Olhos Dourados - Contos Kenan

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Haverão algumas mudanças na história do Kenan em comparação ao segundo livro, pois naquela época não pretendia me aprofundar na história dele.

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Boa Leitura

Em meio as decorações festivas da Noche de Los Muertos na cidade do México, uma mulher americana flertava com um belo rapaz alto de pele morena, ambos se desejavam com olhar, quase como se estivessem hipnotizados, incapazes de deixar de admirar um ao outro com olhar, imaginando seus corpos despidos.

O homem foi o primeiro a se aproximar, exibindo o peito peludo com três botões abertos de sua camisa florida. Seus braços fortes e também cobertos por pelos, envolveram o corpo magro e ao mesmo tempo bem desenhado da mulher, a ensinando a dançar a típica dança de seu país.

Em meio a bebidas fortes em comemoração a memória de entes queridos que já se foram, e beijos molhados cheios de mordidas e mãos bobas, o homem levou a mulher até um hotel no centro da cidade, onde em um quarto alugado a mulher se entregou ao belo rapaz que a seduziu em uma noite de outono.

A noite sem dúvidas fora mágica e encantadora, nunca havia estado com um homem como aquele, capaz de fazer cada parte de seu corpo se contorcer de prazer, tornando impossível controlar os gemidos que saiam de sua boca sem que pudessem ser contidos; mesmo que a tapasse com a mão. Algo que logo o homem a repreendia com o desejo de querer ouvir o som que o corpo da mulher era capaz de produzir.

No entanto como qualquer magia, a noite mágica de amor não durou para sempre. Quando a luz do sol entrou pela janela do quarto junto com uma brisa quente, fazendo com que as cortinas salmão dançassem ao seu ritmo, a mulher acordou incomodada com a claridade que invadia o quarto. Com um sorriso no rosto, ainda descabelada e com o cheiro forte do perfume do homem impregnado em sua pele, ela se virou para o outro lado da cama a procura do seu companheiro encantador, porém nada encontrou. O homem já havia ido embora a muito tempo, de fininho saiu sem que pudesse acordar a mulher, não deixando uma carta em nem nada para trás. Ela sequer sabia o nome dele ou qualquer outro tipo de informação pessoal, o que a deixou triste e vazia. Se isso tivesse acontecido com qualquer outro homem, ela teria se sentido usada e largada, mas não com ele, havia sentido tanto prazer, tantas emoções boas que haviam feito todas as suas dores e pesares desaparecerem, que ela perdoou o homem por sua partida silenciosa, prometendo que guardaria para si as lembranças daquela noite maravilhosa.

As festividades do dia de Los Muertos acabaram, assim como seus poucos dias de férias naquele país. Quando estava no avião sobrevoando a cidade do México desaparecer abaixo dela, não conseguiu não pensar no homem forte e peludo que a havia dominado e levado consigo seus pensamentos, talvez ele sem pensasse mais nela, sendo apenas mais uma mulher entre tantas outras que caíram em seu charme sedutor; era o que ela pensava para conseguir deixar de pensar nele, algo do qual estava certa.

Após alguns dias que voltara para seu país começou a se sentir muito mal, enjoada e fraca, não importava o que comesse, nada parava em seu estômago por muito tempo, apenas o cheiro de comida já fazia seu estômago revirar.

Completamente apavorada com os motivos daquele mal estar, além do atraso em seu ciclo menstrual, a mulher fez um teste de gravidez, onde rapidamente deu positivo.

Desesperada ela se colocou a chorar, pois como pudia ter permitido que aquilo ocorresse? Mal conseguia cuidar de si mesma, como cuidaria de outro ser? Ainda mais uma criança, estando totalmente sozinha e com um salário que mal dava para as contas do mês. A mesma hora amaldiçoou a si mesma por ter aceitado se deitar com aquele homem desconhecido, por ter ganhado o sorteio que lhe garantiu aquela viagem de final de semana com tudo pago; nunca ganharam nem um tipo de sorteio em sua vida, como poderia ter negado uma viagem como aquela? Não possuía duvidas, o Destino a odiava, o mundo a odiava, todos a odiavam, estava pagando por seus pecados disso já podia ter certeza, mesmo que sempre tivesse sido uma boa mulher trabalhadora.

Contos - O Corvo e o LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora