— Fala ae, deve ser muito difícil tentar ser eu, né? — Fecho a cara dando dois passos a frente.
— Tá falando de quê, garota? — Joga o cabelo pra trás me fazendo rir com o cinismo estampado na cara dela, enquanto tenta sustentar o personagem.
Dou risada batendo palma tentando a todo custo me segurar.
O Flávio tá do meu lado encostado na bancada de braços cruzados observando tudo calado.
— Qual é a tua, Carolina? — Abro os braços indo pra cima dela. — Manda teu papo reto e direto de uma vez, eu já saquei tudo, tô te palmeando a dias só pra ter a certeza do quão piranha você é. — Ergo o queixo ficando cara a cara com ela que sustenta o olhar soltando uma risada em seguida.
Fecho as mãos sentindo as unhas furando a palma, o sangue quente percorrer por cada veia enquanto luto contra meu próprio instinto.
— Pra cima de mim, Manuella? — Sorrir estreitando os olhos. — Primeiro o ret, agora o Orochi e eu que sou a Piranha?
Inspiro fundo olhando lentamente sem desviar um segundo.
Dou mais um passo a frente fazendo meu peito bater com o dela.
— É? — Sorrio. — E mais quem? — Viro a cabeça sentindo o peito subir e descer freneticamente. — Fala pra mim.
— Você se acha a fodona, né? — Confirmo com a cabeça passando a língua nos dentes percebendo sua postura fraquejar quando seu corpo pende pra trás por causa da minha aproximação. — Acha que todo mundo rende pra você, que é sempre a melhor que todo mundo. Mas você não é porra nenhuma, nem pra sua mãe... — Minha mão vai com tudo na cara dela que vira com o impacto, não espero por sua reação travo os dedos na sua mandíbula a empurrando pra dentro da cozinha de uma vez fazendo suas costas se chocar com o armário.
Esperneando ela segura meu braço me furando com a ponta das unhas por todo meu braço enquanto tenta me empurrar me fazendo bater a cabeça dela com tudo na parede.
— Tá achando que tá falando com quem, caralho? Cê achou mesmo que eu não ia descobrir que você fudeu com a minha vida, porra? — Sinto sua mão vir em direção ao meu cabelo quando o Flávio entra no meio me puxando pela cintura tentando me prender entre a bancada e ele. — Mal amada do caralho, aceita que ninguém te quer, marmita.
— Não perde a razão. Deixa essa filha da puta pra lá, porra... — Me afasto dele de imediato quando ela vem pra cima de mim fazendo ele ficar no nosso meio.
— Você é uma puta encubada, Manuella. Sempre foi, vai pagar de boa moça até quando, porra? — Pega a cerveja do Flávio que tava em cima da bancada jogando na minha direção me fazendo desviar. — Fui eu que falei mesmo, pra todo mundo saber quem a queiridinha, é. Num tava querendo fama? Sustenta teu engajamento, agora. É tão puta que deixou o macho pra pegar os amigos ... — Sinto o braço do Flávio envolver minha cintura me impedindo de sair do lugar no mesmo momento que o Cabelinho surge na cozinha.
— Coé da tua, mandada? — Fala olhando primeiro pra ela desviando depois pra nossa direção. — Tá peitando a Manu, porquê? — Cruza os braços estreitando os olhos batendo de frente com ela que amarra o cabelo.
— Tira essa porra daqui, Cabelinho ... — O Flávio rebate puto tentando a todo custo me segurar enquanto me debato embaixo dele me forçando contra seu braço.
— Me solta Flávio, me solta ... — Empurro ele que me puxa pro outro lado.
— Pelo visto já sentou pra tropa toda, né manuzinha? — Gargalha fazendo meu sangue ferver.
— Ronca pra mim, porra... — Escuto a voz do Victor que puxa o braço dela. — Tá achando que tu é quem, aqui? Se adianta, vaza ...
A lágrima de raiva escorre pelo meu rosto enquanto sinto a respiração do Flávio nas minhas costas.
— Sentei pra quem tu queria sentar, aceita e me erra, porra; Sentei e sentei gostoso, sabe porquê? Porque eu não preciso usar a buceta pra me garantir em nada. Sou a mulher que tu tá tentando a muito tempo ser, por isso tá ae se matando pra chegar onde eu cheguei. — Passo a mão no rosto limpando ouvindo ela resmungar enquanto o cabelinho tenta fazer ela sair.
— Cuidado pra polícia não bater na porta da mamãe de novo. — Estreito os olhos olhando pro Flávio que me olha entendendo a mesma coisa, virando a cabeça na direção dela afrouxando os braços em volta de mim, o que me faz passar por baixo e correr em direção dela que tá de costas.
Sem hesitar avanço no cabelo puxando seu corpo com tudo pra trás, é o tempo de ver ela caindo e o Maneirinho entrando no meio junto com um dos seguranças dele.
Sinto quando me puxam com tudo me tirando do chão me afastando dela que se levanta a força quando o Tanque segurança do Flávio leva ela pra fora que esperneia xingando.
— Que porra, foi essa? — O Diogo me coloca no chão enquanto sinto todo meu corpo tremer.
— Que ódiooo ... — Grito me sentando no chão sentindo as lágrimas descer.
Todas as minhas suspeitas se confirmaram. No momento em que minha vida estava sendo virada de ponta a cabeça, essa filha da puta estava dando risada em algum lugar.
Foi ela, ela quem entregou meu endereço a polícia, quem armou tudo pra me fuder de todos os lados.
Quem um dia eu chamei de amiga, esteve o tempo todo na minha sombra, cavando minha cova.
— Se acalma, cara... — Escuto o Cabelinho falar se abaixando na minha frente enquanto o Flávio gritar com alguém no celular. — Judas morre sozinho, Manu.
Abaixo a cabeça soltando o ar pela boca.
— Se essa porra entra aqui no condomínio é pra chamar a polícia... Não quero saber irmão, dá teu jeito. — A voz do Flávio se afasta me fazendo levantar os olhos o procurando.
— Fecha essa porra ae, cara. — O Diogo grita pra alguém que fecha a porta que divide a sala da área externa. — Relaxa que ninguém vai saber desse bagulho não, Manu. Por mim, tu tinha decido o cerol, mermo ...
Engulo seco pegando a garrafa de água que um deles me entrega.
— O cão tem buceta e saia, mermão ... Tem condições não, porra ... Tomar no cú ... — Balança a cabeça inspirando forte me olhando. — Bora lavar esse rosto ae e fingir que nada aconteceu ... — Para na minha frente esticando a mão. — Tu vai ficar na merda por causa dessa porra, não.
— Ae Manu ... — O Victor fala se levantando. — Jiu jitsu tá em dia, ein ... — Dar risada fazendo o Diogo balançar a cabeça rindo. — Tu voou em cima da garota, porra ... — Reviro os olhos ficando em pé.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contramão
FanfictionEu te proponho o que há de bom, aquela melhor onda Hoje eu quero te ver, então me diz onde você tá ...