A Garota Que Brincava Com Cadáveres - Contos Violet

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Boa leitura e cuidado com os palhaços que no escuro observam (nesse exato momento).

O tempo sempre costuma passar mais rápido para as crianças, talvez para que assim possam aproveitar ao máximo a infância curta que possuem, mesmo assim algumas insistem em apressar esse tempo ainda mais, ou são forçadas a isso

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O tempo sempre costuma passar mais rápido para as crianças, talvez para que assim possam aproveitar ao máximo a infância curta que possuem, mesmo assim algumas insistem em apressar esse tempo ainda mais, ou são forçadas a isso.

Logo dois anos se passaram e Violet completou oito anos. Mesmo ainda com a pouca idade ela parecia ser mais velha, era mais alta do que as outras crianças da mesma idade e também mais inteligente e sagaz, devido a forma impiedosa com que a vida tinha lhe apresentado. Desde de muito nova também era inteligente e observadora, absorvendo todo o conhecimento a sua volta com muita facilidade, algo que também contribuíam para que ela aparentasse ser três anos mais velha do que realmente era. Ainda assim sua mentalidade infantil continuava intacta, porém não ouso dizer pura, sua mente já tinha várias rachaduras.

Ela estava brincando de casinha com seu inseparável coelho azul que já tinha ganhado algumas cicatrizes da vida, perdendo um pouco de seu recheio de algodão. Junto a eles tinha um gato branco de olhos azuis, não tinha uma para traseira e seu olho esquerdo se deslocou um pouco para o lado, expondo seu interior, ainda assim Violet o adorava e o tinha nomeado como perneta.

-Ei bonequinha. -O dono do parque Carterfil, a chamou. Um homem muito gordo que sempre usava um chapéu e terno marrons surrados. -Sera que poderia entregar esse embrulho para o seu pai?

O homem gordo entregou um embrulho lacrado para a garota que o aceitou. Ele encarou um pouco perneta e sentiu repulsa a encarar seus olhos, a menina também era um pouco estranha mas com a família que tinha não podia culpa- lá, de qualquer forma a beleza que tinha compensava isso. Se fosse um pouco mais velha talvez já aguentaria, pensou ele

-O que é? -Perguntou ela.

-Um presente. Mas você não pode abrir viu? Estragaria a surpresa. Posso contar que você entregará apenas para ele?

-Pode sim! E prometo que não vou abrir. -Respondeu Animada.

-Isso boa garota! -Disse passando os dedos inchados sobre o rosto de porcelana da menina.

Ela fez o que a pediram para fazer mas quando seu pai abriu o embrulho ficou irritado e a jogou contra a geladeira com apenas um tapa. Isso havia começado a um ano, quando sua mãe decidiu começar a chegar tarde em casa também, assim quando Victor chegava em casa e não tinha sua mulher para descontar suas frustrações, ele a descontava na menina. Quando Suzana chegou em casa depois da primeira vez que Violet tinha sido agredida de forma violenta, a menina correu aos prantos para os braços da mãe, porém a mesma afastou sua filha com um empurrão, derrubando a menina no chão, mesmo percebendo todas as marcas vermelhas e roxas espalhadas pelo corpo da menina.

Suzana havia sucumbido ao mundo das drogas e da prostituição, considerando essa como sendo sua única forma de sobrevivência, já que não podia abandonar o marido que tanto amava. Mesmo sendo cruel agora ele podia voltar a ser gentil como tinha sido um dia, ela precisava apenas entendê-lo melhor. Era o que ela pensava e por isso se entregou a mesma vida que ele possuía, para conseguir fazer isso, e de fato conseguiu. A droga e o prazer momentâneo apagavam tudo de ruim de sua vida e por um momento ela acreditava realmente que era feliz, porém com o tempo a duração dessa felicidade foi se tornando cada vez mais curta. No entanto o vício já a tinha a consumido assim como Victor, e era daquela vida promíscua de onde ela retirava o dinheiro para o alimento de seu prato e para manter seu vício recém adquirido.

Contos - O Corvo e o LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora