capítulo 73

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Pablo: Ou você é realmente corajosa, ou realmente tola. – Comentou, a voz atrás dela, e Dulce franziu o cenho.

Dulce: O que quer, Pablo? – Perguntou, se virando, cansada.

Pablo: Há um leque de coisas. Primeiramente eu quero que você volte para casa. Em segundo plano, quero seu namoradinho morto.

Dulce: Voltarei para casa quando isso tudo acabar. – Disse, tranqüila. Não tinha mais nada que perder mesmo – Christopher não irá morrer. Não tão cedo, nem por tuas mãos.

Pablo: Quem me deterá, tu? – Perguntou, debochado.

Dulce: Se tentar, vou ser eu a cravar a adaga em teu coração. Eu prometo.

Pablo: Se vê que tu não é mais a menina tola que ia com a mamãe lavar roupas atrás de meu castelo. – Observou, olhando-a.

Dulce: Você não me conhece. – Disse, quieta. – Vá embora. Retire suas tropas, acabe essa guerra. Deixe Christopher em paz. – Pablo riu – Que inferno, você já matou a mulher dele, já aleijou a filha, o que mais você quer?

Pablo: Você não sabe da metade das estruturas dessa guerra. – Disse, divertido. Ele olhou pro chão, sorrindo. Então uma mão estava no braço de Dulce, puxando-a – Mas ainda assim voltará para casa esta noite.

Dulce: Já disse que voltarei para casa quanto terminar. Tire as mãos de mim! – Ela se debateu, tentando se soltar.

Pablo: Voltará para casa agora, comigo. – Corrigiu.

Dulce: Tu não és homem de pisar onde é minha casa. – Debochou, sorrindo de canto, ainda se debatendo. Pablo ergueu as sobrancelhas.

Pablo: E tu, Dulce, se considera mulher? Mulher o suficiente? – Perguntou, balançando a cabeça pro lado – Se eu abrir a boca e gritar tua verdade para que teu amado a ouça agora, vai continuar sendo mulher assim? Vai ser mulher quando ele a matar?

Dulce: Ele sabe a verdade. – Murmurou.

Pablo: Mentira tua. – Rebateu, na mesma hora. Dulce voltou a se debater.

Dulce: Tu não vais abrir a boca para gritar nada, pois é um verme. Sabe quem está aqui, e sabe que morrerá se colocarem os olhos em ti. – Debochou, com um sorriso morto no rosto. Então voltou a se debater – ME LARGUE! – Gritou, puxando o braço, mas ele a arrastava. Ela olhou para trás; Seus gritos não alcançariam Christopher. Estava perdida, Pablo a levaria.

Anahi: Solte-a. – Ordenou, a voz branda, vindo de trás dos dois.

O coração de Dulce despencou do peito, atravessando o chão. Pablo parou por um instante, virando o rosto para Anahi. A morena ergueu o rosto, encarando-o com um desprezo que chegava gelar, os olhos Azuis feito mar. Mas, ao contrário de Dulce, não havia medo em seu rosto.

Pablo: Está falando comigo? – Perguntou, lentamente, achando graça da afronta.

Anahí: Com quem mais seria? – Perguntou, educada.

Pablo: És bonita, mas não faz meu tipo. E mulheres não mandam em mim. – Debochou, puxando o braço de Dulce novamente.

Anahí: Se vê de longe que não sabes quem eu sou. – Comentou, mordendo o lábio.

Os cabelos caiam pelos ombros até a altura da cintura, negros, sedosos. O penteado provavelmente se desfizera quando Alfonso  a levou dali as pressas. Ela passou a mão nos cabelos, tirando-os do rosto. Pablo respirou, cansado, e se virou. Dulce  perdera a voz.

Pablo: Eu deveria saber? – Perguntou, falsamente interessado.

Anahí: Se fosse alguém inteligente saberia quem é meu marido. Mas é claro que inteligência de você seria pedir demais. – Observou – Solte-a.

Pablo: Cansei dessa brincadeira. – Suspirou – Ande, sua pequena vadia, vamos. – Rosnou, puxando Dulce, que cambaleou. Anahi ergueu as sobrancelhas.

Anahi: Você beija sua mãe com essa boca? – Perguntou, e Pablo se virou. Anahi tinha um sorriso autentico no rosto agora. Ela ergueu as sobrancelhas, fingindo surpresa – Ops. Esqueci. Não beija mais. – Disse, e abriu um sorriso faiscante.

Pablo: Quem é você? – Perguntou, agora irritado com Anahi. Aquela mulher tinha dedo na morte de sua mãe.

Anahi: Anahi Portilla Herrera. – Disse, tranqüila – Eu vou dizer pela ultima vez: Solte-a. Se não solta-la agora eu vou gritar, meu marido estará aqui em uma fração de segundo e tu estarás morto antes de bater no chão.

Pablo: Está blefando. – O braço de Dulce doía barbaramente. Anahi assentiu.

Anahi: Tudo bem, vamos ver. – Ela tomou um sopro de ar – ALFONSO! – Chamou, em um grito, encarando Pablo. – Experimente contar até dez. – Disse, abrindo aquele sorriso ameaçador novamente.

Pablo, desgostoso, encarou Dulce. Os olhos castanhos estavam quase sem vida, de tanto medo. Por fim ele a soltou. Dulce gemeu, segurando o braço. Pablo passou por Anahi, encarando-a, e a outra manteve seu olhar, destemidamente. Pablo não era burro: Uma ofensiva com Alfonso naquele momento era pedir para morrer. Uma vez que ele saiu, o olhar de Anahi voltou-se para Dulce.

Anahi: O que ele queria com você? – Perguntou, os olhos sondando Dulce.

Dulce: Eu não sei. – Murmurou, quase com a certeza de que ia desmaiar. – Só me agarrou, queria me levar. Obrigada. – Anahi assentiu.

Anahi: Aparentemente Pablo quer realmente criar problemas com todas as mulheres de Christopher. – Comentou, ainda encarando Dulce.

Alfonso: Anahi? – Chamou, aparecendo ali. Incrível, levara poucos segundos.

Anahi: Saiu por ali. Fugiu de mim. – Apontou. Alfonso fez um sinal e uns 20 homens o acompanharam. Logo Dulce e Anahi estavam sozinhas novamente.- É bom que tu não estejas mentindo para mim, Dulce. – Disse, e Dulce a encarou – Se estiver mentindo e meu marido estiver defendendo a ti e a Christopher debaixo de uma mentira, é comigo que tu deverás se preocupar. – Avisou, em seguida apanhando seu vestido e voltando para o salão, tranquilamente.

Dulce, uma vez sozinha, se amparou em uma parede, cobrindo o rosto com as mãos. Quando esse pesadelo ia terminar?

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora