capítulo 145

250 16 5
                                    

Alfonso: Vou deixá-las a sós. – Disse, apanhando a bandeja e saindo.

Dulce: Está tudo bem? – Perguntou, ao fechar a porta.

Anahi: Perfeitamente. – Disse, com um sorriso impecável no rosto – Só fui preguiçosa ao não descer, foi um dia longo ontem. Como está sua mãe?

Dulce: Perfeitamente bem. Nunca poderei agradecer o suficiente. – Disse, se sentando ao lado de Anahi.

Anahi: Foi um presente. De casamento. – Lembrou – Não precisa agradecer.

Maite: Você quer me dizer como conseguiu fazer aquilo? – Perguntou, exasperada. Anahi riu.

A conversa fluiu gostosamente. Ninguém notou nada.

Anahi: Isso não some. – Rosnou, enquanto Christian avaliava seus pulsos. Não melhoraram em nada. Os dois estavam a sós em uma sala, era meio da tarde. – Todos me questionam o porque eu ando de luvas, Alfonso quer chamar um médico, é o inferno!

Christian: Ainda dói? – Perguntou, virando os pulsos dela

Anahi: Não muito, quase nada. Isso não vai sumir? – Perguntou, atordoada –Christian, eu já me machuquei inúmeras vezes, eu acreditei que isso teria desaparecido na noite seguinte!

Christian: Antes não foi ele a machucá-la. – Disse, observando as marcas negras. Anahi ergueu a sobrancelha – Você o ama.

Anahi: Ainda esperando o motivo pelo qual isso não some. – Disse lentamente.

Chritian: Você o ama e ele lhe machucou. Por isso a mancha não some. – Ela olhou de Christian pros pulsos.

Anahi: Acredite, essa não é a primeira vez que ele deixa uma marca em mim. – Disse, debochada.

Christian: Suponho que essa tenha sido a primeira que ele deixou com a intenção de deixar. De machucar, causar dor. – Ela não teve resposta. Era verdade.

Anahi: O que eu faço? – Perguntou, derrotada. Christian  pressionou um roxo, fazendo ele sumir… E em seguida reaparecer.

Christian: Você já tentou…

Anahi: Já. – Completou, sem que ele precisasse terminar a pergunta, e ele assentiu, soltando-lhe as mãos sutilmente.

Ela apanhou as luvas, calçando-as. Os pulsos não doíam mas pareciam relutantes em obedecer. Ela olhou Christian, esperando. Os olhos dourados estavam pensativos, distantes.

Christian: Eu não faço idéia. – Ela suspirou, passando a mão no rosto.

Anahi: O casamento está próximo. Eu preciso resolver isso. – Disse, angustiada.

Alfonso: Anahi? – Chamou, a voz vindo do corredor.

Christian: Eu vou pesquisar. Alguém deve saber. – Disse, vendo ela se levantar, e ela agradeceu com um sorriso de canto.

Anahi: Eu estou aqui, querido. – Disse, sumindo no corredor.

Ai estava um problema similar a guerra: Ninguém sabia como resolver.

O dia do casamento chegou. Dulce mal dormiu. Logo pela manhã criadas foram ajudá-la. Prepararam um banho com pétalas de rosas, massagem, logo havia alguém para cuidar dos cabelos… O vestido de noiva, pronto, impecável, estava em um manequim.

O castelo (o reino) estava um alvoroço. Porém o quarto dos Herreras estava quieto. Anahi, recém saída do banho, olhava desolada os pulsos. A criada acabara de sair, após amarrar o espartilho preto. Ela suspirou.

Tentara de tudo, e a droga da mancha não sumia. Ela se virou para a cama, o vestido preto metálico, luxuoso, passado e engomado. Ao seu lado a caixa com a coroa… E luvas. Ela não agüentava mais. Até que a porta se abriu e Christian entrou, fechando-a.

Anahi: Christian, que susto! – Ralhou, tendo recuado para se esconder, antes de ver quem era. Estava seminua, só de roupa debaixo. Aquilo era motivo pra morte.

Christian: Esperei Alfonso sair. – Disse, entregando uma garrafinha de metal a ela, como aquelas que as pessoas usam para guardar whisky hoje em dia. Ela pegou, confusa. – Beba isso.

Anahi: O que… – Ela puxou a tampinha, aspirando o cheiro, então o encarou. Era familiar. – De quem é?

Mas antes que Christian pudesse responder…

Alfonso: Anahi, você viu onde eu deixei aquela pasta que eu trouxe ontem? – Perguntou, a voz vindo do corredor, cada vez mais próximo da porta.

Ela arregalou os olhos, olhando pra si mesma, de roupa de baixo, e Christian parado ao seu lado. Aquilo seria uma desgraça.

Anahi: Ele vai matar você. – Literalmente. – Suma daqui! – Sussurrou.

Christian: Até a ultima gota. – Ressaltou, e havia sumido. Só deu tempo de Anahi esconder a garrafinha debaixo do vestido na cama e Alfonso entrou.

Alfonso: O que há? – Perguntou, vendo a expressão dela.

Anahi: O espartilho. – Mentiu – Acho que apertei demais. – Completou. Ele observou.

Alfonso: Quer que eu afrouxe? – Perguntou, se aproximando. Ela negou.

Anahi: Não precisa. – Ela apanhou uma pasta largada na cabeceira da cama – Aqui está. – Ele apanhou – Vá, eu vou terminar de me arrumar. Não permita que Robert enlouqueça Christopher. – Alfonso riu, dando-lhe um selinho, e saiu.

Anahi respirou fundo, se acalmando. Christian já havia sumido dali. Ela apanhou a garrafinha, destampando-a, e virou nos lábios. O gosto era particularmente familiar, mas ela não detectou.

Com um suspiro tomou o resto em goladas… Até a ultima gota. Quando terminou arfou, olhando os pulsos… E nada. Ela largou a garrafinha, limpando os lábios, e voltou a se arrumar. Bastava aguardar.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora