Contramão

114

       

Manuella°

No restaurante o clima foi cercados de sorrisos e muito falação, e a todo tempo sentia as mãos do Filipe soando sobre as minhas, o sorriso estampado na cara já não conseguia esconder a ansiedade em contar a todo mundo.

A cada dois minutos ele me olhava dos pés a cabeça, o que me fazia rir com a preocupação dele.

Eu pedir com muito custo para que só contássemos a todos depois de falarmos a sós com o Théo.

— Você tá começando a me deixar nervosa, Filipe. — Sussurro assim que passamos pela porta do estabelecimento e ele já vem logo jogando o braço por cima do meu ombro.

Paro de andar assim que ele me guia se afastando da turma já com um sorrisinho de canto.

— Porra... A gente conta, rapidinho ali sem estresse, sem muvuca, e depois quando chegar no hotel contamos a parada direitinho pro Théo, amor.

Estreito os olhos.

— Você não vai mesmo desistir? — Suspiro rindo, quando sinto um bolo querendo surgir na garganta.

Fechei os olhos respirando fundo tentando me concentrar pra não vomitar.

— Qual foi?... Tá passando mal? — Fico quieta ouvindo ele falar sem parar. — Quer água?... Perai.

Sinto quando ele se afasta e a voz da Steff se aproxima.

— A gente tem que passar na farmácia pra comprar um remédio de enjoo pra você.

Ponho a mão na boca começando a soar frio.

— Toma, aqui. — Sinto o cheiro dele quando sua voz surge novamente, o que me faz abrir os olhos encontrando uma garrafa de água na minha frente que ele tá me entregando.

Pego e consigo beber um pouco.

Percebo que todo mundo tá me olhando, menos o Théo que tá com a babá mais a frente, totalmente alheio a situação.

— O que tá pegando? — O Dallas se aproxima junto com o Tico.

O Filipe me olha sem saber o que falar.

— Mal estar, deve ter sido alguma coisa que ela comeu. — A Steff toma a frente e eu suspiro encostando a cabeça no ombro do Filipe.

Tudo o que eu menos queria era ocupar a cabeça dele com preocupação.

— Pode contar, amor. — Sussurro sentindo a mão dele passar pela minha cintura.

— Não, pô... Tu tá mal, outra hora. — Sorrio fraco negando com a cabeça.

Levanto a cabeça olhando nos olhos dele que me olha preocupado.

Me aproximo selando nossos lábios em um selinho rápido.

Vejo sua testa enrugar e ele me analisando quando respiro fundo e crio coragem de falar aos que estão perto.

— Na verdade, gente... É que a equipe vai ganhar mais um integrante. — Falo calmamente vendo a Steff sorrir.

Primeiro o Tico para e me encara descendo o olhar até minha barriga.

Escuto a risada abafada do Filipe na curva do meu pescoço.

— Não vai deixar de rebelde, nunca. — Pisco os olhos sem olhar diretamente nos seus. — Duas dessa eu tô fudido.

— Perai, porra... — O Dallas fala eufórico me fazendo dar risada. — Essa parada é sério, mermo?