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Inspirei fundo dando as costas ao Caio, ficando frente a frente com o Filipe que até então não moveu um músculo se quer.

— Filipe, pelo amor de Deus. Volta pro carro, as pessoas vão começar a te reconhecer ... —  Suspirei segurando em seu braço fazendo seus olhos descer até encontrar os meus. — Por favor ... — Sussurro sentindo meu coração acelerado.

— Essa é a sua emergência, Manuella? — A voz do Caio ecoou pelas minhas costas me fazendo fechar os olhos na tentativa de me manter calma.

— Eu não vou ficar te dando explicações de nada, Caio. — Retruco ouvindo sua risada irônica.
Eu poderia estar do outro lado do mundo e ainda sim seria capaz de visualizar a expressão de deboche estampada bem no seu rosto.

— Vai ficar roncando em cima dela até quando, otário? — Não foi só o tom da voz do Filipe que surgiu de forma fria e grosseira, em seus olhos era possível notar o incômodo que já se instalava sobre si, me deixando ainda mais nervosa.

— Filipe, deixa isso pra lá. — Passo por ele tentando puxar seu corpo, mas a única coisa que consegui foi esticar o tecido da camisa já que seu troco permanecia na mesma direção de antes.

— E se eu tiver? O que tu tem haver com isso? — Me viro vendo o Caio dar dois passos a frente na tentativa de vim peitar o Filipe, o que me faz soltar a sua camisa e ir com tudo pra cima dele.

— Vai querer bancar o idiotar, agora? — Empurro seus ombros sentindo o sangue subir a cabeça. — Para de ser tóxico, porra. Eu to cansada desse seu teatrinho ridículo de sempre, entende de uma vez que eu não sou sua, inferno.

Ele sorrir fraco me encarando.
Como sempre fazia em todas as vezes que tentava me encurralar.

Esse era o motivo do qual nunca me permitiu seguir a diante em uma relação séria com ele, por mais carinhoso e solicito que ele seja, sempre vai voltar a estaca zero e continuar agindo como um macho tóxico que acha que pode mandar até nas roupas que eu visto.

Essa é a realidade que eu escondo de todos que convive ao nosso redor por consideração a nossa roda de amigos, eu cansei de dar murro em ponta de faca por acreditar sempre na melhor versão das pessoas.

— O que é que ele tá te dando que eu não te dei? O Patrocínio tá forte? — Arregalei os olhos e antes que eu pudesse ter qualquer iniciativa vi o Filipe passar por mim segurando ele pela gola da camisa e o encostando na parede de uma vez.

— Tu tá achando que tá falando com quem, caralho? — O Matheus passou feito um vulto na minha frente junto com os outros meninos se metendo no meio dos dois. — Perdeu a porra da noção, seu merda.

Pisquei algumas vezes custando acreditar no que ele tinha insinuado.
Só voltei realmente a mim quando vi meu irmão puxando o Ret pra longe e o Pedro tentava segura o Caio que gritava um monte de merda.

— Amiga, mete o pé, a galera tá começando a vim olhar. — A voz da Carol me fez ter noção da merda me impulsionando a correr até o Filipe que me olhava preocupado enquanto seu peito subia e descia involuntariamente.

— Mete o pé, Manuella. Vaza, é melhor pra vocês dois. — Olhei pro meu irmão que deu dois tapinhas nas costas do Filipe que só balançou a cabeça vindo até mim em seguida pegando na minha mão e me puxando com tudo pra dentro do carro dele.

A nossa sorte foi que o restante das pessoas não tinham se quer dado conta do que tinha rolado pelo som alto dentro do bar.

Encostei a cabeça no banco do carro engolindo em seco assim que sentir o mesmo acelerar pegando um caminho totalmente diferente do que levaria até a minha casa.

ContramãoOnde histórias criam vida. Descubra agora