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Lana Gavira:

— Não sei se eu vou conseguir. — Falei, eu estava me sentindo mal ao ver aquela casa, foi lá que eu cresci. Vi o carro de meu pai na garagem e deduzi que por algum milagre ele estava em casa.

— Amor, a decisão é sua, somente sua. — Gavi disse simples, eu vi que ele estava tipo "bem feito, deveria ter me ouvido" e isso me deu mais vontade de ir lá. Tomei coragem e saí do carro, depois de acender seu cigarro, Gavi desceu também.

— Joga isso fora. — Falei. — Não piore as coisas para o seu lado. — Ele revirou os olhos e fez o que eu pedi/ordenei. Toquei a campainha meio receosa, enquanto eu estava nervosa pra porra, Gavi estava com a maior cara de tédio, eu tinha o melhor marido do mundo.

A porta marrom enorme se abriu e quando a pessoa apareceu, eu não acreditava no que eu estava vendo. Gavi olhou rapidamente e deu um sorriso debochado do tipo "isso vai ser mais divertido do que eu pensava" agarrei sua mão fortemente para não cair ali desmaiada, não podia ser, aquilo era um pesadelo, só podia.

— Você... — A pessoa murmurou enquanto vinha até a porta, eu ainda não tinha nenhuma puta reação.

— Lana... — Gavi disse.

— Ana... — Foi o que eu consegui dizer, aquela vagabunda havia voltado, meu pai havia aceitado ela de volta.

— Hm, a pirralha está mais crescida, bonita e casada com um homem top de linha, parabéns. — Ela tinha um deboche intenso em sua voz. — Pensei que nunca mais iria aparecer, que feio, deixou seu pai sozinho e sem razões para viver, se não fosse por mim, acho que ele não aguentaria a dor de ter perdido a filhinha. — Ela disse e eu comecei á chorar. Gavira me apertou com força.

– Eu fui seu patrão um dia, lembra? — Gavi começou á dizer. — Você sabe muito bem qual é meu tipo de vida, então acho melhor você ver como fala com a minha garota. — Gavira a repreendeu.

— Você não mataria uma mulher grávida, não é mesmo? — Ana disse e eu senti uma fincada em meu coração.

— O QUE? — Gritei.

— Isso mesmo que você ouviu.

— Valentina... — Ouvi a voz de meu pai. — Quem está... — Ele parou assim que passou pela enorme porta e veio parar no portão, ele não acreditava no que estava vendo, ficamos nos olhando por algum tempo, percebi que ele estava meio envelhecido. — Lanis... Lana... — Sua voz saiu fraca, as lágrimas se formaram em seus olhos. Ele fez questão de abrir aquele portão o mais rápido possível, em seguida ele estava me abraçando com toda a força do mundo, eu me sentia até meio sufocada, mas mesmo assim, aquele abraço era maravilhoso. Eu chorava descontroladamente, uma tristeza com mistura de saudade e culpa me dominavam, fazendo-me chorar mais ainda. — Meu Deus... — Ele disse me olhando. — Olhe para você... — Ele dizia me fitando. — Está quase uma mulher, já fez dezoito, agora dezenove e eu não tive notícias suas em nenhum desses aniversários. — Ele disse tristemente e eu acariciei seu rosto.

— Desculpa... — Foi o que eu consegui dizer. —Desculpa por tudo.

— Vamos entrar... Vem... — Ele disse me puxando.

— Eu vou junto. — Gavira se pronunciou e meu pai o notou.

— Roubá-la de mim já não foi o suficiente? — Meu pai disse à ele.

— Tudo consequência dos seus atos, se você tivesse acreditado que eu poderia ter feito-a feliz, nada disso teria acontecido. Você não ficaria sem ter notícias de sua filha por dois anos. — Gavi disse firme e meu pai não discutiu, apenas continuou me puxando, segurei a mão de Gavira e o puxei também, Ana vinha atrás com a maior cara de cu.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora