capítulo 41

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Robert: ARQUEIROS! – Rugiu, ainda olhando pro campo de batalha. Mais de 200 arcos se montaram as suas costas, esperando as ordens – AGORA!

E voaram duas centenas de flechas juntas, enegrecendo o céu por instantes. Parecia chuva. Quando atingiram seus alvos, muitos caíram. A cena era caótica.

Haviam gritos, e o som do metal cortando tudo o que aparecesse. Robert permaneceu quieto, procurando novamente. Porém a verdade o açoitava juntamente com o ódio. Ele deu a ordem aos arqueiros novamente, e mais uma revoada de flechas sobrevoaram o céu.

Haviam menos homens de Pablo agora. A vitória estava ao alcance das mãos. Porém…

Robert: Ele não está aqui. Desgraçado. – Disse, fazendo o cavalo girar para olhar em volta. Não havia sinal de Pablo por ali, só soldados. Robert ergueu o braço e com um gesto deu a ordem – RECUAR! RECUAR, AGORA!

Os soldados começaram a recuar. Os arqueiros; a montar resistência na fronteira. Mas Christopher não estava dentre nenhum dos dois.

Também percebera que Pablo não estava ali e estava furioso. Todos os que cruzavam ao seu redor terminavam por morrer. Tanto sua espada quanto sua armadura já estavam lavadas em sangue.

Perdera o capacete em algum lugar, seu rosto estava livre, e era o rosto da fúria. Robert localizou Christopher rapidamente: Dentre os que ainda não recuaram ele era o mais rodeado, e o que mais derrubava homens.

Robert: CHRISTOPHER! – Rugiu, raivoso. Christopher, se ouviu, ignorou. – É o inferno. HOMENS, RECUAR! – Ordenou, e puxou a espada da bainha, atiçando o cavalo que foi no meio – E eu que não queria me sujar de sangue. – Rosnou consigo mesmo.

Não queria, mas se sujou. Todos aqueles que não eram seus e que passaram por seu caminho caíram. Até que ele chegou a Christopher. Não havia como parar, ele estava sendo atacado. O cavalo relinchou e a espada de Robert reluziu no ar, se abatendo sobre todos os que se aproximava.

Robert: CHRISTOPHER! – Dessa vez tinha certeza de que Christopher ouvira – ELE NÃO ESTÁ AQUI, O QUE ESTÁS FAZENDO? – Não houve resposta. – Ótimo. – Disse, descendo do cavalo.

Desgraça pouca era realmente bobagem. Se um dia Pablo tivera chance de ganhar essa guerra era agora.

Robert e Christopher estavam expostos combatendo soldados! Não podia ser melhor! Christopher matava homens porque estava com raiva, e Robert matava homens para tentar deter Christopher.

Quando não havia mais nenhum homem por perto, ou no raio de alcance deles, Robert agarrou Christopher pela armadura.

Robert: Tu tens sorte por eu ser piedoso e não tê-lo largado aqui. – Rosnou, raivoso – Quando eu ordenei para recuar, se aplicava a ti também. Vamos sair daqui.

Christopher não disse nada, apenas se virou para sair. Não haviam chegado ao cavalo ainda quando alguém o atacou pela costas.

A espada do atacante passou pelo feche da armadura de Christopher, acertando-o nas costas. Ele cambaleou, com um grunhido, e Robert se virou.

Ao ver a situação Robert tirou o próprio capacete e atirou na direção do homem que atacara Christopher, e foi até ele (que estava no chão), cravando sua espada em seu peito.

Ele puxou a espada de volta, gotejando sangue, e se virou. Mas Christopher já havia caído, e agora estava no chão, imóvel e com a espada cravada na lateral das costas.

Todos estavam paralisados. Robert fez sinal para que vigiassem ao seu redor enquanto se aproximava de Christopher.

Robert: Christopher, pode me ouvir? – Perguntou, olhando a espada. Por baixo uns 04 dedos da lamina haviam perfurado a carne.

Christopher: Não, fiquei surdo. – Respondeu, com a voz abafada pela grama.

Robert apanhou a espada e a puxou das costas de Christopher, que gritou perante a dor. Robert trouxe a espada até perto do rosto, medindo o trecho manchado de sangue.

Quatro dedos, como imaginara. Ele largou a espada de lado, voltando a Christopher, que ofegava no chão. Escorria sangue pela lateral da armadura.

Robert: Consegue andar? – Perguntou, se abaixando.

Christopher: Não, creio que terei de voltar pro castelo engatinhando. – Respondeu, e sua voz era entrecortada. Houve um suspiro de alivio geral quando Christopher se pôs a levantar… Mas ao pôr o peso na perna esquerda (O lado do corte), cambaleou, rosnando. Robert o amparou. – Adorável, não é? – Perguntou, e ainda ofegava.

Robert: Tragam o cavalo. – Ordenou, e um dos soldados saíram. – Se tivesse me escutado não estaria ferido agora.

Christopher: O que é realmente reconfortante. – Christopher não sabia o que estava mais forte em seu corpo: O ódio ou a dor. O empregado com o cavalo chegou. Christopher penou pra conseguir subir, e uma vez lá se amparou no cavalo, ofegante.

Robert: Vocês. – Disse, se virando. – Recolham os mortos, devolvam as suas famílias para que façam os funerais como se deve. Eu não quero nenhum sobrevivente do exercito de Pablo. Se encontrarem algum… – Pra bom entendedor meia ordem basta. Robert se virou mas Christopher já havia saído, se equilibrando pra segurar a rédea do cavalo com uma mão só (erguer o braço do lado ferido era lancinante). – É o inferno…Christopher! – Exclamou, indo atrás.

Robert seguiu atrás de Christopher. O cavalo dele estava logo ali. Ele montou com a maior facilidade após prender a espada na bainha, e seguiu o outro. Um criado ajudou Christopher a descer no castelo, amparando-o até dentro de casa. Já era madrugada.

Robert: Você. – Disse, e uma criada assentiu – Vá até meu quarto e avise a Mrs. Kristen que eu voltei. – Ordenou e a empregada saiu. – Eu quero uma equipe para revezar na segurança do castelo, chamem homens que não tenham participado da batalha, eu não quero ninguém dormindo na guarnição, e tampouco quero ser atacado enquanto durmo. – Disse, irônico.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora