capítulo 177

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Um mês depois...

Dulce dançava para Christopher. Dessa vez ela encomendara uma roupa pra isso. Era de um azul escuro, quase preto. Um sutiã, com algo bordado em prata, e algumas pecinhas que faziam um barulho agradável, como pequenas moedas presas no decote, várias delas. A barriga lisa descoberta, uma saia preta e um cinto grande, com mais das moedinhas, todas em prata, caindo pela saia, fazendo o barulhinho.

 Ela tinha o rosto maquiado, os olhos castanhos ressaltados. Começara de modo simples. Ele chegara, tomara banho e fora ficar com os bebês, e ela foi se banhar também. Sexo não era um assunto nem que viesse a sua cabeça no momento.

 Ela se demorou mais no banho, mas ele esperou, inacreditavelmente para irem dormir. Estava sentado em frente ao berço, velando o sono dos filhos, quando o perfume fresco avisou que ela havia saído do banho.

 Ele se virou, e ao invés de camisola, ela usava um dos roupões dele, branco, grande demais pra ela (com a intenção de ocultar a roupa por baixo). Havia uma correntezinha prata nos cabelos dela, atravessando sua testa e sumindo por debaixo dos cachos.

Christopher: O que é isso? – Perguntou, observando a maquiagem no rosto dela. Ele fechou a rendinha do berço dos bebês, se levantando, indo em direção a cama. Se sentou, observando-a.

Dulce: O médico esteve aqui hoje. – Christopher esperou – Bom, eu estou oficialmente de alta. – Disse, um sorriso nascendo em seu rosto. 

Algo violento correu no sangue de Christopher ao pensar na possibilidade. Faziam tantos meses...

Christopher: Tem certeza? – Perguntou, hesitante.

Dulce: Absoluta. – Ela abriu o roupão, deixando-o cair no chão, revelando sua quase nudez por baixo, o sutiã e a saia. Christopher não sorriu. Estava subitamente sério. – Eu achei que você fosse gostar. – Disse, sorrindo pra ele.

 O olhar dele percorreu o corpo dela de cima pra baixo, por fim encontrando os olhos. Os dois se encararam por instantes, então ela começou a dançar.

Agora ele estava no centro da cama, enquanto ela rodopiava pelo quarto, os quadris se movendo de um modo impossível. O cabelo dele estava arrepiado (Ela já havia estado perto dele, a mão adentrando seu cabelo e puxando-o levemente). Ele apenas observava, quieto, como um animal que espera pra dar o bote. 

Ela parou em frente a ele, jogando com a cintura, indo e vindo, os olhos sem deixá-lo nunca, sorrindo de canto, e se pôs a girar. No ponto em que ela teve de lhe dar as costas ela jogou a cabeça pra trás, os cabelos formando uma cascata de cachos em suas costas. Ela parou de se mover, de costas pra ele, que umedeceu os lábios. 

Ela jogou a cintura pra um lado, as moedinhas do cinto fazendo um barulho que sugava a audição dele, então começou a rebolar pros lados devagar. Ergueu os braços, mantendo-os acima da cabeça, com os pulsos em cruz, e ele observou os quadris dela indo e vindo... Indo e vindo... Então ela abriu os braços, jogando os cabelos com força pro lado, então voltando a girar, as moedinhas se balançando freneticamente enquanto ela voltava a ficar de frente pra ele. Ela avançou pra ele, balançando o decote em sua direção, os olhos encarando-o. As mãos dele se curvaram em garra, de vontade.

Christopher: Venha aqui. – Chamou, rouco, avançando pra ela. Então ela recuou.

Dulce: Não. – Ofegou, recuando de costas.

Christopher: Eu não agüento mais, Cariño. – Disse, pensando que ela dissera "não" porque queria dançar mais. – Venha aqui. – Chamou, a voz causando um arrepio na espinha dela.

Apostara alto naquilo. Uma parte menos nobre de si ordenava que ela atendesse ao chamado dele.

Dulce: Eu vou. – Ela sorriu pra ele, que sorriu de canto – Se você libertar Bia. – Os olhos dele encontraram o dela, em choque.

Christopher: Dulce. – Repreendeu.

Dulce: É isso ou nada. – Ele não podia acreditar que ela estava falando sério – Aceite. Por favor. – Disse, juntando o corpo ao dele. Christopher estava ajoelhado na cama. Ele aspirou o perfume dela, um tremor quase sacudindo seu corpo – Eu quero. – Sussurrou, perto do ouvido dele. As mãos dele agarraram a cintura dela firmemente, apertando-a, e ela suspirou de vontade – Por favor.

Christopher: Conversamos sobre Bia depois. – Murmurou, mordendo a maxilar dela, que arfou ao sentir o hálito quente dele em sua pele.

Dulce: Não. – Quando foi que ela fechou os olhos? Parecia tão impossível abri-los agora... As mãos de Christopher subiram pelas costas nuas dela, quentes, fazendo-a se arrepiar. Ele estreitou o espaço entre os dois e ela pôde senti-lo, duro feito pedra, mesmo sob a calça. Aquilo quase a fez perder o prumo – Me dê a chave.

Christopher: Depois conversaremos. – Rebateu, buscando os lábios dela. Dulce suspirou quando ele a beijou. Queria tanto! A boca dele devorou a dela, que arfou, correspondendo. Mas algo martelava na cabeça dela, e ela se afastou.

Dulce: Não, Christopher. – Disse, se desvencilhando dele – Não vou me deitar com você até que me dê a chave. – Disse, recuando de costas novamente.

Christopher: Eu digo que você vai. – Rebateu. Dulce negou com a cabeça. Ele percebeu o que ela ia fazer um segundo antes dela fazê-lo: Ela correu, sumindo em direção ao banheiro. Ele se bateu com ela antes que ela trancasse a porta. Dulce sabia que se ele colocasse a mão nela, estaria tudo perdido. Ele empurrou a porta, e ela manteve do outro lado, a mão puxando a tranca com força. Ela suspirou quando conseguiu trancar a porta. – Abra a porta, Dulce.

Dulce: Não. – Algo no interior dela gritava: "Sim!". Sim, deixe que ele entre, deixe que ele a possua, que a devore! Mas aquela era a única arma que ela tinha, lamentavelmente. Ela se afastou da porta, indo até a pia, onde molhou a nuca com água fria.

Christopher: Eu vou arrombar a porta. Juro por Deus. – Avisou, forçando a fechadura.

Dulce: Não é não! – Disse, tentando normalizar a respiração.

Christopher: Tudo bem.

O estouro da porta sendo arrombada ecoou pela torre. Dulce, que puxava a tiara dos cabelos se virou, vendo o marido parado na porta, ofegando. Ela teve o reflexo de recuar, soltando a tiara no chão, mas se bateu na pia. Melisa acordou com o barulho, caindo em um choro assustado, mas Christopher avançou pelo banheiro, apanhando-a pela cintura com violência.

 Os lábios dele machucaram os dela quando ele a beijou, apanhando-a pelas coxas e colocando em cima da pia. Dulce arranhou a nuca dele, que abriu suas pernas, se pondo entre elas. Ela enlaçou as pernas na cintura dele, puxando-o de encontro a ela, e gemeu alto quando as intimidades dos dois se encontraram, mesmo sob as roupas. Ele arfou, a boca descendo pelo pescoço dela, que mordeu o ombro dele com vontade. O choro de Arthur se juntou ao de Melisa, o que a chamou a realidade.

Dulce: Vai me forçar? – Perguntou, soltando-o. Christopher ofegou, parecendo ter dificuldade pra falar.

Christopher: Não estou forçando. – Disse, um toque sutil de malicia na voz.

Dulce: Em meu estado normal eu digo não. Não se não me der a chave. – Disse, arfando – O que fizer a partir daí fica por responsabilidade sua. – Christopher parou por um instante, uma das moedinhas da saia dela em sua mão, então a largou, se afastando.

Christopher: Não, Dulce. Ela vai continuar lá. – Disse, se afastando.

Dulce: É o que vamos ver. – Aceitou, descendo da pia.

Ele voltou ao quarto, e o choro dos bebês parou dentro em pouco. Um silencio violento se apossou do quarto. Dulce tomou banho novamente, a porta escancarada provocando-o, mas ele não reagiu. Ela se vestiu e foi pra cama. Ele não disse nada, nem tampouco a abraçou. Ela também não fez nada pra mudar isso. Desafio lançado, que vença o melhor.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora