Contos - O Corvo e o Lobo

Queime Como O Sol. Brilhe Como O Ouro- Contos Bianca e Áurea

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Boa leitura.

-Me enfrente! -Disse Áurea para Bianca, que estava a alguns metros de distância da general das fadas.

-Ain. Eu não tenho muita certeza disso não. Além de sentir que estava quase derretendo, acho que não sinto nada de diferente. -Respondeu Bianca acoada e visivelmente amedrontada.

Ambas estavam em um salão redondo feito exclusivamente para treinamento em batalhas. O ambiente era amplo e o teto do salão se estendia a vinte metros de altura, para que assim as fadas não precisassem se conter, principalmente aquelas que possuem asas.

As paredes e o teto do salão eram feitas de madeira petrificada, lembrando quase um mármore acinzentado, revestidas com um material dourado que parecia ouro, circundando todo o salão até o teto. O chão era feito do mesmo material dourado, quase como se ouro líquido tivesse sido derramado ali.

No meio das paredes do salão,em uma altura de dez metros, havia aberturas que davam a sacadas de observação, onde um público curioso poderia se confortar. Naquele dia o local estava quase lotado de soldados de armadura e Valquírias da elite das fadas, todas querendo testemunhar um raro momento em que a general Áurea seria vista em uma batalha, todos queriam observar e perto e aprender com ela.

O objetivo daquela batalha seria testar se a tocha contendo a chama do crepúsculo, que havia sido passada para Bianca por um fragmento da alma se seu pai, agia exatamente como diziam as escrituras encontradas pela rainha, onde o poder acumulativo de vários usuários mantinham a chama acessa, e ao passar para outro descendente as habilidades deles também seriam herdadas; uma espécie de memória muscular.

Do alto do observatório, em meio aos soldados e Valquírias, Semíramis, a rainha das fadas também observava o início daquele confronto com grande curiosidade no olhar e um sorriso malicioso nos lábios. Ainda não havia sido percebida por Bianca, nem mesmo os outros que compunham os espectadores, pois estava ocultos atrás de uma espécie de vidro falsa que se escondia atrás dos arcos dourados que revestiam o salão de batalha. Entretanto Áurea, como uma formidável Valquíria, já havia sentido a presença da rainha, assim como a de seus colegas.

-Eu não fiz nada além de meditar até agora. Acha mesmo que do nada vou aprender a controlar meu poder e lutar contra você? -Dizia Bianca com a voz trêmula.

-Como eu disse antes é exatamente isso o que iremos testar. -Respondeu Áurea fazendo com que o piso dourado do salão tornasse líquido ao seu redor e fluísse para suas mãos, formando uma espada de lâmina fina. Bianca já havia visto aquela espada antes. -Vamos ver como a chama do crepúsculo se comporta.

-Tá de brincadeira. Você quer mesmo me matar? -Bianca se afastava alguns passos.

-Não vou matar você. Mas poderes mágicos normalmente despertam espontaneamente para salvar seu usuário. Portanto irei lutar a sério. Caso houverem ferimentos, ele serão curados depois, mesmo assim tente não se machucar muito. "Além do que não é sempre que posso me exibir para vossa majestade. " -A última parte, havia apenas ecoado dentro da mente de Áurea.

-É você que tem que tentar não me machucar muito! -Brandiu Bianca já irritada com a forma com que as coisas estavam indo.

-Atacarei no três. -Disse Áurea exibindo sua lâmina de esgrima feita de ouro maciço. -Um.....dois..... três....

Em questão de segundos, Áurea avançou para cima de Bianca que nem ao menos conseguiu acompanhar com os olhos, levando um corte superficial em seu braço.

Bianca grunhiu de dor colocando sua mão direita sobre o ferimento. Porém com isso ficou completamente exposta para Áurea, que usando uma velocidade impressionante, onde nem mesmo parecia estar pisando no chão, praticamente flutuava no ar, atacou Bianca de todos os lados que permanecia parada recebendo todos os golpes de raspão de Áurea.