hoje com toda a certeza Deus separou o dia pra testar até onde o meu limite vai, não é possível.

— Qual foi? — Abre os braços me fazendo virar e olhar bem na cara dele enquanto ele tira o óculos escuro. — Tá braba por causa de quê?

Inspiro fundo antes de falar.

— Sabe quem é essa piranha que você tá se agarrando? Não, você não sabe, né? — Ele se aproxima cruzando os braços com uma feição de confusão estampada no rosto.

— Tá falando de quê, Manuella? Passa a fita de uma vez. — Mexe a cabeça.

— Lembra que eu falei que me ferraram no hospital? Que armaram pra mim? Foi ela.— Aponto pro lado de fora. — Essa vagabunda batia no peito e dizia que era minha amiga, vivia dentro da minha casa, tinha rolo com meu irmão. Enquanto por trás tava sentando pro diretor do hospital e fazendo a porra da minha caveira. Essa é a Carol, porra... — Esfrego o rosto me segurando pra não fazer escândalo.

— Perai, porra. Conheci essa mina no insta, vivia mandando direct e o caralho pra mim, já esbarrei em altos rolê, ae agora tu vem me dizer que essa é a mina do hospital? — Confirmo com a cabeça olhando pra ele. — E como é que eu ia saber dessa porra?

— Eu não sei, Flávio. Não sei, eu só sei que se ela não sair daqui agora quem vai sair sou eu. — Sinto meu peito subir e descer cada vez mais rápido quando alguém aparece atrás dele ganhando minha atenção.

Mas é muita cara de pau mesmo.

— Manu? — A voz dela entra nos meus ouvidos me fazendo contar mentalmente de um até três.

Dou risada virando a cabeça pro lado.

ContramãoOnde histórias criam vida. Descubra agora