capítulo 22

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Christopher nem viu. Dulce fez um movimento simples e um bolo de roupa caiu por cima dele, seguido pelo peso dela, que sentou em seu colo. Ele piscou, afastando o nariz do tecido, e ela abriu o vestido, tapando as pernas dele.

Christopher: Foi-se o tempo em que tu me respeitava. - Disse, divertido.

Dulce: Calado. - Ralhou em um sussurro. E Nina entrou na sala.

Nina: Não me ouviu chamar? - Perguntou, olhando Dulce - Porque está sentada? Acha que aqui é tua casa?

Dulce: Acho que torci o tornozelo. - Mentiu, segurando o tornozelo. Nina ergueu a sobrancelha.

Nina: Ah. - A possibilidade de Dulce ficar manca já era explicação o suficiente.

Dulce: AI! - Gritou, se sobressaltando. Christopher alcançara as coxas dela por debaixo do vestido, e a beliscava. Ela ouviu o riso rouco dele em seu ouvido.

Nina: Está doendo? - Perguntou, satisfeita.

Dulce: Absurdamente. - Disse, irônica, segurando as mãos de Christopher.

Nina: Enfim, não demore ai, você ainda tem mais trabalho depois disso. - Disse, olhando em volta - Preciso de um jogo de toalhas. Acreditas que a peste, o demônio da Bia conseguiu se sujar toda com o painel de tintas? - Perguntou, apanhando as toalhas. Os braços de Christopher se imobilizaram. - Eu ainda avisei, mas não me deu ouvidos. Agora está com o cabelo seco de tinta óleo. Ah, se coubesse a mim...

Dulce: É só uma criança. - Disse, agora lutando pra manter Christopher sentado. Parecia que o outro tinha o ímpeto de se revelar.

Nina: Uma criança mimada porque não consegue andar. Lá é culpa minha que é aleijada? - Um rosnado havia naquela sala, mas só chegava aos ouvidos de Dulce - Eu já vou. Quanto mais tempo eu demoro, mais a tinta seca. Volte a passar a roupa. - E ela saiu.

Dulce tropeçou quando Christopher conseguiu se libertar. O rosnado dele ecoava pelo quarto, estava branco feito giz. Ele retirou a ultima peça de roupa de cima de si e avançou para a porta. Dulce entrou no meio.

Dulce: Não. - Pediu, se segurando na porta. - Christopher, não!

Christopher: Não me obrigue a te tirar a força, você sabe que eu posso! Saia! - Dulce se agarrou a porta - É uma ordem, saia agora!

Ela passou a mão na fechadura, trancando a porta, e obedeceu, saindo. Ele puxou a porta que não obedeceu, e percebeu o que ela fizera.

Christopher: Não é hora para brincadeiras, me dê a chave. - Ordenou, avançando pra ela.

Dulce: Nunca vai aprender a ouvir um não? - Perguntou, recuando.

Christopher a encarou, a fúria em seus olhos mais que evidente. Não queria descontar seu ódio nela, mas aparentemente seria impossível.

Christopher: Só vou ordenar mais uma vez. Me dê a chave. Ela continuou recuando.

Dulce: Não é não. - E ela pôs a chave dentro do decote.

Christopher: Acha mesmo que eu não vou pegar? Porque você está defendendo ela?!

Dulce: Porque ela não fez nada. - Disse, ainda recuando.

Christopher: Como é? Ela chamou minha filha de demônio! Aleijada vai estar ela se sobreviver ao que vai passar, anda, me dá a chave! - Ele avançava mais ainda.

Dulce: Eu sei que ela chamou, mas você não. Você não estava aqui, Christopher! - Isso o desarmou. - Não nos denuncie por sua raiva.

Christopher: Eu tenho pena da alma dela quando eu puser minhas mãos nela. - Rosnou.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora