capítulo 91

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Era madrugada. Quando saíram da sala, encontraram as mulheres no corredor. Todas esperavam uma resposta, mas Anahi encarava Alfonso. Ele piscou para ela, discretamente, e ela sorriu, satisfeita.

Christopher abriu o cortejo em direção as masmorras. Tiraria Dulce de lá. Todos foram atrás. Ele parou do lado de fora, puxando as trancas, e ouviram um tossido fraco, cansado. Quando abriu a porta ele gemeu.

Havia quase uma poça de sangue em volta de Dulce, que estava virada de lado, metade do rosto ensangüentada. Ela parecia ter vomitado sangue e engasgado de novo. Mas, infelizmente, Christian não estava lá para lhe erguer o rosto novamente.

Ela estava imóvel. Imóvel demais. Christopher se lançou ao chão, apanhando o rosto dela entre as mãos, sujando-se de sangue. Meu Deus, outra vez não, por favor.

Christopher: Dulce. - Chamou, a voz tomada de pânico. Ela estava branca, fria, rígida, mesmo sob as sacudidas fortes que levava. Christopher estava no mais puro pânico - Dulce, fale comigo. Acorde. Pelo amor de Deus, não morra. - A voz dele falhou.

Kristen: Ela está morta? - Perguntou, olhando o marido. Robert apenas a abraçou.

Christopher: DULCE! - Rugiu, sacudindo o corpo imóvel dela.

Os olhos castanhos, antigamente cheios de alegria, estavam opacos, olhando o nada.

Christian: Christopher, deixe-a. - Pediu, meio penalizado.

Christopher: NÃO! – Rugiu, apanhando-a nos braços – Ei, acorde. Você prometeu. Prometeu pra mim. Acorde. – Murmurou, se balançando com ela no colo.

Dulce não se moveu. Christopher  caiu no choro. Dessa vez não negou, ou ocultou. Ele apanhou o rosto dela entre as mãos, buscando algo, mas não havia nada. Ele ergueu a mão, os dedos trêmulos, e fechou os olhos dela, em seguida unindo as testas dos dois, soluçando em seu choro. Deus, o que havia feito?

Eu o amei desde o momento em que coloquei os olhos nele até o momento em que ele fechar meus olhos.

Anahi passou por Alfonso, se ajoelhando junto a Dulce, o vestido se sujando no sangue que havia no chão. A mão dela buscou o peito imóvel da outra, os dedos dedilhando algo. Christian sorriu de canto, trazendo Maite para si, e esperou.

Christopher: Que está fazendo? – Perguntou, a voz rouca pelo choro, confuso.

Então, parecendo encontrar o que procurava,Anahi deu impulso contra o peito de Dulce com a mão. Uma vez, duas, três…

Anahi: Sopre ar para ela. – Ordenou, parando o movimento. Christopher nem pestanejou: Levou os lábios aos dela, lhe dando tudo o que seu pulmão tinha. Quando a deixou seus lábios estavam cobertos de sangue, e Anahi já impulsionava contra o peito de Dulce de novo. Christian deixou a cabeça cair pro lado, como se aguardasse ouvir algo – De novo. – Christopher tomou ar e se abaixou de novo, unindo os lábios com os dela, enchendo-lhe os pulmões.

Anahi forçou a mão de novo. Porém, na segunda vez, Dulce tossiu. Christian sorriu, tendo encontrado o som que procurava, pouco antes do tossido.

Christopher olhou, meio suspenso. Alfonso riu consigo mesmo. Anahi investiu no peito dela seguidamente e rapidamente agora, como se quisesse que os batimentos cardíacos se acelerassem energeticamente.

Pouco tempo depois Dulce tossiu de novo, e abriu os olhos. Anahi a largou, se afastando.

Christopher: Você voltou. Graças a Deus. – Ele encostou a testa na dela de novo.

Dulce: Voltei? – Perguntou, meio confusa. Se sentia dormente.

Christopher: É claro que voltou. – Anahi se levantou, dando privacidade aos dois.

Dulce: Eu prometi. – Disse, forçadamente orgulhosa. Christopher riu, tremulo.

Alfonso: Você é teimosa. – Repreendeu, vendo Anahi voltando para ele, vitoriosa.

Anahi: Eu não aceito perder. – Disse, simples. – Eu disse que ela vive, logo, ela vive. Preciso me trocar. – Comentou, divertida, com seu vestido todo manchado de sangue.

Alfonso: Meu pequeno demônio. – Disse, carinhosamente, abraçando-a e selando seus lábios.

Christopher: É claro que você prometeu. Eu vou tirá-la daqui. – Disse, passando a mão por baixo dos joelhos dela com cuidado.

Dulce: Você não ia me matar? – Perguntou, parecendo levemente intrigada.

Christopher: Não vou mais não. – Dulce tentou rir, mas terminou tossindo – Cale a boca, antes que eu mude de idéia. – Blefou e ela assentiu uma vez, fraca. Ela gemeu de dor quando ele a carregou – Vai passar. – Prometeu, e ela assentiu. Ele desviou dos outros, saindo dali apressadamente.

E nada mais ocorreria naquela masmorra.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora