Dulce não soube para onde estava indo. Estava tonta, seu corpo doía. Havia apanhado TANTO nos últimos dias!
Todos os seus músculos pareciam empedrados, e os ossos deslocados. Seu rosto… Deus, seu rosto! Estava tudo dormente, inchado, os olhos inchados, a pele sensível, machucada. O auto estima dela doeu e ela passou a língua nos dentes, conferindo-os.
Quase sorriu ao senti-los todos inteiros e no lugar. Ela ouviu Christopher pedindo pelo medico dele (o médico que atendia a realeza) e comida, então subiram escadas. Houve barulho de água caindo. Ele a colocou sentada em um banquinho, e suas roupas foram rasgadas.
Todas elas. Uma vez nua, ele a colocou em uma banheira. Dulce gritou ao sentir a água em seus cortes, ardendo, queimando.
Christopher: Shhh. Vai passar logo, eu prometo. – Dulce gemeu, mas não disse nada.
Ele deu banho nela com cuidado. Precisou trocar a água varias vezes. Alguns cortes recomeçavam a sangrar ao serem lavados. Ele trouxe água aos cabelos dela, que gemeu novamente ao sentir a água em seu couro cabeludo. Pareciam haver cortes em todos os cantos.
O cabelo desgrudou do rosto, e aos poucos o banho fluiu. Dulce se sentia um pouco melhor. Christopher não. Podia ver os roxos enormes, a boca, o nariz e a sobrancelha partidos.
Christopher : Por favor, diga que me perdoa. – Pediu, torturado.
Dulce: Continue me banhando assim, e eu perdoarei. – Brincou, e ele riu de leve.
Christopher: Estou falando sério. Fiquei cego de fúria pela mentira, não consegui pensar. Você sabe, sou uma anta. – Dulce sorriu.
Dulce: Eu sabia que esse dia aconteceria. Agora me sinto leve. Eu não tenho mais nada para esconder, estou livre. – Disse, olhando a água – E no final eu nem morri.
Christopher: Eu não seria capaz de matá-la. Apesar de tudo eu amo você. – Dulce sorriu, olhando a água.
Então…
Dulce: Me trouxe pro seu quarto? – Perguntou, olhando em volta. Era a sala de banho da torre de Christopher.
Christopher : Você precisa se recuperar. – Justificou. Ele terminou de massagear os cabelos dela com todo o cuidado do mundo e o enxaguou. Ela reprimiu o gemido. Christopher apanhou uma esponja, levando ao rosto dela, lavando tudo. Dulce queria tocar a espuma, mas estava tão fraca… – O médico está chegando. Você sente algo?
Dulce: Levei uma baita surra, estou moída. E tenho fome. – Christopher sentiu, com uma pancada de remorso, que ela não comia há dias.
Christopher: Eu serei levado a julgamento. – Comentou, esfregando o braço dela sutilmente com a esponja. Dulce o encarou.
Dulce: Porque?
Christopher: Primeiro, porque pedi você em casamento. Depois, porque no conselho votei contra sua execução. – Explicou, lavando o colo dela.
Ele ignorou os seios, tão delicados, com manchas roxas. Quando os lavou usou todo o cuidado para não machucá-la.
Dulce: O que vai acontecer com você? – Perguntou, olhando-o.
Christopher: Eu não sei. Ninguém em minha linhagem foi a julgamento. Talvez eu perca a coroa. Talvez me exilem. Talvez até me matem, por ato indecoroso perante a coroa. – Dulce franziu o cenho. – Consegue se erguer?
Dulce se afastou um pouco e ele a lavou com a esponja delicadamente por sua nuca e as costas.
Dulce: Não quero que se prejudique por mim. – Apesar da dor que sentia, Dulce estava estranhamente feliz por não ter mais o maldito segredo entre os dois.
Porém ela também reparara que os dois não eram mais um casal, como antes. Algo estava ausente ali.
Christopher: Eu não me importo. – Disse, apanhando uma das pernas dela, lavando-a.
Christopher lavou todo e cada pedaço do corpo dela, livrando-a do sangue e das lembranças. Ele se reprimiu ao lavar-lhe a intimidade e os seios, como uma criança que vê seu brinquedo favorito mas está proibido de brincar. Por fim a enxaguou. A água ficou vermelha, e ele puxou o ralo.
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Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)
Ngẫu nhiênA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei C...