O Berçário Das Fadas - Contos Bianca

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-Veja que linda estrela do lado esquerdo da sua tela. Ajude ela a brilhar. -Sorriu Dora a aventureira enquanto acenava para o leitor.

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Boa leitura

Os objetivos de Bianca no reino das fadas em parte havia sido concluído. Não havia se livrado de seus poderes como era o objetivo inicial, mas estava aprendendo a controlá-los. A rainha estava certa, Bianca pensava, considerando agora seu poder como um fragmento de seu pai, a herança que ele havia deixado e que queimava em seu coração.

Ela se sentia outra pessoa, como se um grande peso que carregava em suas costas tivesse sido retirado. Seu coração estava mais leve assim como sua alma, ajudando a organizar seus pensamentos e a se sentir melhor consigo mesma; como se algo bom que ela já possuía dentro de si tivesse saído da escuridão, sendo puxada novamente para a luz. Talvez o que a rainha havia dito sobre manipular suas emoções tivesse algo haver, mas de qualquer forma havia uma pessoa que não tinha gostado nada do caminho que as coisas haviam tomado. Sua mãe Estela.

-Era para você ter se livrado disso! Ser uma garota normal! -Brandia Estela enraivecida.

-Eu sou normal mamãe. Isso é parte do que eu sou, parte do que o papai era. -Bianca tentava se explicar.

-O que você sabe? Seu pai odiava isso! Preferiu ser um humano do que uma fada. -Mas sua mãe não estava disposta a ouvir. -Desperdiçando sua vida por um reino que não se importava com ele, que o via apenas como uma arma a ser usada.

-Você não entende mãe. O reino das fadas mudou, a rainha sombria foi deposta e a verdadeira rainha assumiu o trono.

-O que vai ser do seu futuro agora? -Estela impediu que sua filha continuasse a explicação, estando preocupada apenas com seu ego e seus próprios desejos egoístas. -O que vai ser dos seus sonhos? Não quer mais ser uma modelo famosa? -Estela apelou para aquilo que sempre dizia quando Bianca fazia algo que ela não gostava, ou não lhe dava ouvidos. No entanto ela não sabia as mudanças que sua filha havia enfrentado com a ajuda da manipulação emocional da rainha das fadas.

-Esse nunca foi o meu sonho. Era o seu.

-Então qual é o seu sonho? -Estela perguntou irritada, por ter recebido uma resposta que não esperava de sua filha. Não quer mais ser bonita? Se não for bonita nunca mais terá aquilo que quer.

-O meu sonho é ser igual a como o meu pai era. -Suspirou Bianca. Ela sabia que sua mãe não ia gostar nada da notícia que trazia, mas não pensava que seria tão rígida e extremista desta forma. -Ajudar as pessoas, ser admirada, ter bons amigos, mas além de tudo quero ser forte como ele era.

-Você não pode ter as duas coisa. Não pode ser forte e bonita. -Estela respondeu com a voz trêmula enquanto corria os olhos com as mãos.

-Esta errada mamãe. Eu serei muito forte, mas também serei muito bonita. -Disse Bianca enquanto se aproximava para abraçar sua mãe, sem saber ao certo como aquela conversa havia ficado tão aleatória. Porém sabia que para sua mãe beleza sempre foi tudo, algo essencial, pois foi assim que fora ensinada.

-Eu só não quero perder você também. -Disse Estela entre lágrimas e abraçando com mais força sua filha.

Com aquelas conversas, com aquelas escolhas, Bianca havia escolhido seu caminho, não mais seguiria se prólogo anteriormente escrito, o que a tornaria uma pessoa igual sua mãe e talvez pior no futuro, uma modelo linda e formosa, porém vazia e infeliz. Ela havia modificado sua própria história, para que no futuro se tornasse uma das fadas mais poderosas do reino das fadas.

Bianca retirou alguns dias para si, para que pudesse digerir tudo o que havia passado, todas as informações que havia escolhido, e quais seriam provavelmente as consequências de ter mantido seu poder, ao mesmo tempo que ajudava sua mãe a lidar com o luto e a solidão que a consumia. Por outro lado, seu celular se enchia de ligações perdidas e mensagens não lidas de Jonathan, que nao paravam de acumular por mais que excluísse as mensagems sem ler ou desarivasse as notificações de seu celular.

Contos - O Corvo e o LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora