capítulo 10

425 34 7
                                    

Mas Dulce não parou. Só parou quando se bateu com alguém. Nina. Ela encarou a outra, ofegante pela corrida.

Nina: Vou ter que repetir quantas vezes que não deves andar por ai assim? – Perguntou, mas estranhou Dulce não responder.

Os cabelos de Dulce haviam se soltado do pequeno laço na corrida, e caído pelas costas. O pescoço marcado estava exposto, mas ela não ligou. Christopher parou na parede atrás da curva, observando.

Dulce: Odeio você. – Disse, e Nina ergueu uma sobrancelha – A odeio porque é uma invejosa, despeitada.

Nina: Me respeita, garota. – Disse, admirada pela reação da outra.

Dulce: O que anda espalhando por ai, Nina? O que ganhas com isso? – Perguntou, magoada. Seu peito doía, e ela não conseguia se desfazer daquilo. Queria chorar.

Nina: Não sei do que está falando. – Disse, sínica, mas sorria.Christopher não podia ver o sorriso.

Dulce: É claro que não. Ninguém sabe. – Disse, a voz mais mortificada ainda. – Não te suporto, quero que isso fique claro.

E ela saiu de novo a passos rápidos, logo correndo outra vez. Mas estava muito longe das dependências onde ficavam os quartos dos empregados.

Ela, cansada de correr, se confinou em uma sala, ofegando pela corrida e pela dor da decepção. O silencio a cercou.

Ela caminhou até um canto, se amparando em um armário de louças, e pôs as mãos no rosto.

Porque aquilo a incomodava tanto? Porque estava machucando tanto?

Várias pessoas já haviam desconfiado dela, acusado, mas nunca doera tanto como agora. Então a porta se fechou atrás dela.

Christopher: Eu disse que não havia acabado. – Dulce respirou fundo, se virando para vê-lo ali, subitamente perto. Ela teve que erguer o rosto para encará-lo – Te ousas a fugir de mim outra vez e pagarás o preço pela insolência. – Avisou, encarando-a.

Dulce: Por favor, eu não quero mais brigar.

Christopher ergueu a mão, tocando o rosto dela possessivamente. Ela não se moveu, quieta.

Christopher: Se ponha em meu lugar. Eu não conheço você, como posso confiar?

Dulce: Você nunca quis conhecer. – Disse, derrotada. – Me deixe ir, por favor.

Christopher a observou por um instante, então a soltou. Dulce se soltou dele e saiu dali, sem olhar pra trás.

Foi pro seu quarto, e ao chegar lá se sentou em um canto, no chão, e ficou calada, tentando sufocar sua dor. As horas se passaram e ela continuava lá, na mesma posição. Até que Tony entrou no quarto.

Já havia anoitecido.

Dulce: Tony, agora eu realmente não posso conversar, eu…

Tony: Tenho noticias. – Disse, erguendo um papel na mão. Dulce se calou – Dulce, Pablo deu uma batida em tua antiga casa.

Dulce desmoronou, encostando a cabeça na parede. Sabia que isso iria acontecer, mas isso não tornava o fato menos grave.

Tony: Pablo mandou procurarem você, esperou que aparecesse, mas quando não aconteceu ele mesmo foi procurá-la. Deu uma batida em tua casa e não a encontrou, obviamente. – Dulce o encarou, esperando – Teu pai o enfrentou, Dulce.

Dulce hiperventilou. Não! Ela se levantou aos tropeços, os olhos assustados, e Tony teve que continuar.

Tony: Levaram ele preso. – Respondeu a pergunta muda dela. – Tua mãe continua em casa, mas não se tem noticias de seu pai.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora