Capítulo 114

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Depois de toda a algazarra o corpo de Christopher estava gostosamente relaxado. Ele despertou do breve sono tateando na cama, procurando ela, mas não achou. Franziu o cenho. Se levantou, preguiçosamente, depois foi para o banho. Uma vez pronto foi a procura dela.

Bia: Ela disse que o senhor ia procurar. – Disse, tranquila – Disse que ia buscar meu remédio.

Christopher: Tem certeza?- A menina assentiu. – Merda. – Rosnou, saindo do quarto.

Christopher ia correr atrás dela, quando passou pela porta da sala de armas. Por instinto entrou ali. Abriu a gaveta das adagas pra gemer, passando a mão no rosto. Faltava uma.

 No lugar havia um bilhete: "Confie."

Christopher: Vocês sabiam? – Perguntou, passando pelos outros.

Robert: Sabíamos de que? – Perguntou, incrédulo. Eles seguiram Christopher até a porta. O cavalo dele já estava parado no gramado, esperando.

Christopher: Dulce foi atrás de Pablo. – Disse, antes de pular no cavalo e sumir dali. Tinha de alcançá-la, tinha de impedir.

Um silencio profundo se fez entre eles. Dulce não avisou. Provavelmente sabia que Christopher não permitiria. A voz de Anahi veio de traz de Alfonso tranquila, observadora, como se ela houvesse estado ali todo o tempo.

Anahi: Ele vai morrer tentando atravessar a fronteira, atrás dela. Você sabe. – Comentou, olhando Christopher sumir.

Alfonso: É, eu sei. – Ele suspirou. – EU PRECISO DE UM CAVALO! – Rugiu, descendo as escadarias. Logo um garanhão negro apareceu lá.Alfonso montou e sumiu.

Christopher nem podia acreditar. Se algo acontecesse a ela... Ele se lembrou do riso dela hoje, em seus braços. Se lembrou dos gemidos, e da voz atordoada dizendo que a amava. Se lembrou da malicia e da inocência. Ele rosnou consigo mesmo, atiçando o cavalo.

Ao chegar na fronteira fez o cavalo saltar sobre a barreira, para não perder tempo. Se embrenhou nas arvores em seguida. Ele não a perderia. Não ela, que o amava. Após quase uma hora correndo, com Alfonso em sua cola, ele a avisou. Usava o vestido azul que ele lhe dera, o primeiro, e tinha o cabelo solto, caído as costas.

Christopher: DULCE! – Rugiu, raivoso. Ela olhou para trás, sobressaltada, e seu cavalo se pôs a correr mais ainda – Inferno.

Ele tentou alcançar ela por mais um bom tempo, mas as arvores não ajudavam. O problema é que estava chegando perto da fronteira de Pablo. Da morte dele.

Dulce: CHRISTOPHER, PELO AMOR DE DEUS, VOLTE! - Disse, exasperada.

Christopher: Não. – Rosnou, atiçando mais o cavalo.

Dulce: ALFONSO! – Rogou.

Christopher nem viu como. Em um instante estava correndo, a alto galope, no outro o cavalo de Alfonso havia passado na frente do seu e ele estava no chão. A pancada foi dolorosa. Christopher se levantou, pronto para ir atrás dela, mas Alfonso bloqueou sua visão.

Dulce: Só uma noite. – Disse, longe, em uma promessa. Christopher a encarou, seu olhar implorando para que ela não fosse. Ela murmurou um "Eu te amo", mudo, e retomou seu caminho, logo sumindo pela arvores.

Alfonso: Deixe ela ir. – Disse, tranquilizando o outro.

Christopher: Ela vai morrer nas mãos dele. – Disse, passando a mão no rosto.

Alfonso: Não vai. – Intercedeu – Se você a detivesse agora, ela fugiria no meio da noite. Você não ia poder prendê-la para sempre.

Christopher: Inferno. – Murmurou, consigo mesmo.

Alfonso: Ela vai voltar. Tenha fé. – Tranquilizou.

Christopher: Você deixaria, se fosse Anahi? – Perguntou, debochado.

Alfonso: Como você acha que a mãe de Pablo morreu? Quebrando o pescoço enquanto dormia? – Perguntou, óbvio.

Christopher: Eu quero lançar uma ofensiva. – Alfonso cerrou os olhos – Atacar e ir buscá-la.

Alfonso: Os homens de Christian ainda não chegaram, e eu quero atacar com toda a potencia. – Ele respirou fundo –Christopher, se acalme. Ela vai voltar. – Prometeu – Perdoe pelo tombo. – Disse, apontando o cavalo de Christopher, que esperava – Vamos voltar, não é seguro aqui.

Christopher foi. Montou no cavalo e deu as costas, indo embora. Deixou seu coração lá, esperando a volta dela, mas foi.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora