capítulo 172

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Anahi: Tente se acalmar. Está perto de acabar. – Ela olhou os médicos, desafiando alguém a desmenti-la.

Dulce: Eu não agüento mais. Dói muito. – Ela soluçou, perdida – Não tenho força. – Declarou, impotente. Anahi respirou fundo, parecendo ter levado um choque.

Anahi: Ei, ei, ei, ei. – Disse, aprumando Dulce, que caíra, cansada. O bebê estava atravessado, e ela não conseguia mais fazer força – Eu não vou aceitar uma desistência. – Avisou.

Dulce: Eu não consigo! – Disse, seu choro se aprofundando.

Anahi: Respire fundo. – Dulce obedeceu – Juntas, tudo bem? – Dulce negou, sabendo que não conseguiria. – Tira essa mão daqui! – Rosnou, e a parteira tirou a mão da barriga de Dulce, assustada.

Parteira: Essa manobra é de ajuda, alteza. É uma tentativa de ajudá-la, empurrando o bebê. – Explicou. Anahi colocou a mão no lugar onde a mão da parteira estivesse.

Anahi: Com as duas mãos juntas você não tem um oitavo da força que uma mão só minha tem, acredite. – Dispensou, voltando a olhar Dulce

Parteira: Senhora... – O olhar de Anahi a calou. Que fosse.

Anahi: Christopher está lá embaixo. – Dulce a encarou – Está aflito, angustiado, perdeu a voz. E a cada segundo que passa, esse bebê se perde mais dele. – Dulce soluçou, se sentindo incapaz. Sabia disso. Seu bebê não tinha oxigênio, e ela, fraca, não podia fazer nada. – Nós vamos tentar. Eu não vou deixar você morrer. Respire fundo. – Dulce assentiu, engolindo o choro. Mas a dor chegara em um ponto insuportável! – No três. – Dulce assentiu novamente – Um. Dois.

O grito seguinte de Dulce foi mais alto que os anteriores. Uma das mãos de Anahi comprimia a barriga dela, empurrando o bebê, e a outra segurava a mão dela. Ao contrário da parteira, que parecia desajeitada com as duas mãos, a mão de Anahinão saiu do lugar, e Dulce sentia a força quase lhe roubando o ar. Ela apertou a mão da outra, que retribuiu, incentivando, e após respirar fundo, fez toda a força que conseguiu. Quanto mais força ela fazia, mais a força da mão de Anahi em sua barriga aumentava.

Anahi: Não! - Proibiu, quando viu que ela ia parar - Não se atreva! Aperte minha mão.

Dulce: Não dá mais. - Grunhiu, ainda forçando, mas apertou mais a mão da outra.

Médico: Isso. Continue. - Incentivou. Anahi quase soltou um: "Cale essa boca!", mas não precisava de um barraco agora.

Anahi: Respire. - Ordenou, retirando a força da mão. Dulce caiu, sob os travesseiros, ofegando, e duas lagrimas transbordaram de seus olhos. - Isso. - Ela tomou o ar pela boca, arfando. - Vai ficar tudo bem.

Médico: Está coroando. - Avisou, com um sorriso. Tivera a certeza de que esse bebê morreria, por falta de oxigênio, mas de algum modo estava funcionando.

Anahi: Outra vez. - Dulce assentiu.

Os gritos se seguiram pelos minutos que vieram. Anahi parecia determinada, apesar do tom cinza em seu rosto. Então quando Dulce achou que nem assim conseguiria... A dor se foi, e veio o silencio. O segundo bebê não chorou. Os médicos a manusearam imediatamente, cortando o cordão umbilical, fazendo algo que os olhos arregalados de Dulce não conseguiam ver. Então, após ter as vias aéreas desobstruídas, um chorinho fraco, que dava dó, ecoou pelo quarto. Dulce sorriu.

Anahi: A propósito... Não, você não vai morrer. - Disse, com um sorriso de canto, se levantando

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora