capítulo 196

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Anahi entrou em batalha consigo própria: Bia estava morrendo e Pablo estava fugindo. Matá-lo ou salvá-la? Bia gemeu, fraca, e Anahi assentiu. Não cabia a ela a morte de Pablo, lamentavelmente. Ela deu as costas, deixando o verme rastejar pra fora, e foi até a menina. Rasgou um pedaço do vestido destruído e limpou a testa de Bia com cuidado. O sangue fluía por debaixo do cabelo da menina.

Anahi: Ei. – Disse, apanhando outro pedaço de pano, pondo-o em cima do corte. Bia gemeu com a pressão – Consegue me ver?

Bia: Minha cabeça está doendo. – Gemeu, sem abrir os olhos.

Anahi: Eu sei. – Disse, sentindo o tecido se molhar sob seus dedos – Respire fundo. Não deixe que o sono a leve. – Bia assentiu – Inferno. – Rosnou consigo própria, frustrada.

Só que, ao deixar Pablo fugir, Anahi estava preocupada demais pra notar que não o ferira o suficiente para aleijá-lo; ele ainda andava. E tinha vários outros alvos ainda dentro do castelo.

—-*

Dulce rodava de um lado pro outro, na torre, como Christopher ordenara. Melisa e Arthur não dormiram mais. Ela podia ouvir tudo, as flechas cortando o ar, gritos, barulho de metal contra metal, bombas, cavalos relinchando, e o cheiro no ar indicava que alguém tocara fogo em algo. Estava inquieta. Não se aproximava da janela. Olhara uma vez, procurando Christopher... Mas a cena quase a fez desmaiar. Haviam pessoas se matando até o horizonte.

Dulce: Tudo bem... Tudo bem... Tudo bem... – Repetia, como um mantra, andando em círculos – Tudo bem... Tudo.. JESUS CRISTO! – Exclamou, pondo a mão na boca pra conter o grito.

Anahi: Porque diabo essa porta está destrancada? – Perguntou, irritada.

Dulce precisou de um segundo para digerir. Anahi estava toda rasgada. Haviam arranhões de um cinza escuro em seus braços, mas o pior... Sua boca, seu queixo, seu pescoço, o colo... Lavados em sangue.


Anahi: Não é meu. – Disse, vendo o olhar da outra – Pablo mandou lembranças.

Dulce: Pablo?! – Dulce se moveu, inconscientemente, pra mais perto do berço dos filhos – Você o viu? Ele... BIA! – Exclamou, ao ver o que Anahi tinha nos braços. A testa da menina estava lavada em sangue. Dulce arregalou os olhos – É... É dela? – Perguntou, olhando a boca de Anahi.

Anahi: Pare de gritar e não diga tolices. Não gosto de crianças, mas não as ataco. Devem ter um gosto horroroso. – Disse, indo até a cama de Dulce. Depositou Bia lá – Pablo estava tentando enforcá-la. Eu não sei de quem foi a idéia estúpida de manter todos separados, mas sei que não foi de Alfonso, então estou resolvendo. – Disse, puxando o vestido rasgado – Que oportuno. – Disse, debochando de si mesma. – Não teria um vestido, por acaso?

Dulce: Bia está bem? – Perguntou, atordoada, recuando para o guarda roupas.

Anahi: Melhor que nós duas. Agora só dorme. – Dulce pegou qualquer vestido, oferecendo. Era rosa. Anahi ergueu a sobrancelha – Dulce, pelo amor de Deus. – Dulce a olhou – Não tem nada escuro?

Dulce jogou o vestido rosa e branco num canto, e apanhou outro, preto e grafite. Anahi agradeceu, rasgando o resto do que vestia, apanhando o outro. O vestido leve de Dulce ajudaria, pensou ela, fechando o broche prata abaixo dos seios. Dulce estava pálida.


Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora