Dois Corvos - Contos Karasu

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Enfim chegamos ao último capítulo dos Contos Karasu, espero que tenham gostado destes contos e que tenha ficado a altura do que esperavam do Karasu, sei o quanto gostam dele.

Nesse capítulo final veremos histórias que já conhecemos mas do
Ponto de vista do Karasu.

Boa leitura 📚🤳

Karasu observava no alto do guarda roupa seu mestre acordar aos poucos, encontrando seus olhos com os dele

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Karasu observava no alto do guarda roupa seu mestre acordar aos poucos, encontrando seus olhos com os dele. Curioso seu novo mestre se levantou e se aproximava com cautela, se assustand com sua própria aparência ao perceber seu reflexo no espelho. Tão diferente de sua aparência anterior, admirava cada detalhe, Karasu então acreditou que este era o seu momento de dizer algo, usando a conexão que apenas ambos possuíam.

"-Não se preocupe mestre. É normal o feiticeiro herdar alguns traços de seu guardião, por isso sua aparecia de parece com a minha."

-O que você fala? -Respondeu o menino de olhos vermelhos, ainda mais assustado.

Karasu então começou uma série de explicações, ao perceber o quão inexperiente e de conhecimentos limitados seu novo mestre era. Mas não podia esperar muito de um jovem daquela idade, que ainda não passava de um aprendiz de feiticeiro; era seu papel ajudar aquele garoto, mas primeiro precisava se apresentar.

—Como você esperava que nos comuniquemos sem que eu possa falar? Na verdade eu não "falo" estou usando telepatia, nós herdamos a língua de nossos mestres e por sinal meu nome é Karasu. Farei o que me ordenar e nunca o trairei. -Karasu fez uma reverência para seu mestre buscando demonstrar sua total fidelidade, abaixando sua pequena e abrindo suas assas.

No entanto o breve resumo de Karasu sobre o que era, ocultava grande parte da verdade. Feiticeiros haviam sido enganados pelos Três Grandes Bruxas, principalmente por Morgana, que em outrora também havia sido um demônio invocado por um feiticeiro. Usando sua influência no passado e seu grande poder ela ensinou seus seguidores o mesmo ritual de invocação demoníaca, mudando apenas o nome para guardiões, para que fossem aceitos e não temidos.

Em troca forneciam grandes quantidade de poder mágico aos seus mestres, assim como conhecimento. Por esse motivo simplesmente acreditaram que os guardiões se tratavam de espíritos de antigos feiticeiros, em um trato para trazê-los de volta a vida. Algo que não estava errado, mas era apenas a ponta de um grande iceberg. Desta forma a invocação de guardiões de tornou algo cultural, sendo passando de coven para coven, de pai para filho, até se perder na história.

Essa mesma verdade foi passada aos próprios guardiões, ao serem invocados não possuíam mais as memórias do tempo como demônios, apenas poucos fragmentos desconexos, assim como de suas vidas anteriores, por mais que todo o conhecimento mágico que possuíssem permanecessem com eles assim como suas personalidades. Um mecanismo de defesa criada pela própria bruxa Morgana para que sua história se tornasse verdadeira, e a fraqueza dos guardiões não fosse passada para seus mestres, criando runas específicas para isso no círculo de invocação semeado entre os feiticeiros. Os feiticeiros desta forma invocavão guardiões com as personalidades parecidas com as suas, com a mesma natureza mágica, chegando até mesmo a serem familiares em outras vidas.

Contos - O Corvo e o LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora