capítulo 23

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Christopher foi procurar Dulce. Não achou em lugar nenhum.

Christopher: Que diabo, onde está? – Perguntou, cansado.

Robert: No corredor do segundo patamar. – Informou, lendo o folhetim, passando por ele com uma caneca na mão, sem nem dar atenção. Christopher fez uma careta, mas já que servira... Ele foi atrás dela.

Dulce, como Robert dissera, estava lá. Tinha um balde perto dela e um esfregão nas mãos, secava um lado do chão e esfregava com cera o outro lado, esfregando o pano com a pontinha do pé. Christopher parou por um instante, vendo o malabarismo.

Christopher: Que está fazendo? – Ela se assustou e perdeu o equilíbrio, fazendo-o se precipitar para segura-la – Ei!

Dulce: Me assustas-te. – Disse, pondo a mão no peito. – Estou limpando, o que mais?

Christopher: Duas coisas ao mesmo tempo?

Dulce: Economiza tempo. – Deu de ombros – Depois de encerar isso aqui ainda tenho que lustrar a prataria isso antes do almoço então... – Interrompida.

Christopher: Largue isso. – Disse, tomando o esfregão. – Maltrata suas mãos. – Disse, desgostoso, beijando as mãos dela.

Dulce: Eu realmente tenho trabalho. Não me beije, podem nos ver! – Disse, olhando em volta.

Christopher: Beijo quando eu quiser. – Disse, insolente, abraçando-a pela cintura e enchendo-a de beijos. Ela riu.

Dulce: Exibido.

Christopher: Me escute, eu estive com Nina. – Ele viu ela abrir os olhos em placas – Respire, ela está viva. Eu fui até justo. – Disse, orgulhoso. Ela ergueu a sobrancelha – Não me olhe assim. Ela já teve seu castigo, e todos os membros estão no lugar. E você não fará mais nada disso, não quero que minha mulher fique se desmontando por ai.

Era a primeira vez que ele chamava ela de minha mulher. Ela percebeu, ele não.

Dulce: E o que devo fazer, então?

Christopher: Me obedecer. – Disse, com um sorrisão. Dulce revirou os olhos – Certo, venha.

E ele levou ela. A principio ela não entendeu quando ele a fez apanhar a bandeja na cozinha, mas ele só parou quando chegaram a porta de um quarto.

Christopher: Eu... – Ele respirou fundo, hesitando, e a encarou. O preto de seus olhos estava intenso, como se ele estivesse medo do que fazia, como se arriscasse algo valioso – Lhe abrindo esta porta estou lhe confiando o que tenho de mais precioso na vida, Dulce. Aliás, eu estou lhe confiando minha própria vida. Então eu imploro, não me decepcione. Eu não o suportaria. – Pediu, em tom baixo. Aparentemente quem estava do outro lado não devia ouvir.

Dulce: Do que está falando? – Perguntou, confusa.

Então ele abriu a porta. Dois olhos castanhos, avelã, inocentes, se focalizaram neles dois, e um sorriso imenso iluminou o rosto de Bia. Foi então Dulce entendeu.

O estouro foi instantâneo. 

 Bia, se pudesse andar, teria saído pulando. Dulce quase derrubou a bandeja. Christopher sentiu o pânico repentino que tivera sumir com aquela reação. Era como se duas velhas amigas se reencontrassem. Ele tentou dizer que Dulce pegaria as instruções com Nina depois, mas Bia não parava de beijá-lo.

 Dulce passou o resto do dia com a menina. Brincaram de boneca, chazinho, coloriram livros, conversaram, fizeram penteados no cabelo (Sem querer Bia fez um nó catastrófico no cabelo de Dulce, mas nada que se assuste). A noite a menina dormiu antes que o pai fosse vê-la, de tão cansada.

Christopher: Você. – Disse, em um sussurro, puxando Dulce pra si. Não tinha visto ela o dia todo. Ela arregalou os olhos, sabendo que Bia estava atrás dela, podendo acordar – Largue estes livros.

Dulce: Enlouqueceu? – Perguntou, sussurrando – Não vou largar, me largue você!

Christopher: Tu tens me dito não demais ultimamente. – Recriminou, e tomou os livros a força. Ele repousou os livros com cuidado na mesinha perto da filha, e voltou pra ela, que recuou – Se a acordar... – Dulce se virou, rindo, e saiu correndo.

Christopher sorriu ouvindo os passos dela se distanciando. Olhou a filha em seu sono pesado e saiu, fechando a porta.

 Dulce ria enquanto corria, segurando os vestidos. Havia um certo suspense naquilo, os corredores estavam desertos... E um braço forte apanhou-a pela cintura, erguendo-a do chão, enquanto lhe mordia o ombro. Dulce balançou as pernas no ar, rindo, e ele lhe pôs no chão.

Christopher: Acredita mesmo que algum dia vais conseguir me vencer?

Dulce: Olha que posso te surpreender. – Desafiou, prensando ele na parede. Christopher riu gostosamente. Ela olhou pros lados, verificando se vinha alguém, e apanhou o rosto dele entre as mãos, beijando-o. O apanhou de surpresa. Ele gostou.

Os dois se beijaram sedentamente por tempos. Apesar de estar prensado na parede o braço de Christopher formava uma corrente firme em volta da cintura dela, oprimindo-a. Quando começou a ficar bom...

Christopher: Basta. – Disse, a voz meio cortada, afastando o rosto. Dulce o olhou, confusa. Christopher nunca a afastava. – Eu tenho algo pra você. – Disse, a mão passando pelo cabelo dela de modo insolente e soltando-o do rabo de cavalo.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora