capítulo 134

283 19 2
                                    


Ele vestiu a capa nela, puxando seu capuz, e em seguida lhe deu a mão, indo pra porta. Os dois avançaram rapidamente pelo corredor da torre, descendo as escadas em silencio. Após observarem o corredor principal, saíram em disparada, porém na direção oposta a saída.

 Ela não questionou, apenas o seguiu; ele conhecia o castelo melhor que ela. Vários corredores e escadarias depois os dois deram nos fundos, no gramado perto da lavanderia. A chuva forte fustigou os dois, que correram até que ele ouviu o riso dela, que o fez parar, sorrindo.

Christopher: O que há? – Perguntou, a voz um pouco mais alta para ela ouvir. Ele não usava capuz, os cabelos já estavam molhados, pingando.

Dulce: Parecemos crianças. – Respondeu, se lançando no pescoço dele e o beijou de modo apaixonado. Ele a ergueu do chão, retribuindo seu beijo, e ela sentiu ele andando, meio que tropeçando pro lado. O gramado devia estar escorregadio, a terra fofa. Chovia tanto que quase não se podia ver, mas Dulce viu de relance uma luz vindo do corredor da área de serviços. Podia ser qualquer criado... Mas podiam ser Robert e Christian. Ela arfou, soltando os lábios dele, que beijou-lhe o queixo, ainda erguendo-a no ar – Vem alguém. – Murmurou, os olhos castanhos focalizando o corredor... Mas não dava pra ver.

Na falta de opção os dois saíram correndo novamente. Ao chegar a copa das arvores Dulce ofegava, rindo, e ele apanhou a mão dela novamente, guiando-a no escuro. Ali a chuva era abafada pelas arvores, mas ainda estava muito molhado. Correram até chegar no rio. Foi então que Christopher praguejou.

Dulce: O que foi? – Perguntou, ofegando pela corrida.

Christopher: Havia um... Umas pedras ali. – Ele apontou pra um lugar onde a água cobria. - Eu não me dei conta que a chuva faria a correnteza subir. – Dulce olhou o lugar onde ele apontava. A água corria solta – Perdoe.

Dulce: Vamos nadar? – Perguntou, olhando-o. Ele ergueu as sobrancelhas e riu.

Christopher: Nadar? – Confirmou.

Dulce: Há outro modo de atravessar? – Perguntou, e ele riu – Bom, ou nós nadamos, ou vamos terminar aqui no chão. Eu não passei por tudo isso pra voltar pra casa tão cedo. – Ele a olhava, meio fascinado.

Christopher: Você realmente quer estar comigo. – Disse, ainda com aquele olhar estranho sobre ela. Christopher ignorou o fato de Rubi se encontrar com Pablo ali. Rapidamente veio um flash em sua cabeça, de uma passagem do diário dela, comentando o quanto era desprezível ter que conviver com ele, quem dirá ter que tê-lo em sua cama. Mas Dulce sorriu, abraçando-se a ele, selando-lhe os lábios.

Dulce: Se eu não quisesse tanto não estaria nessa chuva. – Disse, passando a mão no cabelo dele. A chuva açoitava os dois sem piedade. Christopher a olhou por um instante, e ela queria poder saber o que ele estava pensando.

Christopher: Então nós vamos nadar. – Confirmou, apontando com a cabeça pro rio, e ela sorriu, travessa.

Dulce se arrependeu da ideia na hora em que a água se fechou sobre sua cabeça. Estava tão frio que ela mal conseguiu manter o ar dentro dos pulmões. A correnteza quase a levou, mas a mão dele a agarrou pelo braço, trazendo-a de volta.

Christopher: Tudo bem? – Perguntou, a voz preocupada. A água batia no colo dela. Pareciam facas atravessando seu corpo. A respiração dos dois formava pequenas nuvens brancas a sua frente. Ela assentiu, soltando-se dele e tomando impulso novamente.

Logo os dois estavam nadando. Christopher ficara pra trás propositalmente, para não perder ela de vista. Os braços de Dulce pareciam se negar a se mover, os músculos quase empedrados, ma ela nadou com toda a força que conseguiu. A correnteza forte, tentando desviá-los do caminho, também não ajudou. Passaram-se minutos a fio. 

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora