capítulo 62

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Dulce não saiu para a recepção. Se trancou com Bia e lá permaneceu. Ouviu o alvoroço nos corredores mas não saiu.

Apenas se retirou quando Bia já dormia pesadamente. Os corredores já estavam vazios, desertos e silenciosos. Ela soltou o cabelo, passando o dedo pela raiz para relaxar o couro cabeludo. Seu pensamento estava longe. O que ela faria quando Christopher fosse lhe procurar hoje?

Ele estava ocupado agora, com certeza, então como já havia acontecido ela se aprontaria pra dormir e se deitaria.

Então ele apareceria, no meio do escuro, sem nenhum som para avisar e estaria debaixo de seus lençóis, o corpo forte oprimindo o dela e não haveria mais nada. Era sempre assim.

Foi nessa duvida que ela se bateu em alguém. Foi como dar de cara um muro de concreto. Ela gemeu, cambaleando, e uma mão a segurou. Era fria. Dulce ergueu o rosto e então não tinha reação.

Dulce: Jesus. – Murmurou, congelada.

Um par de olhos anormalmente claros olhavam pra ela. Não claros como os de Robert, eram topázio. Um topázio quase opaco, claro… Lindo.

O dono dos olhos era pálido, e tinha os cabelos cor de bronze, espetados.

Christian: Você está bem? – Perguntou, franzindo o cenho levemente.

Dulce sabia que devia dizer alguma coisa, mas era que… Pelo amor de Deus, como os olhos de uma pessoa atingiam aquela cor?!

Pena foi que não deu tempo dela reagir. Christopher vinha atrás de Christian. O moreno viu Dulce parada, encarando o ruivo, que a segurava pelo braço.

Ele ergueu uma sobrancelha vendo o olhar quase embasbacado de Dulce.

Não gostou.

Christopher: Algum problema aqui? – Perguntou, mordido. Porque os cabelos dela estavam soltos?

Christian: Não sei. Ela não reage. – Disse, encarando Christopher.

Christopher: Dulce?– Chamou, severo. Uma vez com o olhar livre ela conseguiu se recuperar.

Cambaleou, se soltando, e respirou fundo.

Dulce: Perdão, foi minha culpa, eu estava distraída. Alteza. – Ela se curvou. Era ÓBVIO que aquele era Christian.

Christian: Está tudo bem. Você se machucou? – A voz dele era… Jesus, Maria, José.

Dulce: Não, majestade. Perdão, mais uma vez. – Christian assentiu, tranqüilo. Christopher ainda observava. – Com licença. – E ela saiu.

Chistopher arregalou os olhos preto, vendo-a se afastar apressadamente. Ela nem se dirigira a ele!

Chistian, uma vez desimpedido, seguiu seu caminho. Dulce foi pro seu quarto e tomou um longo banho, relaxando.

Saiu do banheiro de camisola e parou em frente ao espelho, penteando os cabelos.

Estava prestes a terminar quando a porta abriu. Era Christopher, e a expressão em seu rosto não era boa.

Distraída com o fenômeno que era Christian, ela se esquecera do problema que tinha em mãos.

Acabara de lembrar.

Christopher: Pode me dizer que diabo significou aquilo? – Perguntou, quase em um silvo, trancando a porta.

Dulce: Do que está falando? – Perguntou, cansada.

Christopher: Sabes do que estou falando. – Rebateu.

Dulce: Eu apenas me esbarrei, estava distraída. – Justificou.

Christopher: Se esbarrou e ficou olhando? – Perguntou, debochado.

Dulce: Isto seria ciúme? – Perguntou, observando.

Christopher: Não brinque comigo.

Dulce: Não estou.

Christopher: O que pretende, variar de um rei para outro? – Dulce levou aquilo como uma bolacha.

Dulce : Está me ofendendo. – Disse, mortificada.

Christopher: Tudo bem, perdoe. – Ele passou a mão no cabelo, respirando fundo. – Me excedi. Mas porque ficou olhando-o?

Dulce: Que te passa? Eu apenas olhei! – Disse, exasperada.

Christopher: Não gostei de como me fez sentir. – Dulce revirou os olhos.

Dulce: Tu estas prestes a se casar e me repreende apenas por admirar alguém? – Perguntou, se abraçando.

Christopher: Quem disse que eu estou prestes a casar, meu Deus?!

Dulce: Você pode conviver com isso. – Lembrou as palavras dele, debochada – Uma vez que tu tenhas uma vida eu terei uma também, Christopher. Longe de ti.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora