Contos - O Corvo e o Lobo

O Rei Feiticeiro - Contos Escarmom

Boa leitura📚

Escarmom se manteve ao lado do rei durante alguns meses, aprendendo o que podia com aquele reino, e assim mipulando o rei usando sua magia, para que fizesse aquilo que ele gostaria que fizesse, ganhando influência e prestígio. Por de trás de todas as grandes decisões do rei, estava Escarmom oculto nas sombras com um olhar ganancioso observando.

Haviam aqueles que percebiam as más intenções do feiticeiro, qualquer um que olhassem para ele perceberia que bom ele não era, por mais que na maioria das vezes tentasse colocar uma máscara de bom moço sobre seu rosto.

-Meu lorde, não deve confiar no feiticeiro. Ele está tramando algo, manipulando o povo e o comércio. -Alertavam os mais próximos do rei, que estava cego por encantamentos de magia negra.

Os tolos que tentavam ir contra Escarmom, acabam sendo executados pelas ordens do rei, acusados de traição. Porém era Escarmom que puxava as cordas usando o rei como sua marionete. Reis e líderes próximos que compartilhavam de tratados de paz e comércio, também estranharam as novas posturas rígidas do rei, percebendo que algo estava errado, colocando seus próprios espiões para investigar o reino mercantil. Logo seus próprios magos e portadores de magia perceberam o que estava ocorrendo, mas não possuíam poder algum sobre o reino vizinho, no rumo que as negociações estavam, um passo em falso e uma guerra real eclodiria.

"Se quiser se tornar rei precisa ganhar a confiança do povo, que realmente é capaz de protegê -los, ou destruí-los. Se não se curvarem por respeito, que se curvem por medo."

Orientava Leviathan que permanecia escondido nas montanhas próximas, incapaz de se esconder em sociedade por conta de seu corpo colossal, ao qual não conseguia transfigurar para uma forma humana. Leviathan sempre invejou a forma humana, a sociedade que construíram e seus belos castelos e reinos. Como não podia caminhar entre eles, o demônio primordial apenas os destruía; se não podia ter o alvo de sua inveja, então ninguém podia ter.

Com a idade avançada do rei, sua morte ocorreu de forma natural em uma noite silenciosa e limpa, porém com a notícia os líderes monarcas entraram em crise sobre quem teria a coroa. Claramente Escarmom que se tornará o mais próximo do rei, sendo seu conselheiro e confidente, possuía o posto mais próximo da regência, sendo assim também era o maior interessado na morte do rei.

-Assassinato! O rei foi assassinado! -Esbravejavam os líderes do exército.

-Acusações injustas. O corpo do rei foi examinado pelos melhores médicos do continente. Além de ter passado por exames minuciosos que revelaram que não existe vestígio de magia alguma. -Explicava Escarmom que não era ouvido, devido toda a ira do povo do leste.

No entanto tudo estava nos planos do feiticeiro e do demônio primordial.

"Use os meus olhos para enxergar. Veja o mundo através deles." -A voz de Leviathan ecoava dentro da mente de Escarmom, orientando o que ele deveria fazer.

-SUVLASCLASVEN!

Escarmom fechou os olhos e invocou o feitiço, quando os abriu novamente, seus olhos estavam negros e reptilianos, onde sua pupila havia ganhado a forma de uma fenda. Seus olhos haviam se tornado os olhos de Leviathan, que enxergava tudo através deles.

O cadáver do rei estava posto em um caixão de vidro, deitado sobre rosas brancas, diante de toda a aristocrácia e burguesia, além dos generais do exército. Todos acompanhavam o velório do rei no salão principal do Castelo.

"Veja o que eu vejo."

Escarmom caminhou até o caixão do rei com a desaprovação de todo o reino que ainda o culpavam pela morte do rei. No entanto aquilo que o feiticeiro via ninguém mais via. O mundo havia ganhado um filtro negro e vermelho, possibilitando que ele enxergasse sinais de calor e energia mágica ao redor de todos, auras coloridas que queimavam em seus corpos; onde umas possuíam chamas mais intensas que outras. Sendo que encima da cabeça de cada um deles havia uma fita na mesma cor de suas auras saindo do topo das cabeças.