capítulo 89

317 22 0
                                    

Dulce: O parto matou Rubi. A erva que ela tomou apenas a faria dormir profundamente, por um longo tempo. O bebê morreria, era o que Pablo queria, que Christopher não tivesse um herdeiro. – Explicou – Rubi entraria em um estado catatônico, quase morta, e o bebê morreria por falta de oxigênio. Mas ela acordaria. O que matou Rubi foi o corte que fizeram nela, para salvar o bebê. – Christopher parecia enjoado, atordoado, seu rosto contraído em dor. – Pablo sempre disse a todos que Bia havia morrido com Rubi. Só soube que a menina sobrevivera quando cheguei aqui.

Robert: E então?

Dulce: O que foi servido a Rubi foi um chá, fraco, apenas com o extrato da flor. Era o que a faria dormir. Mas acredito que tirando o sumo do caule e o ministrando direito remova o dano que fez a Bia.

Christopher: Eu matei Rubi. – Gemeu, nauseado, transtornado.

Alfonso: Christopher, se acalme. – Alertou, vendo o estado do outro.

Christopher: Eu a matei mandando o médico lhe abrir a barriga para retirar Bia. Ela... Ela me pediu. Eu achei que já estivesse morta, mas ela estava viva o tempo todo, sentiu tudo. Meu Deus. – Ele pôs as mãos nos cabelos, completamente fora de si – Eu a matei.

Robert: Onde eu posso encontrar essa flor? – Continuou, determinado.

Dulce: No jardim do castelo de Pablo. Apenas lá. Ele as cultiva como em um deboche pelo que fez. É uma flor simples, muito bonita, de pétalas brancas. É importante que se arranque da raiz. – Comentou, distraída – O jardim dele é coberto delas, porque foram graças a ela que ele conseguiu começar a guerra.

Robert: O que devo fazer ao ter a flor? – Dulce não notou que contando a verdade estava se tornando dispensável.

Dulce: Despreze as pétalas. Se ela tomar as pétalas pode morrer. Extraia o sumo, como um xarope, e o administre. Ela começará a sentir os impulsos. Não é certo, mas acredito fielmente nisto. – Disse, quieta.

Alfonso: Você vai arriscar nisso? – Perguntou, olhando Christopher. Mas este ainda estava muito aturdido.

 Eu matei Rubi, eu matei Rubi, eu matei Rubi...

Robert: Tem certeza de que isso não vai envenenar a menina? – Perguntou, os olhos fixados nela.

Dulce: Envenená-la nunca. – Disse, convicta – Apenas se livre das pétalas.

Robert: Tudo o que você me disse é verdade, Dulce? – Perguntou, os olhos mais intensos que nunca.

Dulce: É toda a verdade que eu conheço.

Robert se levantou. Quando o contato visual dele se rompeu, Dulce oscilou para frente, novamente frágil.

Robert: Ela disse a verdade. Não é ela, não sabe de nada, que inferno! – Christian apenas assentiu como um "Eu sei tanto quanto você". – O que vamos fazer com ela?

Anahi: Deixe ela aqui. Tranquem a porta. Se não morrer, não terá estado de fugir. – Instruiu. Robert ia protestar, mas Anahi apontou sutilmente para o estado de Christopher – Depois. – Robert assentiu.

Robert apanhou Dulce no colo, e ela gemeu novamente. A deixou em sua cama improvisada de palha. Todos saíram, Anahi ficou novamente. Ela observou Dulce caída, machucada, coberta de sangue.

Anahi: Sinceramente. - Dulce a olhou - Você sabia que isso ia acontecer, que ia morrer. Porque se deixou envolver por ele?

Dulce: Porque eu amei. - Ela estava rouca novamente - Desde o primeiro momento até o ultimo. Cada gota de sangue que eu perdi aqui valeu a pena por que eu o amei. - Ela respirou fundo - O amei desde que pus os olhos nele, e vou amá-lo até que ele feche os meus olhos. – Anahi assentiu.

Anahi: O conselho vai condená-la. - Era um fato.

Dulce: Eu não sinto quase nada. Meu pai sempre me disse que as coisas estão ruins quando você não consegue sentir. - Contou, se lembrando do pai - Talvez o conselho não precise me condenar.

Anahi: Você está conformada com isso. - Observou.

Dulce: Eu o amo. - Disse, como se servisse de justificativa. Anahi assentiu, observando, então se afastou, ainda olhando-a.

Anahi: Que final romântico, morrer de amor. - Comentou e Dulce sorriu de canto. Anahi deu as costas, saindo dali.

Dulce havia desmaiado novamente antes que fechassem a porta, tendo levado Christopher, completamente fora de si, transformado em dor. Haviam duas questões: Se valia a pena arriscar por Bia, e se Dulce ainda estaria viva quando alguém retornasse ali.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora