Um Sentido Para Vida - Contos Vladimir

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Uma semana de sorte para quem votar na estrelinha 🌟🌟

Boa Leitura Pessoal! 😊😊

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-Asmodeus! Asmodeus!

Vladimir gritava nervoso e desesperado pelo demônio primordial da luxúria, pois o culpava pelo o que tinha acontecido, fora o demônio da luxuria que o instruiu a se ajoelhar perante ao rei feiticeiro, o que ocasionou em todo o final desastroso. A criatura escutou o chamado de Vladimir, de seu representante, porém apenas o ignorou completamente entediado com seu suposto filho; tinha mais o que fazer, mais pessoas e seres para corromper. Mesmo que possuísse um contrato com Vladimir, a criatura não devia nada a ele, sequer se importava com ele, mesmo que isso a enfraquece-se, pois não era poder que Asmodeus desejava mas sim satisfez sua própria luxúria ao mesmo tempo que a espalhava pelo mundo, corrompendo a criação divina.

Não sabendo o que fazer, agora que Escarmom o único que poderia matá-lo havia deixado bem claro que não faria isso, Vladimir se sentia completamente pedido.

Encarando as águas calmas e esverdeadas do lago, refletindo os raios de sol assim como sua pele sem vida também o fazia, ao mesmo tempo que uma leve brisa acariciava seu corpo e movimentava seus cabelos. Se sentindo quase hipnotizado por este lago, Vladimir começou a caminhar em sua direção.

As pedras do fundo não feriam seus pés nus, mesmo ficando cada vez mais submerso. Logo as águas cobriram seu rosto e todo o corpo, Vladimir não precisou respirar fundo nem guardar oxigênio em seus pulmões; não precisava disso, nem mesmo tentou nadar. Ele continuou caminhando pelo fundo do lago, como se simplesmente descesse uma ladeira. O corpo de Vladimir não se opunha as águas pesadas das profundezas do lago, tinha força suficiente para isso, apenas os fios de seus cabelos dançavam nas profundezas das águas escuras daquele lago.

Quando Vladimir chegou na parte mais funda do lago, ele apenas se deitou nas areias macias, observando os poucos peixes que lá haviam e outras criaturas marinhas nadando calmante. Vladimir sentiu-se abraçado por aquele silêncio, por toda aquela paz e calmaria, abandonado toda as mágoas, angústias e tristezas que o torturavam por dentro; ele facilmente regenerava as feridas de seu corpo, mas as de sua alma permaneciam sangrentas.

Sua mente ficou vazia, abandonado seus pensamentos negativos ou qualquer outro que possuísse, tornando sua mente uma página em branco. A sensação de estar deitado nas profundezas daquele lago se assemelhava muito a que sentiu quando foi selado pelos sacerdotes e liberado as forças por Asmodeus, sem que desejasse aquilo.

Tempos se passaram, anos, décadas, talvez séculos, era difícil dizer, principalmente para Vladimir que sentia o tempo passar de forma diferente, principalmente estando em um estado de imersão auto induzido de sua própria mente; ali como um imortal ele apenas existia.

Em uma data época algo de diferente ocorreu. Vladimir poderia estar preso em seu próprio tempo no fundo do lago, porém o mundo continuava a girar, as coisas continuavam a ocorrer, muitas tendo seu fim enquanto outras apenas começavam a estourar, muitos nasceram e morreram e outra vez renasceram. Mas naquela noite foi diferente, Vladimir estava acostumado e assistir em silêncio o dia sendo trocado pela noite e visse versa, assim como as estações do ano apenas de observar a superfície do lago de seu fundo. Naquele momento era noite, luz alguma chegava nas profundezas do lado; a escuridão total e faminta devorava Vladimir e ele a aceitava de bom grado, aquilo era o mais próximo de um sono que ele poderia chegar.

Entretanto uma forte luz dourada e quente iluminou a superfície, tão poderosa que a noite se transformou em dia, afastando toda a escuridão que o abraçava; nunca vira o fundo daquele lago tão iluminado daquela forma. Portando aquela luz avassaladora não podia vir do sol, ou de qualquer outra estrela luminosa, parecia que o próprio céu possuísse luz própria, estando totalmente iluminado. Só que Vladimir não possuía nada haver com aquilo, por mais que sentisse grande curiosidade, não tinha forças o suficiente para sair daquele, local, quase como se não conseguisse mover seu corpo, estando pesado e cansado, mesmo sendo um vampiro, algo que Vladimir gostava de sentir, pois assim parecia novamente que era humano, mesmo que nenhum de seus órgãos internos estivessem funcionando devidamente, atrofiando conforme o tempo sem uso se prolongava. Pouco ele sabia, que essa sensação de peso e cansaço não vinham de seu corpo mas sim de sua mente e alma escurecidas.

Contos - O Corvo e o LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora